Corredorespecial_biel: história para motivar e emocionar no Dia dos Pais

Qual limite de um pai para ver seu filho feliz? O engenheiro Rodrigo Silva Rocha, de 41 anos, encontrou na corrida uma forma de levar diversão para Gabriel, que tem 18 anos e nasceu com paralisia cerebral.

Em 2013, Rodrigo, que mora em Barra do Piraí (RJ), começou a participar de provas empurrando o filhão, carinhosamente conhecido como @corredorespecial_biel, na cadeira de roda.

“Quando me perguntam por que corro com o Biel, tenho duas respostas: a primeira, que é o principal motivo, é proporcionar dias melhores para meu filho, com sorrisos largos e verdadeiros; a segunda é continuar sendo um exemplo para sempre “arrastar” mais um para esse mundo espetacular que é a corrida de rua. Eu o empurro, mas é ele quem me leva”, contou Rodrigo, durante conversa com o blog Corrida de Rua.

Tudo começou ao acaso. Um colega chamou Rodrigo para participar de uma corrida de 5km e ele não pensou duas vezes. “Fui para brincar, pois eu não corria na época. Comecei caminhando, depois trotando e correndo. Biel curtiu muito. Foi aí que tudo começou e deu a vontade de o levar para as corridas”, lembrou.

Em  2014, um amigo projetista de Juiz de Fora (MG) começou a desenvolver e “rabiscar” com Rodrigo um triciclo especial e mais apropriado para pai e filho correrem. De lá para cá, ele já perdeu as contas de quantas corridas Biel já participou.

“Sei que, entre as principais, já foram seis maratonas, 16 meias maratonas, duas provas de triathlon e um duathlon. Só faço as provas que ele faz, de acordo com o percurso. Eu me dispus a abrir mão de muita coisa para eu fazer isso com ele. Nunca fui louco, apenas nunca respeitei limites impostos, sempre fui lá conferir aquilo que eu acreditava ser possível”.

Os benefícios para Biel valem mais que qualquer medalha. “A corrida foi uma oportunidade de fazer novos amigos. Melhorou muito sua parte cognitiva e também a sua inclusão. Ele aprendeu a se comunicar de forma mais leve e solta e expressa sua felicidade pelo olhar”, contou Rodrigo.

Com o Dia dos Pais chegando, leia o emocionante post feito por Rodrigo:

“Dia dos Pais está chegando e varios de nós, mesmo com filhos crescidos, não escutaremos de nossos filhos Feliz dia dos Pais.

Muitos desses porque possuem filhos com alguma deficiência, que lhes tornam incapazes de falar, outros muitos porque seus filhos estão longes de casa ou afastados de seus pais.

Mas vamos aos nossos Deficientes Especiais….

Durante a gravidez vc falou com ele(a), o chamava, cantava, o acariciava sem mesmo poder tocar, não podemos esquecer de nada disso.

Nos cabe lembrar o seguinte… nossos filhos se tornam prisioneiros (desculpa o termo) de seu próprio corpo. É uma certeza absoluta que muitos deles gostariam de em momentos como esse nos abraçar, beijar, agradecer e nos desejar Feliz Dia dos Pais, mas eles não podem, não conseguem.

Seus sentimentos por nós continuam vivos e aflorados, em seu interior existe o comando para que falem, mas seu corpo não responde aos comandos, certamente eles lembram das conversas e carinhos que falamos no inicio do texto.

Devemos entender que a dor de não conseguir falar deve ser maior que a dor de não poder escutar, dor essa que podemos suportar.
Podemos ainda aceitar o Feliz dia dos Pais em forma de sorrisos, olhares, piscada de olhos ou até mesmo pela garra de viver, que o mantêm ao seu lado, talvez eles lutem por nós.

É isso aí….Dia dos Pais chegando, interprete, aceite, entre no abraço de seu filho e o agradeça, isso fará bem aos dois”.
Rodrigo Rocha, pai do Biel

Muito obrigado por compartilhar sua história conosco, Rodrigo! Você é um grande exemplo para todos nós!!!

#corredorespecial_biel

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