A Spartathlon é uma das mais tradicionais ultramaratonas do mundo e atrai corredores do mundo todo, desafiados por um percurso de 246km que precisa ser cumprido no prazo de 36 horas. Um destes corredores é o capixaba Carlos Gusmão, 46 anos, de Vila Velha.
No último fim de semana, ele completou o percurso de 246km em 33h13min16. Pela sétima vez e, talvez, a mais difícil por conta da chuva e do frio. Gusmão também fez e completou a prova em 2014, 2015, 2017, 2018, 2022 e 2024.
O ultramaratonista capixaba foi o segundo melhor brasileiro e o 108º colocado na classificação geral, de um total de 246 corredores que completaram a prova. Ele é o único ultramaratonista do Brasil a concluir a prova sete vezes.
Veja o vídeo da chegada de Carlos Gusmão na Spartathlon:
O que é a Spartathlon
A Spartathlon é uma ultramaratona tradicional que recria a jornada de Pheidippides, um soldado ateniense que correu de Atenas a Esparta em 490 a.C. para pedir ajuda na Batalha de Maratona.
A prova é realizada desde 1983 e tem como características, além dos 246km de percurso, passagens por locais emblemáticos da Grécia antiga, como Coríntios, Nemea, Lyrkia, Nestani e Tégea.
Edição histórica para os brasileiros
A edição de 2025 começou no sábado (27) e terminou no domingo (28). E, pela primeira vez, o Brasil teve oito ultramaratonistas completando a Spartathlon. O País iniciou com 11 atletas, mas três deles não conseguiram finalizar o percurso dentro do limite de 36 horas.
Além de Carlos Gusmão, também correram e completaram o percuso Tiarles Santos (31h49h31, o melhor brasileiro na corrida), Luciano Santos, Pedro Bonfim, Thiago Araujo, Leandro Ribeiro, Cristiano Marcelino e Darly Mariano, a única mulher da equipe.
Gusmão sofre com frio e chuva na Grécia
No embarque de volta ao Brasil, Gusmão conversou com a reportagem do Folha Vitória na manhã desta quarta-feira (1º) e contou que a edição da Spartathlon deste ano foi uma das mais complicadas. Foram quase 90km correndo com chuva e frio.
Durante a prova, os corredores fazem apenas paradas curtas para hidratação e alimentação, além de ir ao banheiro.
“Diferentemente dos outros anos, este ano eu corri sem equipe de apoio. Tive de administrar a logística de suplementação e equipamentos, distribuindo a alimentação e os equipamentos ao longo da prova em check points específicos, o que tornou a prova ainda mais dificil”, explicou.
“Fiz os 100km iniciais da prova mais rápidos do que as minhas seis edições anteriores, mas depois comecei a sofrer com problemas no estômago e intestino. E o frio e a chuva durante a parte mais díficil da prova, que é a montanha, deixaram a corrida muito pesada. Precisei me reinventar para conseguir manter o foco, não me desequilibrar emocionalmente com o problemas e manter firme até a estatua do Rei Leônidas em Sparta”
Carlos Gusmão, ultramaratonista capixaba
Recordista de participações concluídas, o capixaba de Vila Velha já tem na cabeça qual é a sua próxima meta.
“Agora, com sete provas concluídas, sigo na luta buscando um resultado abaixo das 30 horas”, avisou o ultramaratonista, que tem como meta alcançar a marca de ser o primeiro brasileiro a completar 10 edições da Spartathlon.