Por que correr uma maratona?

Entre as várias metas traçadas pelos corredores de rua, uma delas é se tornarem maratonistas. Vários têm o sonho de completar os difíceis 42.195 e integrarem a parcela de 1% da população mundial que já alcançou esse feito.

O ciclo de fazer uma maratona exige foco, disciplina e uma força de vontade acima da média.  É preciso se preparar física e mentalmente. Ninguém corre da noite para o dia.

A experiência é única. Já tive a oportunidade de fazer três maratonas (São Paulo, em 2017, e Rio de Janeiro e Espírito Santo, em 2018). Quer realizar esse sonho também, então procure um profissional ou assessorias de corrida para ajudá-lo e também ouça relatos de quem se tornou maratonista.

O blog Corrida de Rua hoje reproduz um texto da ultramaratonista Lílian Moreira (De suor e poesia). Leia com atenção e se motive a encarar esse desafio:

Por que correr uma maratona?

Por saúde? Não, o desgaste físico da preparação e da corrida em si extrapola muito o conceito de correr por saúde física.

Por pódio? Pelo menos não para mim, pobre mortal das corridas… Por obrigação? De jeito nenhum!!!

Então por quê? Porque eu quero!

Porque um desafio como este me mantém VIVA, motivada! Preciso chegar a minha casa depois de um dia desgastante de trabalho e ter outras perspectivas além de dormir e simplesmente voltar para o trabalho no dia seguinte…

Porque a sensação de atravessar a linha de chegada e dizer EU CONSEGUI é só minha e de mais ninguém!

Porque a disciplina que a preparação exige de mim coloca-me à prova todos os dias… E com isso eu me sinto um pouquinho melhor comigo mesma a cada treino…

Porque o turbilhão de emoções que esta experiência desperta é incomparável: ansiedade, insegurança, adrenalina (antes da prova); euforia e endorfina (nos quilômetros iniciais); às vezes até raiva (lá pelos 30 quilômetros e você se pergunta: “que DIABOS eu estou fazendo aqui??? “); além daquela determinação no final: “quer saber? É questão de honra terminar essa porcaria!!!”. É mesmo um caso de amor e ódio como muitos outros da vida…

(Correndo a Maratona da Disney, ao lado de meu amigo Sérgio Gonçalves,  quando chegamos ao quilômetro final, foi  dando um nó na garganta e eu me concentrando nas passadas já doloridas; então ele disse algo como: “Tá difícil segurar…” Aquelas palavras foram suficientes para eu entender que eram as lágrimas da superação que já não cabiam mais no reservatório dos olhos… Naquele momento não precisava de mais nada para que nossa comunicação acontecesse perfeitamente. Ali, em silêncio de palavras, mas em conversa de passadas no asfalto e de batidas do coração, eu entendi tudinho o que ele dizia e, principalmente, sentia o que ele sentia…)

Choro só de escrever essas palavras… Choro quando estou sozinha fazendo um longão… É o momento da minha catarse! É o momento da minha conversa comigo mesma, da minha discussão com minhas fraquezas e medos… Tenho que decidir o que eu quero; tenho que superar as barreiras que me são colocadas pelo corpo e pela mente… Tenho que ser cada vez mais inteira em momentos como este..

A maratona me faz ser mais completa à medida que me faz ser mais forte, mais determinada. Drauzio Varela diz a respeito disso:

“A maratona tem uma  ligação direta com a vida, com aqueles momentos em que você é obrigado a fazer um esforço para chegar ao fim. Ela dá essa resistência, de você saber que está difícil, mas que vai ter que conseguir de qualquer maneira. A vida é assim: você passa por fases duras, mas persiste porque sabe aonde quer chegar. A maratona também te dá uma sensação de que você pode. Quarenta e dois quilômetros? Quem pode correr isso, pode outras coisas também.”

É por isso tudo e muito mais (que eu não consigo expressar em palavras) que eu corro uma maratona. Jamais gravaria na minha pele algo que não fosse tão significativo; jamais tatuaria em mim algo que não fosse tão à flor da minha pele…

Muito bom o texto. E aí, animou? Então se prepare e se programe, pois o ano está recheado de provas boas, inclusive, aqui no Estado. Vem aí a Maratona Internacional do Espírito Santo, no dia 5 de julho, saindo de Itaoca (Itapemirim) e chegando em Castelhanos (Anchieta).

Quer viajar pelo Brasil para correr os 42,195km? Veja o calendário de provas aqui.

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