Corrida Vale volta para as ruas, conta história em 3 percursos inéditos e coloca os corredores pra sambar!

A mais desejada do ano! Três percursos inéditos, Kit do Corredor com itens exclusivos e a marca de uma das maiores corridas de rua do Espírito Santo. A Corrida Vale, realizada na manhã deste domingo (03), já dava sinais de que seria sucesso de realização com o limite de vagas preenchido bem antes do previsto. E nas últimas semanas o que se viu nas redes sociais foi uma verdadeira “caçada” em busca dos kits. Todos querendo fazer parte do seleto grupo de 2.1 mil corredores inscritos.

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Como o Blog Corrida de Rua já tinha previsto, o sucesso do lançamento da prova se concretizou nesta manhã. Quem também acertou foi a previsão do tempo. Chuviscos começaram a cair, por volta das 7 horas, um pouco antes da largada oficial do percurso de 16km no Museu Vale, em Vila Velha. O ponto turístico, localizado às margens da Baía de Vitória, nos recebeu de portas abertas. Ali, no cenário da largada, na antiga sede da Estação Pedro Nolasco, construída em 1927, um capítulo da história do Espírito Santo começou a ser contada aos corredores.

Confira o seu tempo oficial na prova!

A “Maria Fumaça”, uma locomotiva centenária da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que percorreu centenas de milhares de quilômetros em prol do desenvolvimento da economia capixaba, mesmo “aposentada”, soltou fumaça e emitiu o bom e velho apito, assumindo a função de emitir um sinal de força aos atletas que paravam ao seu lado para as tradicionais “selfies”.

A largada foi dada debaixo de chuva fininha e os nossos pés se intercalavam entre rodovia e ferrovia. Em meio ao asfalto, o trecho de trilhos que marca o início da Estrada de Ferro Vitória a Minas, nos levou até a Ponte Florentino Avidos, mais conhecida como Cinco Pontes, a primeira ligação da ilha de Vitória ao continente, inaugurada em 1928 no então Governo Florentino Avidos. Abaixo dela, a Baía de Vitória. Acima, cinco grandes estruturas de aço importadas da Alemanha e trazidas até o Porto de Vitória em porões de navios.


Na passagem pela ponte de maior importância econômica para o Espírito Santo, deixamos a cidade de Vila Velha e entramos no coração da ilha de Vitória. Percorremos um trecho do bairro “Ilha do Príncipe”, que, segundo a história, teria esse nome por ter pertencido ao príncipe Dom Pedro II, membro da família real brasileira.

Em seguida, passamos por outro grande marco da economia capixaba: o mercado da Vila Rubim, que na década de 40 surgiu como um ponto de desembarque de mercadorias que chegavam à baía de Vitória provenientes do interior do Estado e eram comercializadas por pequenos mercadores. Hoje o local reúne um mercado de peixe, lojas de artesanato, mercearias, bares e lojas.

O Porto de Vitória, principal terminal de transporte marítimo da capital, e responsável pelo crescimento da cultura cafeeira capixaba, compôs o cenário da corrida para contar a história da economia capixaba. De um lado, o porto. Do outro, o Palácio Anchieta, sede do Governo do Estado, que na segunda metade do século XIX, abrigava (onde hoje é a sua escadaria) o Cais do Imperador, onde era feito o embarque de cargas, já que ainda não existia o terminal portuário.

Acessamos a avenida Beira-Mar, no centro de Vitória, e logo no início da via era possível ouvir a buzina do rebocador Hélio Ferraz, embarcação da Vale no Espírito Santo, responsável por manobras de atracação e desatracação dos maiores navios graneleiros que operam hoje no mundo. Ao lado dele, o imponente Penedo, montanha-ilha, símbolo da Baía de Vitória com 136 metros de altitude.

Ainda do outro lado da baía, o primeiro porto da Vale instalado no Espírito Santo (hoje desativado), que começou a operar em 1942, com o desembarque de vagões de minério de ferro.

Passamos pela conhecida “Curva do Saldanha”, aos pés do Clube de Regatas Saldanha da Gama, que guarda em sua história grandes e centenárias conquistas esportivas. Seguimos por toda a extensão da avenida Beira-Mar, com aproximadamente 2,5km.

Na Prefeitura de Vitória, passamos pela largada do percurso de 10 quilômetros. Na frente do executivo municipal, outro tradicional clube de regatas, o Álvares Cabral, rival secular do Saldanha, por onde passamos poucos metros atrás.

Um pouco mais à frente, acessamos a Enseada do Suá, região de aterro construída na década de 70 que abriga uma grande área comercial, além de outro ponto turístico, a Praça do Papa, de onde é possível apreciar uma das belas vistas da cidade: a baía de Vitória, tendo ao fundo o Convento da Penha e a cidade de Vila Velha.

Seguimos rumo ao Shopping Vitória, o maior centro comercial da capital. Antes passamos por baixo da Terceira Ponte, que também liga a capital capixaba à cidade de Vila Velha. A estrutura  foi a maior obra já realizada no Estado e uma das maiores do Brasil, tornando-se um dos cartões-postais das duas cidades e do Espírito Santo.

Percorremos todo o charme da Praia do Canto, bairro nobre de Vitória, passando pelas praças do Desejo, onde foi a largada do percurso de 6km, e dos Namorados. Pouco mais à frente, deixamos novamente a ilha e cruzamos o continente, ao passar pela Ponte de Camburi, onde chegamos na maior praia da capital, com aproximadamente 6km de extensão. Camburi é a única praia de Vitória localizada na parte continental da cidade.

Sede de muitas corridas e de grandes eventos esportivos, foi ali que nós, corredores, encaramos os últimos quilômetros de prova, ao lado de outros atletas e praticantes de atividades físicas que aproveitam a estrutura de calçadão e da rua de lazer para colocar a saúde em dia.

A chegada dos três percursos, 16km, 10km e 6km, foi na sede do Complexo Portuário da Vale, em Jardim Camburi, onde uma ampla estrutura foi montada para receber todos os inscritos. Com muita sombra e água fresca, sessões de massagem e suporte das tendas de assessorias esportivas, recebemos todo o conforto necessário para curtir a alegria da conquista da medalha. Um dos pontos mais movimentados era o painel, onde os corredores, que escreveram sua história de superação na 7ª edição da prova, procuravam seus nomes. E o enredo da Corrida Vale terminou em samba! A bateria da escola de samba capixaba “Pega no Samba” esteve lá representando a história cultural do carnaval que começa aqui, antes do Brasil inteiro.

Depois de duas edições sendo realizada dentro do Complexo Portuário, a Corrida Vale voltou para as ruas e ao lançar os percursos inéditos proporcionou aos corredores uma aula de história da economia capixaba. A chuva fina que caiu durante os primeiros quilômetros de prova não apagou o brilho do evento e ainda impediu o aumento da temperatura, que poderia castigar os atletas das distâncias maiores. A cerimônia de premiação foi rápida e a estrutura da prova, que causa impactos no trânsito da cidade, foi desmontada também com agilidade. Enfim, a prova se consolida mais uma vez como uma das maiores corridas do Espírito Santo e já tem data bloqueada da próxima edição: 02 de dezembro de 2018!

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