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Banda Los Tones traz o garage rock psicodélico da Austrália para o Brasil

Redação Folha Vitória

São Paulo - Em algum momento recente da rica história do rock n' roll australiano, os efeitos lisérgicos e a barulheira do rock de garagem tiveram um (re)encontro fulminante: dessa reação química psicoativa surgiu o Los Tones, banda que chega ao Brasil pela primeira vez para uma série de shows em São Paulo.

O primeiro deles ocorre nesta quarta, 2, na Sensorial Discos, o segundo é no festival independente Garageira, no domingo, 6, na Praça Dom José Gaspar, e o terceiro, na terça-feira, 8, no bar Mandíbula, dentro da Galeria Metrópole, na mesma praça.

Eles também passam pelos SESC em Ribeirão Preto (3/9) e São Carlos (4/9) e por Campinas (5/9), antes de seguir em turnê pela Europa.

Formado em 2013 em Sydney - cidade da ópera e do AC/DC - o quarteto se diz influenciado por Sonics, Standells e Los Saicos, mas incorporam à selvageria primitiva desses grupos as camadas de efeitos "brisados" que parecem emanar do chão na Oceania: recentemente, bandas como Tame Impala e Pond estouraram mundo afora com versões mais facilmente mastigáveis do som nervoso que o Los Tones promete apresentar por aqui.

Em um papo descontraído com o jornal O Estado de S.Paulo na noite desta terça-feira, 1, três membros da banda - Bodie Jarman (vocal e guitarra), Shaun Sprowles (baixo) e Leigh Welsh (bateria), todos na faixa dos 27 anos - concordaram que existem entre os desertos e as praias australianas correntes de ar que assopram nesse sentido.

"Isso vem um pouco dos Estados Unidos, com os jovens na Austrália comprando e ouvindo discos americanos dos anos 1960, e quando eles começaram a procurar shows encontraram bandas como a nossa", diz Sprowles, o baixista, sobre a cena local nos últimos sete ou oito anos.

"Quando nós estávamos crescendo", continua, "tudo o que as pessoas ouviam era pop punk". Ele se refere ao movimento que ganhou força nos anos 1990 e 2000 com bandas como o Green Day e o Descendents. "Mas desde então tudo mudou."

Eles comentam que até os surfistas - conhecidos no país por não ouvirem surf rock - estão entrando na viagem psicodélica que tem saído dos amplificadores. "Eles pegam nossa música e colocam em vídeos do Youtube sobre surf", ri o baixista. "É legal porque isso atrai pessoas, especialmente nas cidades com praias, para os shows", diz Jarman.

São Paulo não tem praia. Mas no que depender desses três malucos que viajaram metade do mundo para chegar aqui, terá um bom rock n’ roll por alguns dias.

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