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CBT diz apoiar mudança do Rio Open para Centro Olímpico, mas pede 'legado'

CBT diz apoiar mudança do Rio Open para Centro Olímpico, mas pede ‘legado’ CBT diz apoiar mudança do Rio Open para Centro Olímpico, mas pede ‘legado’ CBT diz apoiar mudança do Rio Open para Centro Olímpico, mas pede ‘legado’ CBT diz apoiar mudança do Rio Open para Centro Olímpico, mas pede ‘legado’

Florianópolis – A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) diz aprovar a ideia de transferir o Rio Open do Jockey Club para o Centro Olímpico de Tênis, no Rio de Janeiro, mas o presidente Rafael Westrupp cobra um “legado” da organização do torneio no novo local, caso a transferência realmente se concretize nos próximos anos. Westrupp afirma apoiar até mesmo a mudança de superfície, do saibro para piso duro, apesar da contrariedade de jogadores, técnicos e até da Federação Francesa de Tênis, com a qual a CBT tem parceria.

A mudança foi proposta pelo diretor do Rio Open, Luiz Fernando Carvalho, mais conhecido por Lui. A intenção é passar a jogar no piso duro do Centro Olímpico, o que atrairia tenistas mais bem ranqueados no circuito. Nos planos de Lui, está até a mudança geral da gira de saibro sul-americano, com todos os torneios (Quito, Buenos Aires, Rio Open e Brasil Open) trocando a terra batida pela quadra dura no futuro.

A ideia foi rebatida por tenistas, ex-jogadores, como Guga Kuerten, que vê vantagem no saibro para os brasileiros contra os estrangeiros, e até pela Federação Francesa, que nesta semana organiza com a CBT o Rendez-Vous à Roland Garros em Florianópolis. Trata-se de torneio juvenil que dá vaga na seletiva do Grand Slam em Paris. A competição é justamente uma tentativa da entidade francesa de disseminar o saibro por diferentes cantos do mundo – Coreia do Sul, China, Estados Unidos, Índia e Japão também recebem edições do Rendez-Vous.

“O Rio Open tem todo o nosso apoio. Torneios de piso duro no Brasil não são vistos com maus olhos. Pelo contrário, serão muito bem aceitos”, disse Westrupp, em entrevista exclusiva ao Estado. “Se o Rio Open achar que o melhor é ir para lá, a CBT quer receber o torneio de braços abertos.”

Para o novo presidente da CBT, a mudança de piso é algo natural, em razão do panorama do circuito atual, com quase 70% de torneios disputados em quadra dura. “O saibro tem um papel muito importante na formação dos jogadores, pelas características técnicas que oferece para a formação de base. Mas entendemos que os nossos jogadores precisam estar de acordo com a realidade do calendário mundial”, argumenta.

Nesta semana, a possível mudança ganhou crítica até da vice-presidente da Federação Francesa de Tênis, Patricia Frossart, presente em Florianópolis para prestigiar o Rendez-Vous. Em tom de “puxão de orelha”, ela pediu a valorização do saibro pelo tênis brasileiro.

“Entendo que a Federação está no seu papel de defender o saibro, eles estão fazendo um grande trabalho de disseminação”, diz o presidente da CBT. “Essa parceria com eles vai ser preservada. Vamos lutar para isso e vamos fazer o possível para atender as demandas do saibro no Brasil”, afirma Westrupp, que projeta construir quadras de saibro no Centro Olímpico de Tênis, ao lado das duras, se a CBT assumir a gestão do local – ainda negocia com o Ministério do Esporte.

Favorável à transferência do Rio Open para o Centro Olímpico, o dirigente cobra uma contrapartida do torneio carioca. “A CBT entende que é uma responsabilidade da competição investir no tênis e não simplesmente fazer o evento, mas também deixar o legado”, afirma, ao sugerir eventuais melhorias no Centro Olímpico sem dar detalhes. “A Copa Davis sempre tenta deixar um legado onde é disputada, por exemplo. Foi assim em Sorocaba, em Florianópolis.”