Abel Braga
Abel Braga disse frase homofóbica durante apresentação no Inter (Foto: Ricardo Duarte / Internacional)

A volta de Abel Braga ao comando do Internacional, após anunciar aposentadoria como treinador, começou marcada por uma declaração homofóbica durante sua apresentação. Ao relembrar uma bronca de D’Alessandro em um treino, o técnico usou a expressão “parece time de viado” para se referir ao uso de camisas rosas, comentário que rapidamente gerou forte reação nas redes sociais e entre torcedores.

Horas depois, diante da repercussão negativa, Abel se retratou em publicação no Instagram. Disse reconhecer que fez uma “colocação ruim” e afirmou que “cores não definem gêneros”, reforçando que o clube precisa de “paz e trabalho” para reagir na reta final do Brasileirão.

O episódio, contudo, ofuscou a tentativa do Inter de transformar a chegada do ídolo em um gesto de mobilização para escapar do rebaixamento.

Abel assume Inter com missão de escapar do rebaixamento

Aos 73 anos, Abel aceitou assumir o time sem remuneração e com contrato válido apenas para as duas últimas rodadas. A missão é árdua: o Colorado entrou no Z-4 no sábado, tem 41 pontos e precisa vencer São Paulo e Red Bull Bragantino para permanecer na elite.

O próprio treinador admitiu que a tarefa envolve recuperar o aspecto emocional da equipe. “Acredito nesse grupo. Uma equipe que faz o primeiro tempo que fizeram contra o Santos não pode estar nessa situação”, declarou.

O retorno também reacendeu um sentimento de dívida mal resolvida. Abel lembrou que, anos atrás, recusou assumir o Inter em situação parecida por acreditar que o clube cairia – decisão que, segundo ele, deixou uma “marca no coração”.

Agora, diz enxergar a chance de corrigir aquilo que o incomoda. “Vim porque acredito. Não posso prometer, mas tenho convicção de que não vamos cair”, afirmou ao elenco.

Allan Partick
Allan Patrick é a esperança do Inter na fuga do rebaixamento (Foto: Ricardo Duarte / Internacional)

Dois treinos antes de primeira decisão

O presidente Alessandro Barcellos reforçou o peso simbólico da escolha, revelando que o técnico não apenas aceitou o convite rapidamente, como fez questão de trabalhar sem receber salário.

Segundo o dirigente, o contato inicial partiu de D’Alessandro e rapidamente virou acerto definitivo, destacando que a atitude “engrandece” a história de Abel no Inter.

Com apenas dois treinos antes da partida decisiva contra o São Paulo, no Morumbis, Abel tenta ao mesmo tempo reorganizar o time e conter a crise institucional ampliada pela própria declaração infeliz.

A última rodada será contra o Bragantino, no Beira-Rio, em jogo que pode selar a permanência ou a queda colorado.