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Aos 17 anos, bailarina do ES fica em 1º lugar no maior festival de dança do mundo

Bailarina desde os 3 anos, Anna Clara Lima conquistou o primeiro lugar no solo de balé neoclássico na 38ª edição do Festival de Dança de Joinville

Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

Leveza, harmonia, disciplina e muito talento. Foi esse o conjunto de atributos que a bailarina capixaba Anna Clara Lima, de 17 anos, levou para o palco do 38º Festival de Dança de Joinville, em Santa Catarina, considerado o maior do mundo em número de participantes. 

Veterana em competições nacionais e até internacionais, desta vez ela teve menos de dois meses de preparação antes de subir ao palco competitivo do festival, que neste ano acontece em formato híbrido, com apresentações presenciais e online.

“Tínhamos 40 dias para deixar tudo pronto e isso é muito pouco, então a dedicação foi em dobro. Tivemos ensaios de domingo a domingo, pelo menos 6 horas por dia, além da preparação pessoal que passei com meus pais, que são preparadores físicos", contou a bailarina. 

"Todos os dias, depois da bateria de ensaios,  me comprometi a ir à academia, pois não estava com o físico de competição devido à pandemia. Precisei ter muita força de vontade."

A recompensa de toda essa dedicação chegou no terceiro dia de festival e o resultado não poderia ser diferente: 1º lugar no solo de balé neoclássico com a coreografia “Tocata”, criada pelo coreógrafo Marcelo Vitor.

“Foi uma experiência indescritível! Eu nunca tinha imaginado ficar em 1º lugar. Sei que as meninas da minha categoria são demais e sou fã de algumas delas, então foi bem emocionante essa colocação”, comemorou. 

Divulgação | Site Festival de Joinville
Reprodução/Arquivo Pessoal
Reprodução/Arquivo Pessoal

Para chegar até lá, Anna Clara, assim como os outros bailarinos que se apresentam em Joinville, passou por uma pré-seleção. Ela já havia sido selecionada outras vezes, mas para apresentações sem caráter competitivo.

Divulgação | Site Festival de Joinville
Reprodução/Arquivo Pessoal
Reprodução/Arquivo Pessoal

"Você manda o vídeo e a curadoria escolhe se vai para o Palco Aberto, Mostra Competitiva, Meia Ponta ou é reprovado. Tem bastante tempo que mando vídeo e sempre fui selecionada para palcos abertos, mas agora consegui a seleção para a Mostra Competitiva, que é o sonho de quase todo bailarino."

A diretora da Companhia de Dança Expressão e Arte, Helen Moreira, conta que foram enviadas 14 coreografias para a 38ª edição do festival, incluindo a da Anna Clara. Ela, que também é bailarina e professora, está em Joinville acompanhando tudo de perto. 

"Pensando na seletiva, sempre que nos apresentamos ou competimos, costumamos filmar a coreografia para deixar o vídeo pronto. Este ano enviamos 14 coreografias para o festival. Destas, tivemos três selecionadas para o Palco Competitivo, uma selecionada para segunda chamada e todas selecionadas para Palco Aberto", contou. 
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Nos palcos abertos, segundo Helen, não há limite de selecionados. Os palcos competitivos, no entanto, são muito mais concorridos, já que são selecionadas apenas cinco coreografias de cada modalidade/categoria. 

"Ensaiamos todos os dias, incluindo sábados, domingos e feriados. Como aqui no Estado não temos nenhum espaço que se assemelhe ao tamanho do palco competitivo de Joinville, contamos com o apoio do projeto social REAME de Cariacica, que nos cedeu a quadra para que pudéssemos ensaiar. Tivemos pouco mais de 40 dias para deixar as coreografias impecáveis para representar o Espírito Santo muito bem", contou. 

Paixão pelo balé começou aos três anos 

Divulgação | Site Festival de Joinville
Reprodução/Arquivo Pessoal
Reprodução/Arquivo Pessoal
A paixão de Anna Clara pelo balé começou em 2007, quando ela tinha apenas 3 anos de idade e iniciou os estudos na Companhia de Dança Expressão e Arte, localizada em Campo Grande, no município de Cariacica.

Em 2013, ela começou a participar de festivais nacionais e internacionais de dança com conjuntos. Logo depois, em 2015, começou a se apresentar também como solista. 

De lá pra cá, vem colecionando apresentações mundo afora e, apesar da pouca idade, já tem um currículo extenso.

Com a conquista do 1º lugar no Festival de Joinville, ela já tem vaga garantida na próxima edição, além de ser premiada também com uma ajuda de custos. 

Capixabas sobem ao palco nesta quarta-feira

Após a classificação de Anna Clara, o grupo da Cia de Dança Expressão e Arte agora busca o primeiro lugar também nas apresentações em conjunto. 

A equipe, que conta com 20 pessoas, embarcou para Santa Catarina no último dia 6 de outubro e continua em Joinville até o dia 18. 

Na próxima quarta-feira (13), é a vez da apresentação dos conjuntos "Le Parapluie" dos coreógrafos Marcos Saleme e Bianca Corteletti e "Redenção" do coreógrafo Marcos Saleme.

Foto: Gustavo Traba
Bailarinos da Cia de Dança Expressão e Arte em "Redenção",  do coreógrafo Marcos Saleme

As apresentações das noites competitivas podem ser acompanhadas pelo site do festival, às 19h, por meio do sistema Festival de Dança Digital

Já as apresentações de Palco Aberto, estão sendo transmitidas ao vivo no Instagram da própria escola

Medidas para garantir a saúde dos participantes 

Em 2020, por conta da pandemia do novo coronavírus, o festival não foi realizado. Agora, com a retomada, os bailarinos e o público que deseja assistir precisam tomar alguns cuidados.

Algumas das exigências são: apresentar o comprovante de esquema vacinal completo, com 14 dias após a segunda dose (caso não seja dose única), laudo negativo de exame RT-qPCR realizado nas últimas 72 horas ou pesquisa de antígeno não reagente de SARS-COV-2 por swab realizado nas últimas 48 horas. 

Foto: Reprodução | Instagram Expressão e Arte
Anna Clara e outros bailarinos passaram por exames antes de embarcar para Joinville

Além disso, o uso de máscara também é obrigatório, exceto no momento em que os bailarinos estão se apresentando. 

Helen Moreira conta que a escola também tomou algumas medidas para garantir a saúde dos bailarinos capixabas. 

"Contamos com a parceria do Laboratório Cremasco, que está permitindo aos nossos bailarinos, ainda não vacinados, a realização do teste RT-qPCR de maneira gratuita. Além disso, alugamos uma casa para que todos que dançam juntos possam ficar no mesmo local. Por fim, assim como em todas as nossas viagens competitivas, faremos um novo teste em toda equipe, vacinada e não vacinada, para garantir a saúde dos familiares e de todos os outros alunos."

Veja a agenda da segunda semana do Festival de Joinville 

Foto: Divulgação | Site Festival de Joinville

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