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Chamado de 'ladrão', Marin sofre nova derrota para Romário no STF

O ex-dirigente acusava o ex-jogador de ter cometido crime contra a honra e injúria, mas os ministros da Primeira Turma do STF não aceitaram a denúncia de Marin

Chamado de ‘ladrão’, Marin sofre nova derrota para Romário no STF Chamado de ‘ladrão’, Marin sofre nova derrota para Romário no STF Chamado de ‘ladrão’, Marin sofre nova derrota para Romário no STF Chamado de ‘ladrão’, Marin sofre nova derrota para Romário no STF
Marin está em prisão domiciliar em Nova York desde o ano passado Foto: Agência Brasil

São Paulo – O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou queixa-crime apresentada pelo ex-presidente da CBF José Maria Marin contra o senador Romário. O ex-dirigente acusava o ex-jogador de ter cometido crime contra a honra e injúria, mas os ministros da Primeira Turma do STF não aceitaram a denúncia de Marin por quatro votos a um.

A ação foi movida por Marin em 2013 depois de Romário ter afirmado que “na CBF a gente tem um presidente que é um ladrão de medalha, ladrão de luz, ladrão de terreno”. A declaração foi dada durante evento no Parque São Jorge, em reunião promovida pelo Corinthians para discutir a gestão da Conmebol. À época, Marin era presidente da CBF e Romário, deputado federal.

Foi a segunda derrota de Marin para Romário no STF. No ano passado, o tribunal já havia decidido arquivar uma queixa apresentada pelo ex-presidente da CBF contra o senador depois de ter sido chamado por Romário de “ladrão” e “corrupto” em uma entrevista dada a uma rádio. Como à época, Romário era deputado federal e vice-presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, o STF entendeu que o ex-jogador estava protegido pela imunidade parlamentar.

Esse, inclusive, foi o mesmo argumento do tribunal para rejeitar a queixa-crime apresentada pelo ex-presidente da CBF após as novas críticas de Romário. “O parlamentar também integrava a Comissão Permanente de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados e, portanto, suas declarações se ligam ao exercício do mandato”, escreveu o ministro Luiz Fux, relator do processo.

O ministro Luis Roberto Barroso, presidente da Primeira Turma do STF, fez ressalvas sobre a declaração de Romário, mas também votou pela rejeição da queixa-crime. “Pessoalmente, considero a ofensa uma derrota do espírito, independentemente do mérito da imputação, e, portanto, lamento que tenha ocorrido. Porém, penso que, em se tratando de parlamentar, a imprecação é protegida pela imunidade constitucional”, declarou.

Entre os cinco integrantes da Primeira Turma do STF, o único que se manifestou contra Romário foi o ministro Marco Aurélio Mello. “A meu ver, não há elo com o desempenho do mandato, e o mandato não é escudo. A imunidade prevista constitucionalmente diz respeito a palavras e votos, mas no desempenho do mandato”, afirmou.

Marin está em prisão domiciliar em Nova York desde o ano passado. O ex-dirigente é acusado de ter recebido propina e suborno na negociação de contratos da Copa América e da Copa do Brasil, competição organizada pela CBF.