Garoto: cirurgias, homenagens, emoção e superação no percurso de empresária

Corredora é exemplo de superação e inspiração para nunca desistir
Rachel correu a Garoto pela primeira vez em 2015

A empresária Rachel Gomes, de 39 anos, tem uma forte ligação com a Dez Milhas Garoto e uma emocionante história. Superação e emoção correm lado a lado com ela, que disputou a primeira Garoto em 2015, quando prestou uma homenagem à mãe de uma amiga que ela considerava como uma segunda mãe. A corredora também já passou por realizações, dores, cirurgias (inclusive, de redução de estômago), frustrações…

Vale a pena conhecer a trajetória dela e se inspirar tanto para a corrida de rua quanto para a vida.

Como tudo começou

“Tudo começou em dezembro de 2003, na verdade, dia 21 de dezembro de 2003. Na véspera, o dia tão esperado: minha festa de formatura em Educação Física. Feliz e formada, indo embora no dia seguinte para uma aventura de intercâmbio. Dia 21/12, estava indo embora para o Alasca, nunca tinha saído da barra da saia dos meus pais. Fiquei lá por 8 meses, até o dia que minha avó faleceu e eu voltei porque fiquei preocupada com minha mãe. Aí começa toda a história. Depressiva por ter largado o sonho para trás, resolvi trabalhar e exercer a linda profissão que escolhi. Aquela profissão que a gente ama cuidar dos outros. Durante anos, eu me foquei nos outros, trabalhava o tempo todo. Trabalhei até 2009 em uma academia na Praia da Costa, até que resolvi realizar meu sonho e abrir a minha. Estava de bem com a vida. Casa nova, realizada… tudo estava perfeito, mas será que estava mesmo? Eu estava realizada profissionalmente, tinha um relacionamento de 10 anos… tudo lindo”.

Sinal de alerta

“Chegou abril de 2010, meus 30 anos. Fiz aquela festa, churrasco com 100 pessoas, simplesmente perfeito. Minha irmã me deu de presente mais um sonho: iríamos para Londres, em junho de 2010. Até aí tudo lindo, né? Até quando comecei a ver minhas fotos e cheguei a perguntar quem era aquela na foto. Era eu… pesando 112kg. Me assustei porque jamais imaginei estar daquele jeito. Foi quando eu surtei”.

Cirurgia

“Sem comunicar ninguém, levei minha mãe no final de julho a um cirurgião e resolvi fazer redução de estômago. Depois de todos os exames, operei dia 1º de setembro de 2010. Tinha dado a largada para uma nova vida, uma nova mulher. Foi um processo lento, mas eu estava voltando a viver”.

Primeiros trotes e estreia nas corridas

“Aos poucos fui vendo que estava faltando algo. Precisava de algo a mais, um novo desafio. Em 2014, alguns amigos estavam correndo. Achei demais, falei que queria ir junto. Comecei nos trotes morrendo, até o dia da primeira corrida: Corrida das Cores. Foi um desastre, não aguentei nada e, no final, só quis saber de ficar suja. Mas uma semana depois já tinha outra corrida e é lógico que eu estava inscrita, e como eu fui? SimplEsmente corri os 5km sem parar. Choro e emoção. Depois só fui parar em novembro de 2014. Sabem como é vaidade de mulher, depois de perder 50kg, precisava de uma plástica. Fiz e lá se foram 6 meses de recuperação”.

Rachel faturou a medalha e ainda homenageou a mãe de uma amiga: tia Vera

Dez Milhas Garoto e homenagem

“Lógico que voltei a correr. Estava focada na Dez Milhas Garoto. Minha primeira Garoto seria dia 16/08/15. Dava tempo, né? Estava focada, torcida não faltava. Família, amigos, todos envolvidos nessa nova paixão. Quem iria imaginar eu correndo??? No meio de tantas alegrias e conquistas, três dias antes da Garoto, a mãe de uma amiga minha faleceu. Ela era como uma segunda mãe. Ela falava que eu era filha mais velha, imagina como fiquei. O que eu iria fazer? Três dias… como sabia como tia Vera gostava de me ver, resolvi correr em sua homenagem, porque sabia que ela estaria torcendo por mim na avenida Champagnat, gritando meu nome orgulhosa de mim. Ganhei o colar de Nossa Senhora Aparecida da filha dela, que era um colar que tia Vera amava, mas deixou para mim. Fui correr, emocionada, com medo de não aguentar. Depois que passei a Terceira Ponte, cheguei na orla. Ah, a Praia da Costa linda como sempre, mas emoção em dobro, lá estavam meus pais. Morrendo por causa do sol e, logo mais na frente, minha amiga, filha da tia Vera, no lugarzinho que ela estaria. Eu lembro do meu número até hoje: 6595”.

