Gabriel Renaud: “Lições da Meia Maratona do RJ”

Foto: Foco Radical

Toda linha de chegada é uma vitória e uma boa lembrança para todo corredor. Não é simplesmente o ato de correr, mas muitas coisas que cercam uma prova e muitos sentimentos envolvidos. Para quem correu no Rio de Janeiro no último final de semana, a sensação é de orgulho e felicidade extrema.

Inspirado nessa “vibe” da Cidade Maravilhosa, o corredor e copywriter Gabriel Renaud preparou o espetacular texto “3 Lições que aprendi ao Correr a Meia da Maratona do Rio 2022” para o Blog Corrida de Rua:

“Não foram meus primeiros 21k ou estreia em terras cariocas, mas esse período entre treinos e a prova gerou muito APRENDIZADO. Em 2021, não estava conseguindo treinar bem, meu condicionamento caiu bastante, principalmente depois que tive Covid.

Para você ter uma ideia, eu corri minha prova de 21k mais lenta da minha vida em dezembro do ano passado (2h26), mais de 40 minutos acima do meu RP (Recorde Pessoal).

Eu poderia ter desanimado, falado para mim mesmo: ‘caramba, você tá correndo
mal hein, melhor desistir!’ Mas nesse período já estava inscrito para correr no Rio de Janeiro, era uma inscrição de 2020.

Com isso pensei: ‘Cara essa fase faz parte do processo de recuperação do condicionamento, aproveita para se observar mais e tem paciência’.
Então tive um aprendizado com a Meia do Rio:

1 – Foque no trabalho de médio e longo prazo, nos treinos e na vida.

Foto: Foco Radical

Em apenas 6 meses meus treinos melhoraram e isso me ajudou a curtir demais cada km na cidade maravilhosa sábado passado.

Se eu tivesse desanimado lá em dezembro de 2021, não teria aproveitado cada treino de janeiro até agora.

A corrida para mim é um hobby, uma válvula de escape, uma maneira de me divertir e cuidar da saúde. Por isso ela ensina a colocarmos energia no agora, no hoje, mas pensar na colheita no médio e longo prazo.

E na vida as transformações reais e duradouras acontecem em um processo lento e constante, não é verdade? 

A partir deste insight tive um outro aprendizado na Meia do Rio.

2- Corrida deve ser um motivo para você sorrir e não mais uma cobrança

Acervo pessoal

Se você coloca a corrida como uma obrigação, mais uma tarefa que você deve cumprir, a tendência é que “bata o desânimo” ao longo do tempo. Eu falo isso porque pratico corrida há mais de 20 anos (2000) e o que me motiva a permanecer treinando é me divertir e ter metas alcançáveis.

E Correr no Rio foi divertido demais!! Encontrei amigos ao longo do percurso, curti a experiência da Casa da Maratona (expo) e ouvi uma palestra com Kaká, Zé Roberto (ex-jogadores de futebol) e Daniel Dias (atleta paralímpico de natação).

Nesta lição, eu lembro de uma declaração do maior maratonistas de todos os tempos, Eliud Kipchoge: “Quando percebo que o percurso da corrida começa a me desafiar eu retribuo com um sorriso”.

E uma outra reflexão importante que o Rio me lembrou é acerca da autoconfiança.

3 – A corrida mostra que nós podemos ir além!

Acervo pessoal

Eu fui para o Rio com a ideia de que iria celebrar meu momento pessoal e profissional, além de comemorar que estou voltando a treinar bem.

Para isso, defini como meta começar mais conservador e aumentar o ritmo aos poucos ao longo da prova, em princípio a cada 7km (orientação da minha treinadora). Mas fui sem cobrança, para realmente me observar e curtir o percurso.

Quando larguei às 7h no sábado senti uma vibe incrível, era uma atmosfera muito positiva entre os corredores.

A corrida estava encaixando, alternei o ritmo ao longo de toda prova, mas mantendo uma certa constância.

Pela “lógica” estaria mais cansado nos últimos kms e falei para mim mesmo: ‘Cara vou segurar o ritmo e tentar soltar um pouco nos últimos 3km, mas sem forçar ou dar tiro’.

Comecei a seguir o meu “conselho”, mas estava me sentindo bem.

O clima ajudou e a cabeça estava boa. Aí foi o momento que olhei para uma menina na minha frente, com camisa preta escrita nas costas “42 +”.

Ela estava com um ritmo bom, bem próximo do meu. Mas senti que estava acelerando, que não ia diminuir.

Nessa hora decidi: vou acelerar nesse último km! E essa menina me motivou demais… seguimos um dando força um ao outro, mas em silêncio.

Avistamos o pórtico, senti um alívio… mas na verdade não era o pórtico, era um local para molhar/esfriar o corpo, que frustração (rsrs).

De Repente ela me perguntou: ‘Tá dando quanto aí no seu?’ Falei o pace e depois a distância.

Percebi que ela estava ansiosa, então emendei: “Já tá acabando, vamos só fazer uma curva e pegar a reta”.

Nesse momento percebi que eu e você podemos muito mais! Fiz o km mais rápido no final, soltando, sem desespero.

E sou grato pela menina ter me ajudado, mesmo que de forma inconsciente.

Carrego essas 3 lições pelos próximos meses de 2022

Poderia ficar aqui contando muitos aprendizados que tive ao longo desse ciclo de treinos, na expo da Maratona do Rio e no dia da prova.

Mas acredito que essas 3 lições serão um baita combustível para buscar uma versão melhorada de mim mesmo ao longo deste ano.

Espero que elas também sejam úteis para você! Não apenas para seus treinos, mas principalmente para seus objetivos pessoais e profissionais.

Eu acredito 100% que a Corrida é Muito Mais que um Esporte!

Gabriel Renaud
Copywriter

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