Entrevista Especial

Alecsandro Casassi: "A importação de mão de obra já é realidade no ES"

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Apesar de pequeno, o Espírito Santo é onde nasceram empresas importantes do segmento financeiro. Picpay e Will Bank são exemplos. E quem lida com finanças consegue ter um termômetro de como o Estado está posicionado e para onde tende a crescer e se desenvolver. O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no Estado (Ibef-ES) aponta para o volume de investimentos de R$ 100 bilhões já confirmados para o Espírito Santo nos próximos anos.

O Ibef, que reúne os principais líderes financeiros do país, acredita que a melhor forma de aproveitar o momento econômico capixaba passa pela troca de conhecimentos, qualificação profissional e debater relevantes para a economia.

Esse é o foco do novo presidente do Ibef-ES, Alecsandro Casassi. Ele acredita que o Estado tem o privilégio de contar com uma economia diversificada, que inclui forte presença da indústria e do agronegócio.

A pauta de mão de obra está nos planos do Ibef-ES. Nesse sentido, Casassi reconhece a dificuldade de encontrar profissionais qualificados em diversos setores e níveis. Porém ele ressalta o papel institucional para melhorar o ambiente de negócios no Estado e garantir desenvolvimento. 

Leia abaixo a entrevista com Alecsandro Casassi, presidente do Ibef-ES:

Como é o ambiente de negócios no ES hoje?

Digo que nosso Estado é privilegiado pela economia diversificada, com indústria e agronegócio fortes. Há um aporte de investimentos de mais de R$ 100 bilhões anunciados para os próximos anos e uma relação muito atuante entre o setor público e o privado, que contribui para o desenvolvimento da economia e do empreendedorismo.

Qual setor o Ibef-ES vê como o mais promissor? 

O agronegócio é um gerador de riqueza e mão de obra importante. O momento da cafeicultura é inegável, com novos mercados e a qualificação do café capixaba. Há também culturas exóticas como o gengibre bem como o hortifrutigranjeiro, que é muito forte. Além disso, os setores de logística e imobiliário, impulsionados pelos novos investimentos, são muito promissores.

Qual é a pauta mais urgente para o ES hoje?

O tema mais urgente e que se repete nos nossos encontros é a mão de obra. Temos dificuldades em todos os níveis de qualificação. É uma dor que se repete e que está prevista como um desafio para os próximos anos.

Como o Ibef-ES e o setor privado podem driblar a carência de mão de obra? 

É um problema complexo. Precisamos segmentar a mão de obra. Uma das formas é automatizar processos repetitivos e buscar referências mundiais em tecnologia. A importação de mão de obra já é realidade no ES. Principalmente em setores como a indústria e o agronegócio (sazonal). Nesse sentido, pode ser uma solução. Há estados com mão de obra disponível e o Espírito Santo tem atrativos para moradia e trabalho.

Onde estão as oportunidades para empreender? 

O setor imobiliário está forte com lançamentos. A indústria, com os novos empreendimentos anunciados, também é uma boa possibilidade.

O setor de logística, com portos e infraestrutura programados, com a continuidade da duplicação da BR-101, bem como as obras da BR-262 vão gerar grande demanda por mão de obra. Quando esses setores crescem, puxam também o comércio e o varejo, criando um ciclo virtuoso.

Como o Ibef-ES encara a tecnologia e a inovação para o desenvolvimento? 

Temos um comitê de Inovação e Tecnologia que produz conteúdo para associados e para a sociedade, disponibilizando-o através de parceiros de comunicação. Além disso, o programa Ibef Agro trabalha a inovação levantando e promovendo startups para disseminar tecnologias no agronegócio, setor que ainda não tinha esse mapeamento.

Como você vê a qualificação do empreendedor? 

O empresariado capixaba se beneficia de entidades fortes, cujo propósito é melhorar o ambiente de negócios. Essa integração entre as instituições, o setor público e as entidades ambientais busca melhorias na legislação, facilidade e simplicidade, diminuindo o esforço individual do empresário.

E como qualificar seus quadros?

Um dos diferenciais do Ibef-ES é o networking qualificado. Ter empresas que representam grande parte do PIB capixaba no nosso quadro é um atrativo natural para executivos. Eles buscam um ambiente de autoformação, mas também de negócios, onde podem oferecer produtos e serviços, trocar informações e debater melhores práticas.

Como você quer que o Ibef-ES esteja daqui a dois anos, ao final do seu mandato? 

Queremos que o Ibef-ES seja percebido pela sociedade como um instituto que forma profissionais de liderança, produz conteúdo de impacto positivo e reconhece empresários que deixam um legado para o estado.

Nosso propósito é dar continuidade à crescente que temos desde 2020 e melhorar pontos como a medição do alcance do conteúdo produzido e a qualificação do quadro de associados.

Quais são as oportunidades no agro capixaba?

O agronegócio é muito forte. A cafeicultura vive seu melhor momento, com preços firmes e novos mercados. Temos culturas exóticas como o gengibre, e o hortifrutigranjeiro abastece vários estados. Além disso, o Espírito Santo tem grande diversidade de culturas devido à variação climática entre o litoral quente e a montanha mais amena.

Alecsandro Casassi é presidente do Ibef-ES
Edu Kopernick

Editor de Economia

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.