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George Michael vai comemorar 25 anos de 'Listen Without Prejudice vol. 1'

Redação Folha Vitória

São Paulo - Ninguém imaginaria que George Michael comemoraria qualquer efeméride em torno de um álbum que o fez brigar com a gigante Sony Music e que vendeu meros 8 milhões de cópias perante as 20 milhões do estrondo "Faith", de 1987.

Mas "Listen Wihtout Prejudice Vol. 1", lançado há 25 anos, tem força para voltar em edição de luxo, acompanhada por um filme que narra justamente as turbulências da produção, com entrevistas com Stevie Wonder, Elton John, Mark Ronson, Mary J. Blige, Tony Bennett, Liam Gallagher, James Corden e Ricky Gervais. Chamado agora de "Listen Without Prejudice 25", o álbum vai chegar remasterizado. Outro fato que recoloca Michael em cena sem fazer esforço é o lançamento do "Acústico MTV Unplugged de 1996", que nunca havia saído.

"Listen Without Prejudice vol 1." foi a consumação de um sonho de George Michael, que queria ser reconhecido não mais apenas como o sex symbol de 'Faith'. Mas o passado recente era seu inimigo, e a imagem de Michael era ainda associada ao estrondo do primeiro disco. "Faith", de 1987, é ainda hoje considerado como um dos grandes da música pop mundial. O Grammy o reconheceu como Álbum do Ano em 1989 e só ele conseguiu fazer sombra a Michael Jackson - à bordo das 55 milhões de cópias vendidas de "Bad".

Agora, o segundo álbum de Michael chegaria todo arranjado, produzido e composto pelo próprio artista. "Freedom 90", sua faixa de maior repercussão, ganhar um clipe dirigido por Gordon von Steiner. Para homenagear o vídeo original, do diretor David Fincher, que trazia grandes modelos da época (como Naomi Campbell, Linda Evangelista e Cindy Crawford), Steiner voltou a chamar grifes de passarelas. Mulheres como Adriana Lima e Irina Shayk usaram figurinos lançados na Semana de Moda de Nova York, assinados por Marc Jacobs, Michael Kors e Ralph Lauren.

O fato é que George Michael comemora 25 anos de uma resistência, não de um êxito artístico ou comercial. Ao contrário do avassalador "Faith", "Listen Without Prejudice" não tinha uma artilharia tão pesada. Salvo por "Freedom 90" e "Heal the Pain", que entrariam para os sets de todos os seus shows ao lado da coleção de vitórias de "Faith", "Listen" traz más recordações ao artista.

Michael atravessava um momento de crise. Queria ser artisticamente profundo e popularmente abrangente ao mesmo tempo, algo que só iluminados como Stevie Wonder conseguiram. Acusou então a gravadora Sony de escravizá-lo e de não divulgar seu disco como ele merecia. Mas, desta vez, o problema não estava em outro lugar que não nas indefinições do próprio George Michael. Suas músicas não eram as mesmas.

Filho de pai restaurador cipriota e de mãe bailarina, o inglês de East Finchley começou como DJ até criar com o amigo Andrew Ridgeley, em 1981, a banda Wham!. Ali já sentia-se um toque especial de George Michael, sobretudo quando músicas como "Wake me Up Before You Go-Go" começaram a aparecer. O garoto problema, então, começou a dar as caras na mesma velocidade de sua evolução comercial.

Sempre que pode, fez críticas à então primeira ministra britânica Margareth Thatcher, ao primeiro-ministro britânico Tony Blair e ao então presidente dos Estados Unidos, George Bush. Era tão contra a Guerra no Iraque, como deixou claro em "Shoot the Dog", que jornais de direita nos Estados Unidos passaram a boicotá-lo.

Michael começou a amargar uma decadência nos anos 90. Depois de fazer música e moda, como os jeans rasgados no joelho e o brinco em formato de cruz usado em apenas uma das orelhas, vieram os escândalos.

Os anos 90 fechariam com um vexame. Em 1998, ele foi preso, acusado de praticar atentado ao pudor em um banheiro público de um parque. Nem Elton John perdoou: "Banheiros não são o melhor locar para se assumir uma postura sexual", disse.

Em 2006, foi encontrado dormindo sobre o volante de seu carro e, dois anos depois, teve a carteira de habilitação suspensa por dois anos depois de ser acusado de dirigir sob efeito de drogas. Mais dois anos depois e ele era condenado a 8 semanas de prisão por ter batido outro carro quando também dirigia depois de fumar maconha. Quando falou sobre seu vício ao ser internado em uma clínica na Suíça, confessou fumar até 25 cigarros de maconha por dia.

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