Entretenimento e Cultura

Tico Santa Cruz lança livro infantil inspirado no próprio casamento

Obra narra a relação entre um elefante e uma borboleta

Em meio ao lançamento do novo CD da banda Detonautas, Tico Santa Cruz acaba de publicar um livro infantil, O Elefante e a Borboleta (Belas Letras). Com experiência no meio literário (ele tem outros três livros), o cantor afirma que teve a ideia de escrever por causa dos filhos, uma menina de 9 anos e um adolescente de 16.

— A vida inteira eu li pra eles. Tenho uma biblioteca gigante em casa, tenho vários livros infantis lá e pensei que poderia escrever algo pra inserir no universo deles. Esse texto tem uma delicadeza muito grande que não utilizei nos outros livros.

O cantor conta que os herdeiros adoraram a publicação.

— Teve uma festa literária na escola da minha filha e ela tinha que escolher um personagem para ir vestida. Ela foi de borboleta, levou o livro, ficou super orgulhosa, mostrou o livro para os amigos... teve até um pedido da escola para doar alguns livros para oferecer a crianças que não têm recursos. Cria-se também uma literatura com as crianças além do convívio familiar. Sua filha acaba levando pras outras crianças.

"A arte imita a vida"

Tico explica que, para escrever o livro, escolheu dois animais para fazer uma metáfora sobre o amor.

— O amor é um sentimento que une as pessoas apesar de elas serem completamente diferentes, que é o caso do elefante e da borboleta, que também é uma metáfora com a liberdade. O elefante vive dentro do zoológico e não pode sair, enquanto a borboleta é livre, pode voar e ir para qualquer lugar. Mas, mesmo assim, ela escolhe ficar do lado dele porque ama ele. Amor é liberdade, não imposição de padrões que são estabelecidos. É uma história que fala de amor, de respeito a diferenças. 

O cantor revela também que buscou inspiração em sua relação de 16 anos com a mulher. Ele conta que a publicação foi uma forma de falar sobre a história de amor dos dois, guardadas as devidas proporções.

— Eu sou uma pessoa que viaja o tempo inteiro, estou em vários lugares e a minha mulher, eventualmente, me acompanha, mas fica muito mais no Rio. E de alguma forma ela não consegue sair daqui, porque tem o trabalho, as crianças e tudo mais. Apesar de estar sempre viajando, eu sempre volto pra ela e pra minha família, porque amor é isso, não importa a distância, a gente quer estar do lado de quem a gente escolhe. É uma maneira de representar um tema delicado, uma história de muitos anos.

Próximos trabalhos

Versátil quando o assunto é literatura, Tico prefere não se rotular em um gênero específico para futuras publicações.

— Eu gosto de escrever, vai tudo do meu estado de espírito. Eu já escrevi um livro policial (Pólvora), que o Mario Prata, o maior escritor de literatura policial falou: “Esse livro é genial” e me deu o direito de escrever isso na capa. Já escrevi conto erótico (Tesão), que também é um universo completamente diferente e que foi divulgado somente para as faixas etárias relacionadas ao conteúdo. E tem o primeiro livro que lancei (Clube da Insônia), de crônicas policiais. Então, não tenho apego a estilo literário, gosto de escrever, sem necessariamente usar uma escola. Pode ser que em algum outro momento eu queira seguir algo na linha da leitura infantil ou algum outro gênero e vou escrever.

Incentivo à leitura

Em um mundo cada vez mais tecnológico, o cantor reforça a importância da literatura tanto para as crianças quanto para os adultos.

— A leitura é um hábito que precisa ser inserido desde a infância e deveria ser fundamental para todas as pessoas. O Brasil é um país que tem uma dificuldade enorme de conseguir andar pra frente também por falta de investimento, infraestrutura, educação. Mas as pessoas que têm ou desfrutam de infraestrutura não têm hábito da leitura. Saiu uma pesquisa que diz que o brasileiro lê um livro por ano. É um absurdo. Tirando os livros acadêmicos, que são leituras obrigatórias, você ter um livro com uma relação com o autor, com uma história e um universo diferentes do que você está acostumado a conviver dá uma condição melhor pra você se expressar. No Brasil, se a gente tivesse mais pessoas lendo, teríamos condições de viver num país que tenha uma forma de lidar com todas as questões de forma mais eficiente. 

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