Professora supera câncer e dá exemplo de força na corrida e na vida

Uma história inspiradora de superação! A corredora e professora Dulcileni Aparecida Bravim, de 51 anos, conquistou uma grande vitória na vida e a maior medalha de todas: venceu o câncer (NEOPLASIA MALIGNA DE JUNÇÃO RETOSDIGMOIDE). Esse difícil percurso teve início em 2019.

“Eu já praticava corrida e ciclismo antes de saber que estava com câncer. Em 2019, corri 22 km de treino em um sábado. No dia 12/09/2019, fiz um exame de colonoscopia e tive a notícia de que estava com câncer. Chorei dois dias depois q soube da doença. Isso não ia me curar. Então fui buscar tratamento e nunca lembrava que eu tinha câncer. Nunca!”, lembra Dulci.

Ela relata que o esporte a ajudou a superar a doença.

“Eu digo que o esporte (corrida e ciclismo ), de certa forma, salvaram minha vida. Quando descobri o câncer do reto (já necrosado), eu tinha condicionamento e minha imunidade nunca baixou”.

Ao vencer esse grande desafio na vida, ela falou da lição que deixa para quem ama o esporte e está encarando essa situação atualmente:

“Eu li uma frase que dizia: “se não tirar tempo para a saúde, terá que arranjar tempo para a doença”. Eu já praticava corrida, o esporte salva vidas . Estando bem psicologicamente e fisicamente, isso nos condiciona a superar quaisquer dificuldades que estamos passando .

A lição que eu deixo ou o apelo que faço que esporte, seja ele qual for, ninguém fará por você e você não saberá quando vai precisar desse condicionamento, portanto comece hoje com pouquinho, pois isso é melhor que nada.

A prova de que ela saiu ainda mais forte da doença foi a primeira colocação geral na prova de 5km no evento UpRise Brasil, em Pedra Azul, onde mora e trabalha, no último dia 6 de fevereiro.

“O que me motivou a entrar nessa corrida específica é porque eu queria apenas conseguir chegar. Na minha cabeça, se eu corresse e chegasse, seria a constatação que, de fato, eu estaria bem.

Eu já havia participado de outras três provas: X Terra, Circuito Capixaba de Montanhas (CCM) e Polenta off Road. Subi ao pódio nas três. Mas a UPRISE vai ficar pra sempre no meu coração. Consegui vencer depois do câncer, e isso não tem explicação.

Quando soube que haveria essa corrida aqui em Pedra Azul, trabalhei mentalmente que eu iria correr pra chegar. Não apenas cheguei, venci e dediquei a vitória aos que fazem tratamento de câncer, para ajudar outras pessoas que possam estar passando pelo problema que tive”.

Após essa linda conquista, Dulci contou quais serão os próximos desafios na corrida:

“Eu não pretendo correr em competições, mas sempre digo que não tenho medo de acordar cedo pra correr, tenho medo de não querer ir correr.

Oficialmente, irei disputar o segundo desafio do evento UpRise, em Aracruz, pois quero muito ir nesse lugar lindo e nessa prova. Uprise é um grande evento e será uma honra participar, sem pretensão de vitória. Estar lá já será uma grande vitória”.

Ao ser perguntada se a doença deixou alguma dificuldade na hora de correr ou, pelo contrário, só ainda mais motivação para praticar esse esporte, ela contou:

“Fiz 16 quimioterapias, 29 radioterapias e duas cirurgias. Em 05/03/2020, coloquei uma bolsa de Ostomia. Em 22/10/2020, fiz nova cirurgia para reversão da Ostomia. Quando estava em tratamento usando a bolsa, eu conseguia caminhar e subir montanhas e até pedalar. Eu segurava a bolsa.

Em dezembro de 2020, peguei Covid. Em 2021, voltei pra sala de aula. Sou professora efetiva na EEEFM PEDRA AZUL

Só não consigo mais correr grandes distâncias. Sinto-me cansada. Mas não quero desistir.

Após todo esse problema, ficou uma fé inabalável. Não fossem as cicatrizes, nem lembraria que tive câncer.

Não sei explicar, mas acho que recebi uma cura que nem mesmo sou merecedora”.

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