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Boxe confirma que capacetes serão abolidos na Olimpíada após 36 anos

Boxe confirma que capacetes serão abolidos na Olimpíada após 36 anos Boxe confirma que capacetes serão abolidos na Olimpíada após 36 anos Boxe confirma que capacetes serão abolidos na Olimpíada após 36 anos Boxe confirma que capacetes serão abolidos na Olimpíada após 36 anos

Rio – O boxe ainda discute se, de última hora, vai aprovar a participação de boxeadores profissionais nos Jogos Olímpicos do Rio, encerrando a histórica autorização apenas a boxeadores amadores. Mas a modalidade já decidiu pelo menos uma mudança importante nas lutas masculinas: a abolição dos capacetes, obrigatórios no boxe amador desde os Jogos de Los Angeles, em 1984.

Na tentativa de aproximar o boxe amador do profissional, a Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba) tomou uma série de medidas ao longo do atual ciclo olímpico, incluindo a criação de duas ligas semiprofissionais. Mas a mais significativa delas foi a abolição dos capacetes, ligada também à mudança no sistema de pontuação.

Os vencedores deixaram de ser apontados a partir da contagem dos golpes certeiros na cabeça e passaram a ser decididos pelo mesmo sistema do boxe profissional: análise subjetiva de juízes a partir do desempenho de cada boxeador em cada um dos três rounds.

A retirada dos capacetes, entretanto, valia apenas para os torneios organizados pela Aiba, incluindo aí o Mundial Amador. Para que a medida fosse adotada também nos Jogos Olímpicos do Rio era necessária também a aprovação do Comitê Olímpico Internacional (COI), que disse que não vai interferir na vontade de Aiba.

A entidade máxima do boxe amador garante que realizou estudos que comprovaram que a segurança dos atletas não corria risco, apontando que o número de cortes caiu com a abolição dos capacetes, que geravam essas lesões.

No feminino, entretanto, nada muda. A disputa, que entrou nos Jogos de Londres, em 2012, com apenas três categorias de peso (contra 10 no masculino), continuará exigindo a utilização de capacetes.

POLÊMICA – Na semana passada, o presidente da Aiba, Ching-Kuo Wu, revelou que a entidade tem interesse em ter boxeadores profissionais já nos Jogos Olímpicos do Rio. A decisão envolve uma modificação estatutária da Aiba e precisaria ser aprovada em assembleia geral, que não vai acontecer antes de maio.

E isso está causando uma grande polêmica. Os profissionais poderiam participar apenas do último evento classificatório para o Rio-2016, o Pré-Olímpico Mundial, marcado para junho. Só que, até lá, a grande maioria dos boxeadores olímpicos já terá sido apontada.

Cuba, por exemplo, já tem boxeadores classificados para sete categorias e pode fechar o time no Pré-Olímpico das Américas, que acontece em março. Ou seja: teriam só amadores no Rio. Já os EUA só classificaram um amador até agora e podem levar até nove profissionais ao Pré-Olímpico Mundial e, depois, à Olimpíada. A medida, na prática, prejudicaria quem faz melhor trabalho no boxe amador.

Além disso, há o questionamento sobre a segurança dos atletas. O presidente do Conselho Mundial de Boxe, principal organização profissional, alega que haveria “incompatibilidades perigosas entre experientes lutadores profissionais e boxeadores amadores”.