
O ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro 2025 vai movimentar a praia de Jacaraípe, em Serra, a partir de sexta-feira com a última etapa feminina do Circuito Mundial. A competição definirá as campeãs mundiais da temporada nas categorias profissional, pro júnior e master.
A busca pelos títulos mundiais é garantia de muita disputa, mas o evento vai além. É sinônimo de inclusão e superação com a categoria PCDs, reunindo atletas amputadas, mastectomizadas e deficientes visuais entre as 120 bodyboarders de mais de 10 países que estarão presentes.
A PCDs , categoria que não conta pontos para o Circuito Mundial, é uma categoria exclusiva do Wahine, que ano a ano faz história no evento, com as atletas desafiando seus limites. E, desde 2024, está ainda mais inclusiva. Além das amputadas e mastectomizadas, competiram também as deficientes visuais. Na edição 2025, não será diferente. A expectativa é de repetir a emoção do ano passado.
“Muitas das atletas debutaram na modalidade em 2024, especialmente as visuais. E isso é bem difícil para quem possui deficiência visual (baixa visão ou cega). Foi uma temporada emocionante. Elas cumpriram o papel com um lindo espetáculo de superação. Estamos esperando uma evolução técnica das meninas que participaram ano passado. A emoção e o show estarão garantidos”, afirma o professor Hudson Renato.
Ele é o responsável pela categoria PCDs no ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro, além de técnico esportivo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em atletismo e natação paralímpica.
Campeã mundial de atletismo é uma das feras
Entre as Deficientes Visuais, a campeã de 2024 foi Renata Bazone, 51 anos, que volta a Jaracaípe neste ano em busca do bicampeonato.
Carioca, ela chegou a Serra, no Espírito Santo ainda criança. Campeã mundial nos 800m da classe T11 (cegueira total) no atletismo paralímpico no Mundial de Doha-2015, Renata fez sua primeira competição de bodyboarding no evento do ano passado e comemorou o título.
“Eu nunca tinha tido uma experiência no mar. Até então, nem sabia nadar. Mas, ao receber o convite para o projeto de PCDs no bodyboarding, da Neymara Carvalho, juntamente com a ArcelorMittal, decidi participar. E é muito legal a forma como é feito o trabalho com a atleta e seu guia. Espero repetir esse resultado. Tenho treinado para isso”, destaca Renata, que fará novamente a parceria campeã com o guia cearense Dudu Freitas.
Outra atleta capixaba confirmada é Letícia de Oliveira Alves, 16 anos, na Amputadas, vice-campeã em 2023 e 2024. “O Wahine é um evento muito especial para mim”, diz a jovem bodyboarder do Espírito Santo.
Na Mastectomizadas, a cearense Rangéria Amorim, 48 anos, estará na praia de Jacaraípe pela terceira vez. No ano passado, ficou com a quarta colocação na categoria.
“Estou completando sete anos da retirada do câncer e da minha mama direita. Por meio do contato com o mar, tenho descoberto quem sou. O Wahine, para mim, é além de uma competição. É celebração de vida, da potência feminina e do que o bodyboarding possibilita como manifestação em cada uma das mulheres que foram escolhidas pelo esporte. Fazer parte da categoria de mastectomizadas é sobre representatividade. Juntar-me a outras mulheres que receberam um câncer tem sido um processo de cura que não precisa de palavras. Estar juntas, no mar, é mostrar que viver é uma dádiva e celebramos isso com uma força que é incrivelmente mágica e consegue tocar a quem está assistindo”
Rangéria Amorim, bodyboarder
O ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro 2025, apresentado por Extrabom, tem patrocínio principal da ArcelorMittal, com patrocínio master do Governo do Estado do Espírito Santo por meio da LIEC, patrocínio da EDP Brasil, com apoio do Grupo Coroa, Jaklayne Joias e Prefeitura de Serra, realização do INC (Instituto Neymara Carvalho) e IBC (International Bodyboarding Corporation), com homologação da Confederação Brasileira de Bodyboarding.