
O capixaba Caio Cunha Miguel viveu um fim de semana inesquecível no automobilismo. Aos 27 anos, ele conquistou sua primeira vitória na Turismo Nacional, categoria do automobilismo que corre junto aos eventos da Stock Car, e garantiu o segundo lugar na soma geral das provas, resultado que, segundo ele, representa muito mais do que apenas um troféu.
“Passou muita coisa pela minha cabeça. Eu comecei no automobilismo com seis, sete anos de idade, mas parei no meio do caminho por falta de patrocínio”, contou o piloto.
Mesmo assim, nunca deixei de amar o esporte. Acabei migrando para a área de coach, ensinando pilotos e estudando telemetria. Desde 2017, eu vivo disso e fundei a Racing Data, minha equipe de análise de dados. Então, estar de volta às pistas e vencer foi muito especial.“
Caio Cunha Miguel, piloto
Rotina intensa e paixão pelo esporte
Entre viagens e compromissos com a Racing Data, Caio vive uma rotina acelerada — literalmente. Ele acompanha pilotos em diferentes estados e quase não tem fins de semana de folga.
“Meu último final de semana livre foi em março”, brinca. “De lá para cá, todo fim de semana tem corrida, seja minha ou de algum cliente da equipe. Eu rodo o Brasil inteiro: Interlagos, Granja Viana, João Pessoa, Penha, Maranhão… É puxado, mas eu amo o que faço, então tudo acontece de forma natural.”
Mesmo dividindo o tempo entre as funções de coach e piloto, o capixaba tem colhido bons resultados em sua primeira temporada com carros de turismo. “Essa foi só a quinta corrida da minha vida com carro, e mesmo assim conseguimos um resultado muito bacana. Isso mostra que estamos no caminho certo.”
Desafio do orçamento e planos para 2026

Atualmente, Caio corre em dupla, formato oferecido pela categoria Turismo Nacional a pilotos que ainda não têm o orçamento completo para disputar a temporada individualmente. O sistema divide as seis corridas do fim de semana entre os dois competidores, o que reduz o tempo de pista, mas mantém o sonho vivo.
O principal objetivo agora é fechar o orçamento para correr sozinho em 2026. Quando você divide o carro, aprende menos, tem menos tempo de pista e enfrenta pilotos muito mais experientes, que já conhecem as pistas e competem em várias categorias. Mesmo assim, conseguimos resultados expressivos, e essa matéria é importante para mostrar que temos potencial e buscamos parceiros que queiram apoiar o automobilismo capixaba.”
Caio Cunha Miguel, piloto
Olho no futuro: rumo à Stock Car
O plano de carreira é ambicioso. Caio quer chegar à Stock Car, principal categoria do automobilismo nacional, e a Turismo Nacional faz parte desse caminho.
O sonho do piloto é ser campeão da categoria em 2026, o que daria a ele o direito de disputar a Stock Lite, divisão de acesso à Stock Car.
“O plano é conseguir correr sozinho, buscar o título e conquistar a vaga na Stock Lite. A própria categoria promove essa graduação, e é isso que me motiva, continuar levando o nome do Espírito Santo e mostrar que o automobilismo capixaba tem força”, disse.