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Cheio de projetos e com um novo filme para estrear, Robert de Niro faz 72 anos

Redação Folha Vitória

São Paulo - Ambos são leoninos, de 17 de agosto. E, curiosamente, 17 anos é a janela de tempo que os separa. Robert De Niro completa nesta segunda, 17, 72 anos e Sean Penn, 55. Cada um, claro, merece, um texto próprio. Nada de misturar as coisas.

De Niro nasceu Robert Anthony Jr. em Nova York, em 1943. Apesar de seus papéis em filmes de Francis Ford Coppola e Martin Scorsese, é só um quarto italiano, sendo também descendente de irlandeses, alemães e holandeses.

De Niro tinha 21 anos quando estreou no cinema, sob a direção de Brian De Palma, em A Festa de Casamento. Embora rodado em 1964, o filme, por falta de distribuidor, somente estreou em 1969 . E, na verdade, só estreou porque Saudações ou Quem Anda Cantando Nossas Mulheres?, que De Palma e De Niro fizeram em 1968 obteve certa repercussão e chegou antes aos cinemas.

De Palma apresentou De Niro a Scorsese, que o chamou para fazer Mean Streets/Caminhos Perigosos, iniciando a parceria que todo mundo conhece. Coladinho, De Niro fez o jovem Vito Corleone de O Poderoso Chefão - Segunda Parte, para Coppola, e ganhou o Oscar de coadjuvante de 1974 pelo papel.

O resto é história. Em 1975, em Cannes, Scorsese descolou a Palma de Ouro por Taxi Driver - Motorista de Táxi, com aquela fala que entrou para a história. Como Travis, diante do espelho, De Niro repetia, com incontáveis tonalidades de voz, a mesma pergunta. "Are you talking to me?/'Tá falando comigo?".

Ele seguiu filmando com o amigo Scorsese - New York, New York, Touro Indomável - que lhe valeu o Oscar de melhor ator, em 1982 -, O Rei da Comédia, Os Bons Companheiros, Cabo do Medo, Cassino. Bastariam esses filmes, e papéis, para colocá-lo numa espécie de Olimpo da interpretação, mas De Niro tornou-se um regular participante de grandes filmes, e colaborador de diretores importantes.

Como a lista seria muito extensa, vamos lembrar só alguns - Sergio Leone (Era Uma Vez na América), Terry Gilliam (Brazil), Roland Joffe (A Missão), Alan Parker (Coração Satânico), etc. Perfeito nos mais variados dramas, De Niro estabeleceu sua reputação como um ator do 'método', para o qual a arte de interpretar extrapola a técnica.

Nisso se aproxima do amigo Al Pacino, com quem dividiu a cena em Fogo Contra Fogo, thriller de Michael Mann que Scorsese considera um dos grandes filmes dos anos 1980. Para ambos, e para De Niro ainda mais, é preciso vivenciar o personagem, daí suas transformações físicas.

O que ninguém esperava é que o ator tão intenso pudesse descontrair a ponto de provocar o riso. Surgiu o De Niro comediante de Entrando numa Fria e A Máfia no Divã. Vencedor do Oscar e do Globo de Ouro, soma muitas indicações nos dois prêmios, e também no Bafta, no SAG Award.

Seu pai, Robert De Niro Sr., foi um pintor renomado, que sempre viveu em Nova York. O filho compartilha sua paixão pela cidade e por Tribeca, onde reside. De Niro criou muitos projetos para o desenvolvimento da região. Criou até o Tribeca Festival.

De Niro é considerado o astro mais 'fechado' de sua geração. Detesta dar entrevistas, embora o faça, às vezes, por obrigação profissional. É discretíssimo no que se refere à vida pessoal.

Em 2003, aos 60 anos, descobriu, num exame de rotina, que tinha câncer de próstata. Fez cirurgia, quimio, todos os procedimentos. Sobreviveu para mais filmes e papéis. Chega aos 72 anos cheio de projetos e com um novo filme, Joy, de David O. Russell, que promete recolocá-lo na disputa do Oscar que vem.

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