Corredora é exemplo de superação e inspiração para nunca desistir

Outras corridas e lesão

“Em 2015, ainda fiz Pampulha e São Silvestre. Até que a dor no joelho me parou mais uma vez. Nova cirurgia, no dia 16 de janeiro de 2016. Mais uma vez parada, só que dessa vez foi diferente. Em abril, depois de muita fisioterapia e foco, voltei pra pista. Primeira prova: Desafio da Promessa, em 17/4/16. Saímos da Barra do jucu até o Convento da Penha, emoção em cada km. Depois disso tudo, me tornei meia maratonista no Rio de Janeiro.

Dores

“Como nem sempre tudo são flores, a corrida nos dá momentos de alegria e dor. Depois da Meia Maratona do Rio, descobri que eu deveria operar meu quadril. O médico descobriu que eu tenho uma ponta de osso em cada lado do quadril que impede o desenvolvimento da minha passada, travando o movimento e causando dor. Essa cirurgia seria feita para evitar o desgaste dos ossos e evitar colocar prótese no futuro. É lógico que resolvi não ouvir essa parte, né”.

Melhor ano da vida

“Enfim, chegamos no melhor ano da minha vida: 2017. Taí um ano que jamais vou esquecer. Esse ano me tornei maratonista no dia 18/06/17, fiz meu primeiro triathlon em 12/11/17 e me tornei ultramaratonista nas 12 horas do Exército no dia 9/12/17. Mas como aquele ditado não falha: ‘aqui se faz, aqui se paga’. Em abril de 2018, pela primeira vez fazia quarteto com as meninas no Desafio Vitória x Anchieta. Mulherada animada, eu como capitã do time… me machuco no início da prova. Piso em um coco na Praia da Costa. Como fazer? O que fazer? Lógico que continuei. Fui até o fim. Conquistamos o maior desafio das nossas vidas. Lindo demais ver o poder de cada menina nessa prova. Mas eu me machuquei feio, tive microfratura no pé direito. Depois disso foi só piorando a lesão, porque eu estava inscrita em tantas corridas que não poderia parar. Fiz a Garoto, Meia de Vitória e até mesmo as 12 horas do Exército em dezembro de novo. Ano difícil, corticoide o tempo todo, infiltrações, e tudo isso em vão”.

Homenagem na Garoto 2018

“Na Garoto do ano passado, a homenagem foi para meu primo. Dudu faleceu dia 30 de agosto, ele se foi de forma rápida, o coração simplesmente desligou e o mais impressionante é que duas semanas antes toda a família estava reunida no casamento da sobrinha dele. Parecia que sabíamos que era uma despedida. Dos filhos do Eduardo, ganhei uma meia, a qual usei na Garoto. Ele também gostava de correr em Santos. Eu usei a meia porque sabia que iria precisar de toda força nessa Garoto. Meu primo falava o quanto tinha orgulho e como eu era doida por ter me submetido àquela cirurgia em 2010, mas como ele tinha orgulho do que tinha me tornado”.

Desafios

“2019 está sendo um ano de desafios. Descobri que rompi o ligamento do dedo, vou ter que operar de qualquer jeito, mas como a cirurgia não chega, a Garoto 2019 está chegando e as 12 horas para 72km também”.

Corrida de rua

“Somos loucos pela corrida, pela vida. A corrida me trouxe a vida, a vontade de viver, superar qualquer obstáculo e mostrar que somos mais capazes do que imaginamos. Vamos sempre ouvir que somos doidos e que não vale a pena esse sacrifício. Eu falo e repito: ‘Vale sim, e muito, a vida é uma só’. Viva como se fosse o último dia todos os dias. Faça por você e esqueça os outros”.

Parabéns por sua história, sua superação e todas suas conquistas, Rachel. Você é um exemplo de força de vontade e dedicação e a prova de que basta querer para ser um vencedor.

Serviço

30ª Dez Milhas Garoto

Data: 29 de setembro de 2019

Horário da largada por categoria:
– Atleta cadeirante: 7h10
– Elite feminino: 7h15
– Elite masculino/Pelotão Premium e Geral: 7h30
Local de largada: Avenida Dante Michelini x Avenida Luiz Manoel Vellozo, Praia do Camburi (Vitória-ES)

Inscrições pelo site: www.dezmilhasgaroto.com.br

Valores da inscrição:
Individual: R$ 90,00
Pacotes familiares: R$ 115,00 (1 adulto e 1 criança); R$ 140,00 (1 adulto e 2 crianças); R$ 165,00 (1 adulto e 3 crianças)
Pelotão Premium: R$ 250,00 (150 vagas)
Entrega do kit: 27 e 28 de setembro

4 Replies to “Garoto: cirurgias, homenagens, emoção e superação no percurso de empresária

  1. Pois é Rachel … lembro quando estava com medo de encarar seus primeiros 8kms na Nuts … fez com louvor, daí pra frente vc decolou … Feliz por vc … continue assim, é espelho para muuuuitos. Parabéns!!!!!!!!!

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