Falar em Cafu é falar em Seleção Brasileira. Jogador com mais jogos com a camisa amarelinha (142), único a disputar três finais seguidas de Copa do Mundo (1994, 1998 e 2002) e capitão do penta em 2002, o ex-lateral participou de uma coletiva de imprensa na manhã de quarta-feira (24) em Vitória, divulgando o lançamento do livro “A Saga Cafu”.
Sem ficar em cima do muro, Cafu mostrou confiança na atual geração em busca do hexa na Copa do Mundo de 2026, com ou sem Neymar.
“A Seleção Brasileira sempre é favorita, em qualquer competição. A camisa verde e amarela ainda é muito respeitada e temida e temos jogadores que podem nos levar ao título”, apontou o ex-lateral.
Veja a entrevista completa em vídeo:
Chances do hexa na Copa de 2026
Cafu trabalhou com o técnico Carlo Ancelotti no Milan por cinco anos. No período, conquistaram a Liga dos Campeões, o Campeonato Italiano e o Mundial de Clubes.
O brasileiro acredita no trabalho do treinador italiano à frente da Seleção Brasileira, mas com uma ressalva: “Ancelotti é o técnico do dia a dia, do tête-à-tête, da repetição, e isso ele não terá na Seleção Brasileira. Mas tem capacidade, é muito respeitado e trouxe esperança para o futebol brasileiro”.
Para o capitão do penta, no entanto, Ancelotti não é a única arma da Seleção para voltar a vencer a Copa do Mundo após 24 anos.
“O Brasil tem sim plenas condições de ser campeão mundial. Sempre que entra para disputar uma competição, o Brasil é favorito. Principalmente quando se fala em uma Copa do Mundo. O jogador brasileiro é muito respeitado”.
Cafu, capitão do penta
Dúvida sobre questão técnica de Neymar
Ter ou não ter Neymar de volta à Seleção Brasileira é a grande dúvida do futebol brasileiro nos últimos anos, desde que o craque machucou o joelho esquerdo em partida contra o Uruguai em outubro de 2023.
O camisa 10 do Santos ainda não voltou a vestir a amarelinha e, na última convocação, ficou fora por opção técnica do treinador Carlo Ancelotti. Para Cafu, Neymar é importante, mas deixou de ser intocável.
“Se você me fizesse essa pergunta há uns cinco anos, eu concordaria com você em 100%. Falava ‘não, realmente, a única esperança nossa de título é o Neymar’. Hoje, não. Ele foi protagonista por 15 anos, sendo o único fora de série, o único responsável por liderar uma Seleção Brasileira, e, neste tempo, depositamos uma esperança e uma responsabilidade muito grande em cima de um único jogador. Mas ninguém ganha a Copa do Mundo sozinho. Depositar todas as nossas esperanças hoje no Neymar é difícil, porque ele não dá uma sequência, não consegue jogar três jogos seguidos. Um jogador no qual depositamos todas as nossas esperanças para que ele possa trazer a Copa para a Seleção Brasileira e não é convocado por uma questão técnica, alguma coisa mudou, alguma coisa está errada”
Cafu, capitão do penta
Para Cafu, quem precisa dar uma resposta sobre a importância ou não de Neymar para a Seleção Brasileira é o próprio jogador.
“Se esse menino estiver focado, estiver bem e com aquela vontade de ganhar a Copa do Mundo… tecnicamente, para mim, ele ainda é um dos melhores jogadores que tem hoje atuando. Mas ele precisa dar essa resposta para nós e não nós darmos essa resposta por ele”, completou o ex-lateral.
Novo astro para a Seleção Brasileira
Cafu também apontou quem dever o novo astro do futebol brasileiro. Por mais de uma vez, ele citou o nome do meia-atacante Estêvão, ex-Palmeiras e hoje no Chelsea.
Primeiro, colocou o jovem de 18 anos como possível vencedor da Bola de Ouro nos próximos anos. Depois, novamente citou o jogador ao falar da nova geração de talentos do Brasil.
“O Raphinha poderia estar entre os primeiros (na Bola de Ouro da revista France Football). Tá na hora de um brasileiro realmente chegar neste pódio, ser um dos melhores do mundo. Tivemos o Vini Jr. no ano passado, este ano tivemos o Raphinha, que estava voando. A gente espera agora colocar nossas esperanças no Estêvão, que é um jovem que pode trazer esta Bola de Ouro para o Brasil”
Cafu, capitão do penta
Biografia e incentivo à leitura
O eterno capitão da Seleção participou, na noite de quarta-feira, de noite de autógrafos no Iate Clube do Espírito Santo (Ices), em Vitória,.
Cafu explicou que a biografia conta sua história e ressaltou sua determinação para conseguir virar jogador profissional e ter uma carreira internacional de sucesso mesmo após levar “nove nãos” em testes nas categorias de base de grandes clubes.
“É sobre a vida. Eu acho muito importante fomentar a leitura. Acho que leitura, esporte e futebol tem tudo a ver com os jovens de hoje, que estão carentes de grandes exemplos, de grandes expectativas, de grandes histórias. É fazer com que as crianças se inspirem numa história vencedora”, conta o capitão.