
A 1ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) puniu o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, com 12 jogos de suspensão e multa de R$ 60 mil por atuar contra à ética com o fim de influenciar o resultado de uma partida.
O julgamento aconteceu nesta quinta-feira (4) e durou oito horas. O jogador foi punido por maioria dos votos. A decisão cabe recurso ao Pleno.
A denúncia é resultado das informações coletadas no inquérito 107/2025, que investigou o atacante do Flamengo por forçar um cartão amarelo e beneficiar apostadores na partida entre Flamengo e Santos pelo Brasileirão de 2023.
Na época, havia apenas indícios de correlação entre a anormalidade detectada no mercado das bets e o cartão amarelo aplicado ao jogador. O cenário mudou completamente após a conclusão das investigações pela Polícia Federal e o compartilhamento das provas com a Justiça Desportiva.

A Procuradoria denunciou Bruno Henrique por infração aos artigos 243 (prejudicar sua equipe) e 243-A (atuar de modo a influenciar o resultado da partida), ambos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD); e mais quatro atletas amadores: o irmão do jogador do Flamengo, Wander Nunes Pinto Junior, além de Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Andryl Sales Nascimento dos Reis e Douglas Ribeiro Pina Barcelos (todos amigos de Wander), todos por infração ao artigo 243-A do CBJD.
O atacante, que está no período de folga da Data Fifa, não compareceu ao tribunal e acompanhou a sessão de maneira remota.
“Confio na Justiça Desportiva e gostaria de reafirmar minha inocência. Jamais cometi as infrações que estou sendo acusado. Meus advogados estão aí, falaram por mim durante a defesa do processo. Faço questão de mostrar o meu respeito e a minha confiança nesse Tribunal, e desejo um excelente julgamento a todos. E que tudo transcorra de forma leve e justa”, declarou Bruno Henrique, rapidamente.
Flamengo anuncia que vai recorrer
O advogado Michel Assef Filho, representante do Flamengo, anunciou no tribunal que vai recorrer da decisão e que vai buscar um efeito suspensivo, na tentativa de manter o jogador liberado para jogar enquanto o recurso não é julgado.
Nas redes sociais, o clube fez uma publicação em solidariedade ao atacante: “Sempre com você, BH”.
Bruno Henrique é réu na Justiça comum
Além da esfera esportiva, Bruno Henrique é réu na Justiça comum. A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) foi aceita parcialmente pela 7ª Vara Criminal de Brasília e o jogador agora responde criminalmente por fraude em esquema de apostas.
A pena para o crime de fraudar competição ou evento esportivo, prevista no art. 200 da Lei Geral do Esporte, é de dois a seis anos de prisão.