PEDRO PERMUY

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Até tecido antigo! Pandemia faz moda reciclar roupas, diz Amir Slama

Estilista, que acaba de lançar coleção sem gênero com matéria-prima reutilizada, diz que “otimizar recursos” é uma das tônicas que o surto de covid-19 fez a indústria adotar

Pedro Permuy

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Instagram @amirslama

Para Amir Slama, a maior lição que a moda tira da pandemia da covid-19 é a reorganização dos materiais. Segundo o estilista, a tendência mais do que nunca será usar roupas antigas, materiais biodegradáveis e outras matérias-primas sustentáveis para o feitio das peças, que também tendem a serem não-binárias.

“A gente sentiu a necessidade de criar essa marca alternativa, como se fosse um lado B da marca”, confidencia ele, que acaba de lançar 12 novas criações limitadas com sua nova Slamb, uma série de coleções cápsula com peças em modelagem agênero e de todos os tamanhos. Todas essas peças são confeccionadas com itens reciclados e elementos bordados à mão.

O reúso desses materiais, segundo Amir, influencia desde a ideia da roupa até a execução da peça. “Influencia a modelagem, corte, tudo. Poque a gente pode reutilizar materiais, mas também peças passadas, que já foram feitas. Tecido antigo… Então são peças que se tornam únicas mesmo”, explica.

“O novo luxo é fazer peças mais próximas do cliente final. Menos é mais” - Amir Slama

“Procurei trabalhar muito com os olhos, prestei mais atenção. Fiz até aplicação de olhos mesmo em algumas peças por conta disso”, fala. Sobre a definição do gênero, compara: “Eu já tinha camisas femininas que iam para a coleção masculina. E ficavam sem uma definição. Além dessas camisetas, de agora, já tenho prevista coleção de calças, lenços e echarpes. Todas por essa nova marca”, adianta.

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Em bate-papo exclusivo com a Coluna Pedro Permuy, também defende: “A pandemia trouxe uma aceleração de processos. Na moda, veio acelerar os processos de reúso, revisão, repensar conceitos, no timing das coisas. O repensar os processos fez a gente otimizar os recursos, então acho que a gente trabalhou de um jeito econômico mais favorável. E a gente aumentou muito a venda pela internet e para o mercado externo”.

Amir já vende pela Farfetch, maior e-commerce de luxo do Brasil, assim como as novas criações já estão disponíveis no site.

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“Na linha normal da marca, pelo online, a gente tem peça de coleção de 3, 4 anos atrás que vende normalmente. Então acho que a internet também tem isso de fazer tudo ficar mais permanente. E nossos compradores são de todo o mundo… China, Irã, Iraque, Singapura, Europa praticamente toda”, enumera.

“Nesse tipo de coleção a criação é mais livre, porque em pequenas coleções a gente faz de tudo em uma tiragem limitada. Tem começo, meio e fim” - Amir Slama

Com um ano de nova loja no Jardins, em São Paulo, ele também declara que adotou o “menos é mais” para a carreira e fala que não tem vontade mais de ter 50 lojas da marca. “Trabalho com outro conceito, uma loja só, com modelista, máquina de costuma… É uma experiência quando o cliente vem até a gente, o que eu acho que também ganhou valor. Para um consumidor ir a uma loja, hoje, ele quer algo a mais. Se não, faz tudo pelo celular em casa”, conclui. 


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