Desafio Cidade Maravilhosa: corredores do Estado vão testar limites nos 63km

Três medalhas para quem superar o desafio

Muitos corredores do Espírito Santo se preparam para encarar os 63km do Desafio Cidade Maravilhosa, no Rio de Janeiro. No sábado (22), terão pela frente a Meia Maratona e, no domingo (23), a Maratona. Se correr uma maratona não é para qualquer um, imagine correr 42km depois de ter feito 21km no dia anterior. Desafio, por exemplo, para o analista de sistemas Bernardo Andrade e o controlador de tráfego aéreo Revan Berger, ambos de 42 anos, que conciliam os treinos com seus trabalhos e famílias e são movidos a testar os próprios limites.

“Decidi encarar o desafio quando, ao finalizar a Meia e depois a Maratona do Rio pela primeira vez, fiquei com vontade de fazer imediatamente novamente ambas e não ter que esperar um ano até poder fazer novamente”, contou Bernardo.

“Tenho o perfil de sempre tentar ir além, de me superar de alguma forma. Foi assim que comecei treinando. Quando fui ver, já estava treinando para correr 5km. A cada objetivo conquistado, busco outro desafio.  Foi assim que fui vencendo as distâncias de 10, 16, 21, 30, 42, 60 km”, afirmou Revan.

Prova diferenciada

Bernardo afirma que correr a prova no Rio tem um diferencial

Apesar de já ser ultramaratonista, Bernardo afirmou que correr a prova no Rio tem um diferencial. “Não tem comparação. Para mim, a maratona sem dúvida é a prova mais desafiadora. Nela, você tem a certeza de estar 42,195km correndo sem parar, buscando dar o seu melhor o tempo todo. Numa ultra, você já sabe que terá um respiro, uma pausa, um descanso. Fazer 42,195km na alta frequência é o que nos move em busca do pórtico final. Especialmente no Rio de Janeiro, o visual é o grande diferencial, a maior e mais linda do País”.

Também ultra, Revan destaca que a Maratona do Rio tem uma emoção especial. “Corri lá em 2017. Quando estava pensando numa prova alvo para 2019 que me desafiasse de verdade, alguns amigos sugeriram fazer o desafio. Achei loucura no início. Pra falar verdade, ainda acho. Mas como não teria o mesmo sabor se fosse algo fácil, resolvi encarar. Voltar com 3 medalhas é um mero detalhe. O que importa é ir lá e me divertir, sabendo que darei meu melhor”.

Preparação

Para Bernardo, que está se preparando para a Uphill Marathon, na Serra do Rio Castro (SC), em 31 de agosto, o Desafio da Cidade Maravilhosa será um teste, servindo como base tanto fisicamente quanto mentalmente. A Serra do Rio do Rastro leva os corredores a subirem seus quase 1.500 metros de altitude entre suas 256 curvas. “Os treinos são cansativos, mas estão acabando. Como se diz: correr a maratona não é difícil, treinar pra uma maratona que é. Como me lesionei ano passado gravemente, tudo é novo… então esses eventos devolvem a confiança perdida”.

Tranquilidade

Revan garante que a rotina de treinos está até tranquila

Já Revan destacou que, por incrível que pareça, a rotina de treinos está tranquila. “Os treinos para a Maratona de 2017 foram bem mais exaustivos. Eram cinco dias por semana. Cheguei nessa fase muito cansado. Mas aí entram a experiência e a relação de confiança com o treinador”.

Revan complementa: “Ano passado,  por exemplo, por questões de compromissos profissionais, fiz a Maratona do Espirito Santo praticamente sem treinos específicos para essa prova. Fiz 3 ou quatro longões antes do evento e no dia fui pra me divertir. O tempo foi bem maior que em 2017, mas curti bem mais a prova. Então, para 2019, estou conciliando tudo. Estou focando na alimentação, no fortalecimento e seguindo a planilha à risca. Agora é tentar não lesionar até os dias 22 e 23/06, para poder curtir mais esse desafio”.

Ansiedade

Ao ser questionado se considera o Desafio Cidade Maravilhosa mais difícil que uma ultramaratona, Bernardo ponderou: “Acho que sim. Na preparação para maratona, existe um descanso pré-prova dentro do planejamento. No Desafio Cidade Maravilhosa, o descanso será uma meia de véspera”. Ele também não esconde a ansiedade: “Não vejo a hora de pegar o busão e ir para as largadas. Adrenalina sobe só de pensar”, afirmou Andrade, que ainda fez um agradecimento aos profissionais que o ajudam a atingir seus objetivos: “Quero agradecer à  Assessoria O2fit, ao treinador Bernardo Ramos, à nutricionista Bianca Passos e ao fisioterapeuta Alisson Bernardo, que me apoiam sempre”.

Revan ressaltou que qualquer prova pode se tornar difícil se você não se preparar. “Em 2017, minha prova alvo era a Maratona do Rio. Depois dela, alguns amigos me convenceram a correr uma ultra night run na EAMES. Não treinei especificamente para ela, mas vinha dos treinos da Maratona do Rio, então resolvi encarar. Consegui fazer 60 km em 8 horas de prova. Nesse tipo de evento, com circuito fechado, você estabelece uma estratégia e corre o quanto der. Agora, o desafio é outro: correr uma meia maratona e, em menos de 24 horas, correr uma maratona. Não sei como meu corpo vai responder ou se recuperar da prova de sábado e já vou submetê-lo a um esforço muito maior no dia seguinte.  Por mais que os treinos estejam em dia, existem variantes que não tenho controle: clima, lesões, bolhas…”.

Quanto à ansiedade, Revan dá uma declaração curiosa: “Durante as provas, vou me perguntar um milhão de vezes por que estou fazendo aquilo e vou prometer para mim mesmo que nunca mais vou correr qualquer distância além de 5km. Mas, ao final da prova, mesmo que eu quebre, vou estar orgulhoso por ter tentado e muito provavelmente já pensando qual será a próxima enrascada que vou me meter”.

Como funciona o Desafio Cidade Maravilhosa?

Silvio Boia, do Programa Kilometragem, dá no vídeo abaixo todas as dicas que você precisa saber sobre como é a dinâmica e como se preparar para os 63km!

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