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Árbitro relata abandono da Lusa, mas não indica W.O.

Árbitro relata abandono da Lusa, mas não indica W.O. Árbitro relata abandono da Lusa, mas não indica W.O. Árbitro relata abandono da Lusa, mas não indica W.O. Árbitro relata abandono da Lusa, mas não indica W.O.

São Paulo – De todas as súmulas da primeira rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, disponibilizadas no site da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), só uma não está no seu modelo online. Exatamente a feita pelo árbitro Marcos André Gomes da Penha, do Espírito Santos, a respeito do jogo entre Joinville e Portuguesa, na Arena Joinville, sábado, interrompida aos 17 minutos do primeiro tempo pelo clube paulista, que se retirou de campo.

No documento, o árbitro deixa em branco o espaço para “placar final” e coloca “0 x 0” como o resultado do primeiro tempo. Assim, em nenhum momento indica que houve W.O. por parte da Portuguesa, como havia sido indicado pelo delegado do jogo, Laudir Zermiani, que é presidente da Liga Joinvilense.

“Aos 17 minutos do primeiro tempo, no instante que a partida se encontrava com o placar de 0 a 0, após a marcação de um tiro lateral a favor da equipe do Joinville, subitamente, todos os jogadores da Portuguesa abandonaram o campo de jogo, estando a partida paralisada, indo diretamente para o seu respectivo vestiário”, escreveu o árbitro, sem citar a conversa entre o delegado do jogo e o técnico Gallo, quando este foi alertado de que, por ordem da diretoria, deveria retirar o time de campo.

Marcos André escreve que pediu ao quarto árbitro e ao delegado do jogo que fossem até o vestiário da Lusa e pedissem que o time voltasse a campo. “No local, foram recebidos pelo sr. Marcos Rogério Lico, que se identificou como representante da equipe e única pessoa autorizada a falar. O referido dirigente informou-lhes que a equipe da Portuguesa não regressaria de forma alguma ao campo de jogo”, relatou o árbitro, citando o filho do presidente da Lusa.

“Decorridos 30 minutos após a interrupção, ocasionada pelos supramencionados, e com a não (…) de nenhum atleta da Portuguesa, informei capitão do Joinville que sua equipe poderia se retirar do campo, haja vista que não haveria prosseguimento da partida por ter a equipe da Portuguesa se recusado a continuar jogando-a”, escreveu Marcos André. Como o documento no site da CBF foi escaneado e perdeu visibilidade, não foi possível entender parte do que foi escrito.

A Portuguesa alega que se retirou de campo porque seu presidente foi intimado a obedecer uma liminar, concedida a um torcedor, que garantia a Lusa na Série A do Brasileirão. Ilídio Lico, na versão do clube, poderia ser preso se não respeitasse a decisão judicial. O presidente da CBF, José Maria Marin, em conversa com o delegado do jogo, chegou a ordenar que a Lusa voltasse a campo. A CBF ameaça o time paulista até com exclusão do torneio. O caso deverá ser apreciado pelo STJD.