Caio Bonfim não se cansa de acumular grandes feitos. Desta vez, ele se igualou a Claudinei Quirino com três medalhas em Campeonatos Mundiais de Atletismo.
Vice-campeão olímpico nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 nos 20km da marcha atlética, o brasileiro repetiu a dose agora no Mundial de Tóquio, no Japão, com 2h28min55, sua melhor marca, na marcha atlética de 35 quilômetros.
O campeão foi o canadense Evan Dunfee, com 2h2min22, e o japonês Hayato Katsuki conquistou o bronze com 2h29min16.
“Eu lutei muito”, disse Caio, exausto e emocionado, em entrevista ao SporTV. “A gente sabe o quanto é difícil chegar e o quanto é difícil se manter entre os melhores do mundo. Depois de uma prata olímpica, como manter? Em 2022, em 2023, em 2024 eu ganhei medalhas. E hoje, além de ser uma medalha inédita, foi em uma prova inédita”, comemorou o brasiliense de 34 anos.
O brasileiro revelou que precisou de muita superação em Tóquio.
“Sofri muito no quilômetro 28 e 29 e só pensava em terminar. Mas sabia que podia chegar longe. Entrar nesse estádio é inacreditável, um sonho. Você larga lá no começo sonhando com esse dia”, vibrou Caio, dedicando a conquista ao pai e seus familiares.
Terceira medalha em Campeonatos Mundiais
Depois de levar bronze nas edições de Londres-2017 e Budapeste-2023, o brasileiro arrancou após os 30 quilômetros, superando competidores asiáticos para garantir um lugar no pódio.
Após o 30º quilômetro, depois de andar no pelotão que acompanhava os três primeiros, Caio Bonfim foi superado pelo japonês e caiu para sexto. Mas estava inteiro na competição e rapidamente começou a superar os oponentes, subindo para o segundo lugar.
Dunfee se isolou na frente e após 15 das 16 voltas, começou a sentir dores musculares, a todo momento colocando a mão no posterior da coxa. Mas a vantagem de 42 segundos era suficiente. Ele entrou no estádio em primeiro lugar e já recebeu a bandeira no Canadá. Cruzou exibindo com orgulho a bandeira do seu país.
Logo a seguir, surgiu Caio Bonfim. O brasileiro deu uma olhada para trás e viu que estava cômodo no segundo lugar e sem condições de alcançar o canadense. Apenas evitou punições e celebrou a conquista. Cruzou exausto, mas sorridente.
O brasileiro ainda pode somar mais um grande feito no Mundial de Tóquio, já que daqui uma semana disputa os 20 quilômetros da marcha atlética, sua principal prova. Os outros dois brasileiros na prova cruzaram em 15º (Matheus Corrêa) e 27º (Max Batista).
Caio Bonfim é treinado pelos pais
Caio Bonfim tinha duas medalhas de bronze em Mundiais (Londres-2017 e Budapeste-2023), mas ambas na marcha atlética de 20 km, e quatro medalhas (duas pratas e dois bronzes) em Jogos Pan-Americanos.
A prova, que pode até não ser muito popular no Brasil, sempre foi assunto na casa de Caio. Afinal, ele é filho de Gianetti Sena Bonfim, ex-marchadora, e de João Sena, que foi técnico da esposa. É um amor que vem de casa.
A marcha é tema recorrente na família, mesmo entre os mais jovens. Caio, casado com Juliana, é pai de Miguel, Theo e Manuel (nasceu em julho).
“É pro senhor, cara” – disse, referindo-se ao pai João Sena na TV. “Miguel, meu filho mais velho, Theo, o do meio, Manuel, meu caçula, ganhei a medalha dele. Minha esposa, minha mãe. Obrigado por acreditarem.”