Esportes

Ameaçada pelo terrorismo durante Eurocopa, França só comemora evento sem ataques

Ameaçada pelo terrorismo durante Eurocopa, França só comemora evento sem ataques Ameaçada pelo terrorismo durante Eurocopa, França só comemora evento sem ataques Ameaçada pelo terrorismo durante Eurocopa, França só comemora evento sem ataques Ameaçada pelo terrorismo durante Eurocopa, França só comemora evento sem ataques

Saint-Denis, França – Uma das imagens marcantes da maior conquista da história da seleção da França, a Copa do Mundo de 1998, foi a avenida Champs-Elysées tomada por 600 mil torcedores em êxtase pela vitória de 3 a 0 frente ao Brasil. Neste domingo, isso não se repetiu com os franceses, mas com os portugueses, vencedores da Eurocopa de 2016. Diante da ameaça terrorista, o Ministério do Interior tentou controlar a festa enviando 3,4 mil policiais para patrulhar a avenida, por temor de mais um atentado do Estado Islâmico.

O reforço do policiamento já era previsto e aconteceu em toda a cidade, em seus diferentes pontos de festa – a Torre Eiffel, onde foi instalada a maior fan-zone da competição, com 85 mil lugares, era uma preocupação especial das autoridades. A obsessão com o tema foi tão forte que a chefia de polícia decidiu que, em caso de vitória dos franceses – o que não se confirmou -, não haveria desfile dos campeões em carro aberto pela principal avenida de Paris. “Não podemos deixar circular as massas”, justificou na última sexta-feira o chefe de polícia da capital, Michel Cadot.

Ao longo dos mais de 30 dias de competição, a questão da segurança dos torcedores frente à ameaça permanente de atentados estava em todas as mentes. Grandes efetivos de polícia foram espalhados em Paris, interditando avenidas e desviando o trânsito nos locais de concentração de torcedores. Mas nada disso impediu que a competição realizada na França superasse as expectativas.

Os números finais ainda serão divulgados pelos organizadores, mas até a última sexta-feira o balanço indicava que mais de 11,2 milhões de torcedores solicitaram ingressos, a maior parte franceses – 40,61% do total -, mas também alemães e ingleses ficaram entre os mais assíduos. Destes, 2,4 milhões foram aos estádios em 51 partidas e outros 3,6 milhões de torcedores acompanharam os jogos nas fan-zones da Uefa espalhadas pelo país.

Até aqui o impacto econômico da competição ainda é impreciso porque exigirá mais estudos. Mas o Centro de Direito e de Economia do Esporte (CDES), órgão que se debruçou em projeções financeiras do torneio, indicou que a competição deve ter resultado em cerca de 1,26 bilhão de euros em riqueza para o país, além de 100 mil empregos temporários. “Esse número reagrupa o crescimento do consumo ligado a uma parte a despesas turísticas, em especial com as fan-zones (195 milhões de euros) e com as despesas de espectadores nos estádios (593 milhões de euros)”, informou Christophe Lepetit, um dos autores do estudo do CDES.

Mas, para as autoridades do país, o maior retorno financeiro é sem dúvida o de imagem. Encerrada a competição sem nenhum incidente maior, à parte dos choques entre hooligans ingleses e russos com as forças de ordem em Marselha e Lille, o balanço em termos de segurança é positivo e tende a contar pontos para a candidatura de Paris à sede dos Jogos Olímpicos de 2024.