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Gene Wilder, ator de A Fantástica Fábrica de Chocolate, morre aos 83 anos

Batizado Jerome Silberman, sabia fazer rir em poucas palavras e gestos suaves. Sua graça vinha em ideias simples que ganhavam o tamanho de um espetáculo

Redação Folha Vitória
Gene Wilder foi um grande nome da comédia Foto: Reprodução Facebook

Um dos comediantes mais talentosos do século XXI, Gene Wilder morreu na última segunda-feira (29). Conhecido pelo papel de Willy Wonka no filme original de A Fantástica Fábrica de Chocolate, além do papel principal em o Jovem Frankestein e no clássico Cegos, Surdos e Loucos, ele morreu por complicações do mal de Alzheimer.

Segundo o sobrinho do ator, Jordan Walker-Pehaman, em anúncio oficial para a imprensa, via revista Variety, o ator não estava bem há algum tempo. Ele também revela porque nunca mencionaram que ele sofria de Alzheimer antes:

- Nós entendemos que, apesar dos desafios emocionais e físicos, nós tivemos sorte, já que ele nunca parou de reconhecer as pessoas próximas a ele e nunca se tornou nada além do homem gentil que sempre foi. A decisão de não contar até agora sobre sua condição não foi por vaidade, mas sim para proteger as milhares de crianças que o chamavam de Willy Wonka e para que eles não tivessem que serem expostos a essa doença adulta ou ficarem preocupados com eles. Ele não poderia suportar um sorriso a menos nesse mundo.

Mas o sobrinho de Gene nos tranquiliza e revela que seu tio teve uma vida muito bem resolvida:

- Ele continuou a apreciar arte, música, e beijar sua mulher, com quem está há 25 anos, Karen. Ele dançou no altar de uma igreja como pai do noivo e portador do anel, fez diversas maratonas de filmes de faroeste e maravilhou todos aqueles que estavam em sua companhia.

Gene Wilder sabia fazer rir 

Gene Wilder, batizado Jerome Silberman, sabia fazer rir em poucas palavras e gestos suaves. Sua graça vinha em ideias simples que ganhavam o tamanho de um espetáculo quando passavam pelo timing preciso de sua ironia. Ao contrário de outros comediantes, no entanto, não se prendeu ao riso, como ameaçou fazer depois de encenar Banzé no Oeste ou O Jovem Frankestein, ambos de 1974 e de aparecer ao lado de outro grande, Richard Pryor. Segundo informações divulgadas por seu sobrinho nesta segunda-feira, 29, Wilder faleceu este mês, aos 83 anos, em Stamford, Connecticut, de complicações do mal de Alzheimer.

A magia que o rondava tinha força para que Wilder habitasse o mundo das fantasias com realismo. Foi assim que se tornou o primeiro Willy Wonka quando estreou A Fantástica Fábrica de Chocolate, de 1971, um papel que o tornaria mais conhecido em todo o mundo. Não ganhou o Oscar, mas recebeu indicação para Melhor Ator Coadjuvante ao atuar em Primavera para Hitler, de 1969, e de Melhor Roteiro Adaptado para O Jovem Frankestein, de 1975.

O maior drama foi vivido nos anos em que sua mulher, Gilda Radner, paixão de sua vida, foi diagnosticada com câncer. Durante seu calvário, Gilda voltou-se contra Wilder de forma violenta. Fazia questão de atender a todos no hospital com carinho para mostrar que seu ódio, aparentemente inexplicável, tinha como destino apenas o próprio marido. Em 2005, Wilder escreveu Kiss Me Like a Stranger (Beije-me como um estranho) para contar os piores dias de sua vida ao lado da mulher em fase terminal. Sua obra extensa, de grande abrangência, inclui ainda Alice no País das Maravilhas, Uma Rajada de Balas (Bonnie and Clyde) e Tudo o que você quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar.

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