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Antes de renunciar, Blatter foi informado que era investigado nos EUA

Antes de renunciar, Blatter foi informado que era investigado nos EUA Antes de renunciar, Blatter foi informado que era investigado nos EUA Antes de renunciar, Blatter foi informado que era investigado nos EUA Antes de renunciar, Blatter foi informado que era investigado nos EUA

Zurique – Joseph Blatter sabia que estava sendo investigado pelos Estados Unidos quando anunciou sua decisão de deixar a presidência da Fifa, nesta terça-feira. O suíço decidiu convocar novas eleições apenas quatro dias depois de ter sido eleito para um quinto mandato. Sob forte pressão de cartolas, de políticos e patrocinadores, Blatter deixa o poder depois de 17 anos como presidente e 39 anos como funcionário da entidade máxima do futebol.

Mas foi acima de tudo o risco de uma prisão e um processo penal que mais pesaram na decisão. Se no fim de semana Blatter insistia que não renunciaria, tudo mudou quando ele foi informado extraoficialmente que o Departamento de Justiça dos EUA estava tentando montar um caso contra ele, baseado nos depoimentos de dezenas de pessoas, inclusive os cartolas que foram presos nos últimos dias.

A pressão aumentou quando foi revelado que a Justiça americana estava investigando Jérôme Valcke, seu braço direito. Documentos revelaram que ele o secretário-geral da Fifa sabia dos pagamentos de US$ 10 milhões para cartolas no Caribe, que estão sob investigação pelo FBI. Inicialmente, a Fifa insistiu que a carta vazada na segunda-feira à noite não provava nada. Mas, horas depois em Zurique, a crise estava instalada.

Valcke já havia anunciado que não viajaria ao Canadá, um forte aliado dos EUA, para a abertura do Mundial Feminino, que ocorre no fim de semana. Ele era o principal executivo do torneio que, nos últimos anos, ganhou uma nova dimensão na entidade. Mas fontes em Zurique confirmam que existiam temores de que, estando no Canadá, a polícia local pudesse atender a qualquer momento um eventual pedido de extradição por parte dos EUA. Para Blatter, ter seu braço direito envolvido poderia significar um contágio imediato.

O Ministério Público da Suíça também indicou que havia aberto um novo processo penal por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta contra um alto funcionário da Fifa. Mas garantiu que, por enquanto, não se trata de Blatter.

Mas, aconselhado por seus advogados e cobrados por patrocinadores, Blatter decidiu renunciar num escândalo de corrupção que fez sete presos em Zurique e se aproximou de seu gabinete.

Para completar, um tribunal de Nova Iorque deve publicar nesta quarta-feira a íntegra de depoimentos no processo da Fifa, o que poderia trazer à luz nomes como o de Blatter, citados textualmente por testemunhas e mesmo por condenados.