Rei das viagens no YouTube, Lucas Estevam, do canal "Estevam pelo Mundo", se encanta pelo ES
"Parece um Rio de Janeiro de bolso", compara o blogueiro viajante que vai lançar um vídeo sobre o Espírito Santo no seu canal de turismo
Teve moqueca com muito coentro, cerejeiras floridas lembrando paisagem japonesa, imersão numa aldeia indígena, montanha que muda de cor conforme o horário do dia e a intensidade da luz do sol, praias lindas e um povo acolhedor e generoso com sotaque italiano e alemão...Tudo isso bem pertinho, com litoral e região de montanhas a menos de uma hora e meia de viagem.
As impressões do Espírito Santo deixaram muitas saudades e um gostinho de "quero mais" nas lembranças da bagagem do influencer digital e blogueiro Lucas Estevam, 31 anos, considerado o "rei das viagens" no YouTube com 80 países visitados.
Ele é responsável pelo canal "Estevam pelo Mundo", com mais de 1 milhão e 360 mil inscritos, mais de 100 milhões de views com seus vídeos sobre viagens. O perfil no Instagram tem 750 mil seguidores.
Estevam passou a primeira semana de agosto explorando o território capixaba para produzir conteúdo especializado sobre o Espírito Santo, suas curiosidades, belezas e atrações para a série, idealizada por ele, a "Brasil 60". Na série, ele passa por 60 destinos brasileiros, englobando todos os estados do país.
"Aparecia sempre um pessoal me perguntando, afinal, o que eu estava fazendo no Espírito Santo, já que minha especialidade era viajar mundo afora. Eu ficava surpreso com essa reação porque o Estado é simplesmente maravilhoso e as atrações estão bem fáceis de acessar", lembrou.
"Acho que isso é reflexo da vizinhança com Minas, Rio, São Paulo, Bahia. Algumas pessoas acabam privilegiando fazer turismo fora, devido ao apelo maior dessas capitais enquanto há muitos lugares incríveis e surpreendentes aí mesmo, pertinho de vocês, capixabas", comparou, em bate-papo exclusivo com o Folha Vitória.
O vídeo sobre o Espírito Santo no canal deve ser postado na última semana de agosto. Estevam lembra que a primeira vez que passou no Estado foi em 2019, num passeio convidado pela empresa de mineração Vale, que pediu vídeos sobre a estrada de ferro Vitória-Minas e as impressões suas sobre o passeio de trem de Belo Horizonte (MG) até Cariacica.
"Foi tudo muito rápido pois tínhamos que cumprir um roteiro na Reserva Natural Vale, em Linhares, e ficamos pouco tempo na região metropolitana e achei Vitória o máximo. Mas, desta vez, vim por minha conta para fazer conteúdo para os seguidores do meu canal, enfocando o que um viajante deveria saber ao vir para o Espírito Santo. E foi surpreendente!", relembra. Confira a entrevista:
Naquele jogo de "expectativa-realidade" qual foi sua impressão do território capixaba?
Eu adorei! O Espírito Santo surpreende muita gente. Todo mundo que vai não espera muito. Isso acontece porque fala-se muito pouco desse Estado. E quando você chega, vê que tem praia, tem natureza, o clima também é legal. Para mim foi uma grata surpresa. Parece um Rio de Janeiro de bolso. Com a vantagem de ser tudo igualmente lindo e muito, muito perto.
O que você destaca como primeira impressão?
Eu fiquei muito impressionado com a região metropolitana. A capital, Vitória, é um ótimo ponto para ser o apoio do viajante que quer conhecer o Espírito Santo. As cidades vizinhas a Vitória são lindas e interessantes também. Com a vantagem de estarem separadas a uma ponte de distância praticamente. Passei por Vila Velha, Serra e Cariacica e todas têm os seus encantos.
O visual da Terceira Ponte é de tirar o fôlego com o Convento da Penha, que reúne turismo e história logo ali. O manguezal e a Baía de Vitória são lindos também. Os montes Mestre Álvaro na Serra e o Mochuara em Cariacica, com certeza, dariam conteúdo para mais e mais vídeos.
Além da região metropolitana, o que mais chamou sua atenção?
Eu destaco um do litoral e outro da região de montanha. Perto do mar, fiquei surpreso com Aracruz com suas praias e a aldeia dos índios das etnias Tupinikim e Guarani. O pessoal me falava muito de Guarapari, lógico, que é outra cidade maravilhosa, com litoral lindo, mas eu resolvi conhecer outras praias também, sair da zona de conforto. E a de Aracruz foi muito bacana. Fora a imersão com os índios, uma história de um povo que formou o Estado e que merece ser conhecida e apreciada.
Lá nas regiões de montanhas ou região serrana, que é como vocês falam, fiquei com Domingos Martins e a Pedra Azul na lembrança. Aquela pedra mudando de cor ao longo do dia, de acordo com a intensidade da luz, é um espetáculo. E disponível para todo mundo. Sem contar que tudo é perto. De Guarapari até Domingos Martins, a gente fazia em 50 minutos, de carro. Estradas ótimas também.
Nos seus vídeos você se aventura provando a comida local, seguindo as dicas de seus seguidores. Em matéria de gastronomia, o que te impressionou?
Não sou especialista em gastronomia, só sei comer (risos). Ah, um misto de tudo! A moqueca capixaba é deliciosa. Amo moqueca baiana também, sei da rixa saudável entre Espírito Santo e Bahia. Achei a moqueca capixaba mais leve, o toque de coentro nela foi aprovado. Outro prato típico que que não conhecia, e que peço pra todo mundo que for ao Espírito Santo não sair daí sem provar, é a torta capixaba.
