Caio Bonfim escreveu de vez o seu nome na história do atletismo brasileiro. Uma lista grande, com ídolos como Adhemar Ferreira da Silva, João do Pulo, Joaquim Cruz, Robson Caetano, Maurren Maggi e tantos outros medalhistas em Mundiais e Jogos Olímpicos.
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Vice-campeão olímpico na marcha atlética (20km) em Paris-2024, o brasiliense de 32 anos comemorou demais a medalha de prata conquistada em Paris-2024. E já deixou pavimentada a estrada para futuros nomes da modalidade, entre eles, um jovem capixaba.
CAIO INDICOU SEU SUCESSOR EM VITÓRIA
Caio Bonfim competiu em Vitória em fevereiro deste ano. Ele foi o principal nome da Copa Brasil de Marcha Atlética, disputada no dia 18 de fevereiro, na praia de Camburi.
Foi na capital capixaba que Caio conquistou o 13º título da Copa Brasil. Na prova feminina, que venceu foi Viviane Lyra, que também está nos Jogos Olímpicos.
E foi também em Vitória que o agora vice-campeão olímpico apontou aquele que pode ser o seu sucessor: o capixaba Davi Gabriel Bastos da Silva. O jovem foi bastante elogiado pelo ídolo durante a competição em Vitória.
Aos 16 anos, Davi é atleta da Estação Conhecimento, de Serra, e é considerado uma joia do atletismo brasileiro. Na Copa Brasil de fevereiro, ele venceu na categoria sub-18, na prova de 10km, competindo com atletas mais velhos do que ele. E recebeu dicas e elogios justamente de Caio Bonfim.
“O Caio conversou comigo durante a minha prova. Eu já tinha completado 8km e faltavam só mais 2km e ele estava me dando um apoio. Me chamou e eu olhei pro lado e ele disse ‘Bora, Davi, coloca na sua cabeça que a parte mais difícil você já fez. Agora, olha pra frente e vai ganhando a prova!”, contou Davi, na época.
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PROMESSA SONHA ALTO E IGNORA PIADAS PRECONCEITUOSAS
Nesta quinta-feira (1º), o capixaba foi um dos que mais comemoram a medalha de prata do ídolo. Afinal, o resultado histórico ajuda a impulsionar a marcha atlética no Brasil.
“Acompanhei cada momento dessa medalha. Essa medalha do Caio vai dar uma grande visibilidade para a marcha atlética aqui no Brasil”, contou Davi.
Com apenas 15 anos, Davi já tem um currículo expressivo. No ano passado, ele foi campeão dos Jogos da Juventude, conquistando a primeira medalha de ouro da história da marcha atlética na principal competição de esporte escolar do País. Venceu também o Brasileiro Sub-16 e foi prata no Brasileiro Sub-18.
E assim como Caio Bonfim, que logo após a conquista em Paris revelou que é alvo constante de “piadinhas” preconceituosas por “rebolar”, em alusão aos movimentos de quadril que os marchadores realizam durante a prática, Davi conta que também já ouviu coisas parecidas.
“Sobre as piadinhas, é normal a gente sair pra treinar na rua e ouvir alguma bobeira de alguém”, admitiu.
Ver o ídolo chegando tão longe serve de combustível para o jovem capixaba sonhar cada vez mais alto.
“Essa medalha faz nós, brasileiros, acreditarmos que é possível sim chegar lá”, sonha Davi Silva.
ES TEM PROMESSA TAMBÉM NO FEMININO
Outra promessa da marcha atlética no País é Amanda Antonia Shunck do Nascimento, 13 anos. A capixaba também subiu ao pódio da Copa Brasil de Marcha Atlética, em fevereiro deste ano.
Atleta da Associação Papa Léguas do ES/Prefeitura de Iconha, ela foi medalhista de bronze na prova dos 3km sub-16, com o tempo de 17min57, atrás de Mychelle de Souza (DF) e Jullya Lisboa (DF).
Editor de Esportes
Jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com 24 anos de experiência na editoria de Esportes e em grandes coberturas como os Jogos Pan-Americanos do Rio-2007. Membro da banca de júri do Prêmio Melhores do Esporte 2024
