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Adilson pede ajuda da torcida do Cruzeiro após queda ao quinto lugar no Estadual

Para quem não acompanha o Cruzeiro mais de perto, ou até mesmo os mais fanáticos, há muita dificuldade para reconhecer o grupo de jogadores de Adilson Batista

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Foto: Cruzeiro Esporte Clube

“A gente pede desculpas ao torcedor, que ele entenda, que ele ajude, que é um momento importante que a gente precisa”. As palavras do técnico Adilson Batista após a derrota do Cruzeiro por 2 a 0 para o Tombense, na quinta-feira, em jogo válido pelo Campeonato Mineiro, mostram o tom desolador que se abate no clube mineiro neste começo de temporada.

Os problemas financeiros e jurídicos, escancarados durante a inédita queda do clube para a Série B do Campeonato Brasileiro no ano passado, refletem diretamente no desempenho da equipe dentro de campo. Apesar de ter perdido apenas uma vez após seis jogos no Estadual, o time ocupa a modesta quinta posição, fora, portanto, da zona de classificação para as semifinais. Pela Copa do Brasil, a vaga para a segunda fase veio após um suado empate contra o São Raimundo-RR, em Roraima.

Para quem não acompanha o Cruzeiro mais de perto, ou até mesmo os mais fanáticos, há muita dificuldade para reconhecer o grupo de jogadores de Adilson Batista. Tirando nomes como o goleiro Fábio, o lateral-direito Edílson e o zagueiro Léo, remanescentes das grandes conquistas recentes, o restante do elenco é formado por jovens atletas desconhecidos.

“Tenho de valorizar o que eles estão fazendo, estou vendo uma dedicação, estou vendo posse de bola, construção, triangulação, faltam umas coisas que o tempo vai dar. O tempo que vai dar isso. Uma tomada de decisão de um atleta de 20 anos é diferente do que de um jogador mais experiente”, reforçou Adilson. O técnico assumiu o posto nas últimas três rodadas do Brasileirão de 2019 e faz parte do projeto de reconstrução do clube.

Do elenco que terminou a temporada passada, 21 jogadores saíram, com destaque para atletas experientes como Henrique, Orejuela, Sassá, Thiago Neves, Rodriguinho e Fred.

DÍVIDA A CURTO E A LONGO PRAZO – Em nota divulgada em seu site oficial, o Cruzeiro reconheceu que a sua dívida de R$ 800 milhões cresce a cada dia. “As dívidas, que inicialmente estavam orçadas em R$ 700 milhões, hoje já ultrapassaram os R$ 800 milhões, e ainda não é um número preciso, porque a cada hora vão aparecendo mais coisas”, informou o documento assinado pelo conselho gestor do clube.

Dentre as ações para equilibrar as contas, o Cruzeiro demitiu vários funcionários (estimando economia de R$ 25 milhões/ano), cortou sua frota de carros e estava estudando como utilizar melhor seus imóveis para cortar mais custos. Tudo para se adequar à nova realidade orçamentária, que antes tinha arrecadação na casa dos R$ 350 milhões e passou para R$ 25 milhões nesta temporada.

No dia 31 de janeiro, os dirigentes voltaram a atualizar os torcedores sobre a situação financeira enfrentada pelo clube e tratou de acalmar os ânimos após Saulo Fróes, presidente do Núcleo Dirigente Transitório, em entrevista durante o Troféu Guará, dizer que o Cruzeiro poderia cair para a Série C se não honrasse seus compromissos. “Caso o clube não cumpra com suas obrigações, é passível sim de penalidades, como por exemplo a perda de 6 pontos na Série B por processo. No entanto, em caso de condenação, o Cruzeiro terá um prazo estipulado pela Fifa para quitar o débito em questão antes que a punição seja aplicada”, explicou a nota divulgada.

UM FIO DE ESPERANÇA – Na última quarta-feira, os torcedores cruzeirenses tiveram um alívio em relação às más notícias e foram recepcionar o atacante Marcelo Moreno no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. O boliviano deixou para trás muito dinheiro no futebol chinês, onde defendia o Shijiazhuang Ever Bright, para retornar ao clube de Minas Gerais, onde jogou em duas oportunidades, entre 2007 e 2008 e em 2014. Ao todo, soma 93 jogos e 45 gols.

“Muitos chamam de loucura, mas eu chamo de amor. O lugar onde o coração bate mais forte é o que pode ser chamado de casa”, disse o atacante em sua apresentação.