Eu a provei na Ilha das Caieiras, em Vitória, onde conheci a chef Eliana Santos, uma simpatia de pessoa! Comida tem essa ligação com o sentimental, com a alegria, com a festa e a Eliana envolve muito bem isso. Achei impressionante como um prato desses consegue misturar na mesma receita siri, caranguejo, sururu, camarão, bacalhau e ficar uma delícia, com todos os sabores equilibrados!
E na região serrana?
Foi legal mostrar os traços das culturas alemã e pomerana, na região serrana, ao visitar Domingos Martins. O jeito de falar das pessoas, algumas com um sotaque carregado ao falar português, me lembrou o jeito de falar da Região Sul. Fechava os olhos e parecia que eu estava numa daquelas cidades do interior do Rio Grande do Sul. E Domingos Martins é aconchegante, é aquela cidade que te oferece tanto uma opção de um passeio rápido de uma tarde de domingo com a família quanto uma viagem de exploração da natureza mais demorada.
Aquela praça em frente à igreja luterana no centro da cidade é muito aconchegante. Sem falar naquele restaurante de comida alemã, o Fritz Frida! Nossa, um dos melhores que conheci.
A recepção, a acolhida do povo do Espírito Santo, na sua opinião, tem um quê de diferente do das outras regiões do Brasil?
Tinham me falado que capixaba é fechado. Mas, gente, bora combinar. Capixaba não é antipático, é sensacional! Fiz amigos no bares, peguei até carona com eles pra conhecer os pontos turísticos. Tudo natural. Fui reconhecido pelos seguidores. Aparecia sempre um pessoal me perguntando, afinal, o que eu estava fazendo no Espírito Santo, já que minha especialidade era viajar mundo afora. Eu ficava surpreso com essa reação porque o Estado é simplesmente maravilhoso e as atrações estão aí, bem fáceis de acessar.
Falando desses comentários que inferiorizavam o Espírito Santo, esse "complexo de vira-lata" se deve a quê?
Acho que isso é reflexo da vizinhança com Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Algumas pessoas acabam privilegiando fazer turismo fora, devido ao apelo maior dessas capitais. Mas há muitos lugares incríveis e surpreendentes aí mesmo, pertinho de vocês, capixabas. Acho que a situação da pandemia do coronavírus, que suspendeu durante muito tempo as viagens para aqueles destinos internacionais óbvios, obrigou os brasileiros a conhecerem o próprio país, já que Europa, Ásia e Estados Unidos ficaram fechados para gente.
Talvez, isso esteja acontecendo, num contexto comparativo à nível de Brasil, com o Espírito Santo. Por não poderem ir com frequência para essas outras capitais do Sudeste e do Nordeste, o turismo interno passou a ser a opção para os viajantes daí. E com a vacinação avançando, as pessoas cumprindo os protocolos, as primeiras viagens que as pessoas vão escolher fazer após a abertura, naturalmente, vão ser as de curta distância e isso privilegia o Estado de vocês, que é muito lindo e que conta com boa estrutura. Eu sempre falo nos meus vídeos aquela expressão de que "os humilhados serão exaltados". Pois é, tá na hora dessa exaltação do Espírito Santo começar com toda a força por vocês, capixabas! E material para isso vocês têm de sobra!
Quem é Lucas Estevam
Blogueiro e viajante. Nascido em Campinas, formado em Administração e Marketing na Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas.
Trabalhando para uma empresa automotiva, durante um intercâmbio na Alemanha, em 2011, resolveu investir em seu blog onde postava suas experiências e impressões como viajante. Surgiu assim o "Estevam pelo Mundo".
As postagens fizeram tanto sucesso que dois anos depois, ele resolveu largar de vez a vida de escritório e virar blogueiro de viagens. Além de ser um diário de bordo no blog, no YouTube e Instagram, ele também se colocou como um "tira-dúvidas" para todo estilo de viajantes e turistas.
Já viajou por 80 países. Nos vídeos, além de apresentar as curiosidades e atrações dos lugares, nunca deixa de mencionar os preços.
"É algo que não dá para deixar de informar. As pessoas se programam para viajar, muitas economizam o ano inteiro e saber o quanto vai ter que gastar no destino é fundamental", explica.
E Estevam não deixa de registrar também quando algo não foi legal. "Sou um viajante que vai falar mesmo se não gostou, se aquele serviço não valeu a pena, se o hotel deixou a desejar, se a companhia aérea falhou. Enfim, é um retorno necessário porque a viagem é um investimento sim. É um momento que tudo tem que ser mágico, trata-se dos sonhos das pessoas e quero contribuir com isso com as informações que passo mesmo que elas desagradem o hotel, o serviço, a companhia aérea", desenvolve.
Antes da pandemia, Estevam passava nove meses por ano viajando e três em casa. Com as restrições causadas pela covid-19, ele teve que se reinventar já que muitas viagens foram suspensas. Atualmente, além dos conteúdos produzidos em sua casa, em São Paulo, ele toca dois projetos.
O primeiro, o "Brasil 60", que vai reunir 60 vídeos em seu canal no YouTube, que já somam 51 postados, com dicas de lugares para conhecer no Brasil.
O segundo é o curso “Viajando com Milhas”, produzido exclusivamente para quem deseja aprender sobre como viajar pagando pouco. “Esse curso é para qualquer pessoa que gosta de viajar pagando pouco. É ali que vou dividir o que aprendi nos últimos 10 anos. Como, por exemplo, como usar aplicativos para pagar contas de luz, água, boletos e afins, e ganhar bônus em milhas e assim viajar com menos custos. E é possível ir pros Estados Unidos por menos de R$ 2 mil, pra Ásia, Austrália, Maldivas por menos de R$ 5 mil”, descreveu.
Serviço:
Blog: https://estevampelomundo.com.br/
YouTube: Estevam Pelo Mundo
