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Brasileiro da NFL espera crescimento do esporte no Brasil

Contratado para ser o kicker, homem responsável pelos chutes do Kansas City Chiefs, Cairo é o 1º brasileiro a atuar na temporada regular da principal liga de futebol americano do planeta

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São Paulo – “Eu parecia uma criança abrindo um presente de Natal. Era a sensação de realizar um sonho, eu nunca vou esquecer”. É assim, ainda com emoção, que Cairo Santos ainda de sua estreia em uma partida oficial da NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos.

Contratado em 2014 para ser o kicker, homem responsável pelos chutes do time do Kansas City Chiefs, o primeiro brasileiro a atuar na temporada regular da principal liga de futebol americano do planeta não fez feio. Cairo bateu o recorde de pontos da história da franquia para um calouro: foram 113 no total, sendo 25 de 30 acertos em field goals e 38 de 38 tentativas em pontos extras.

Cairo Santos bateu o recorde de pontos marcados por um kicker dos Chiefs em sua temporada de calouro. Foram 113 pontos entre Fiel goals e conversões de pontos extra Foto: Divulgação

Esse bom desempenho já faz o camisa 5 dos Chiefs pensar em fazer com que o Brasil passe a dar maior atenção ao esporte, como aconteceu com o surfe, após o sucesso de Gabriel Medina. “Eu acredito que as portas estão abertas. O esporte vem crescendo muito. São vários jogos por semana na TV, o pessoal torce por mim. Espero ser um embaixador, trazer muita alegria e crescimento para o esporte no País.”

Além de se destacar pela regularidade, o “Senhor Automático”, como começou a ser chamado pelo seu time nas redes sociais, pôde mostrar aos americanos sua habilidade do tempo em que jogava futebol no Brasil. Ele impediu o avanço de um adversário com um carrinho por trás, algo ilegal na NFL e no futebol praticado por aqui.

“A gente não treina tackles porque não querem correr risco de lesão. Mas ali foi instinto, eu sei que ele (Percy Harvin, do New York Jets), é três vezes maior que eu, ainda mais em velocidade. Ali eu queria evitar de me machucar e parar a jogada do jeito que eu sei”. Cairo já até se coloca à disposição de Dunga, caso o treinador precise de um xerifão na defesa da seleção: “volante, zagueiro… pode chamar para o que for”, disse, aos risos.

Mesmo com sucesso, o paulista de Limeira, mas criado em Brasília, não é muito assediado nas ruas de Kansas. “Eu não pareço muito um jogador de futebol americano (1,73cm e 73kg) então não dá para perceber pela aparência. Até porque a gente usa capacete na maior parte do jogo”. Se pelo porte físico Cairo ainda passa despercebido, o nome Santos já é lembrado. “Quando tem que dar o nome em algum lugar, como em um restaurante, as pessoas pedem para tirar foto.”

Apesar dos bons números como calouro, o brasileiro foi muito contestado em seus primeiros jogos, quando estava com apenas 50% de aproveitamento nos chutes (terminou com 83% em 18º lugar no ranking dos chutadores) e viu seu nome envolvido em muitas especulações.

Mas foi depois de uma partida perfeita contra San Diego Chargers e o chute da vitória nos segundos finais que tudo acalmou. “Aquele lance melhorou minha reputação no time, na cidade de Kansas e na NFL toda.”

Sem se importar muito com recordes e marcas pessoais, o jovem de 23 anos traça uma meta ousada para o futuro. “Depois de eu me firmar na NFL seria uma coisa legal convencer o pessoal a fazer um jogo aqui. Estádios como Maracanã e Mineirão são ícones mundiais pela sua história. Seria muito legal trazer um jogo para o Brasil, ainda mais se a procura pelo esporte no País continuar crescendo”.