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COI elogia presidente do comitê sérvio em 'caso Kosovo'

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Montecarlo – O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, elogiou a postura do mandatário do Comitê Olímpico Sérvio, o ex-jogador de basquete Vlade Divac, no reconhecimento de Kosovo como uma nação independente no mundo esportivo. A homologação definitiva aconteceu nesta terça-feira, durante assembleia da entidade internacional em Mônaco.

“Em todo momento, mantivemos consultas com os comitês da Sérvia e de outros países envolvidos. Sei que o presidente não ficou feliz, mas me disse que aceitaria a decisão pelo interesse dos atletas de Kosovo. Este é um grande exemplo para o movimento olímpico”, declarou Bach, que classificou Divac como “um exemplo de homem do esporte”.

Os kosovares declararam independência da Sérvia unilateralmente em 2008 e desde então lutam para serem aceitos como país independente, enquanto os sérvios se recusam a aceitar a separação e brigam para mantê-los como parte de sua nação. Kosovo ainda não é membro das Nações Unidas e segue sem o reconhecimento de diversos países.

Depois que o COI anunciou o reconhecimento provisório de Kosovo em outubro, o Comitê Olímpico Sérvio entrou com protesto formal na entidade e disse “condenar fortemente” a decisão. Além disso, na época chegou a dizer que tomaria medidas condizentes com a política oficial adotada pelo país em relação a Kosovo e com as recomendações dos governantes locais.

Ainda assim, o COI tomou a decisão desta terça, para satisfação do chefe do Comitê Olímpico Kosovar, Besim Hasani. “Este é um grande e histórico dia para os atletas de Kosovo”, declarou na assembleia. “Este é o começo de uma nova era para o movimento olímpico em Kosovo.”

Sabedor da decisão de Divac, que recuou e aceitou homologação kosovar, Hasani agradeceu “os colegas do comitê sérvio pela amizade deles” e também a “todos os nossos parceiros internacionais por seu apoio”.

Elogiado por Bach, Divac é um dos maiores ídolos do esporte sérvio. Pivô de grandes equipes da NBA, como Los Angeles Lakers, Charlotte Hornets e Sacramento Kings, entre os anos 80 e 2000, ficou famoso por uma atitude que virou símbolo do orgulho iugoslavo em 1990. Durante a comemoração pelo título do Mundial daquele ano, o jogador arrancou a bandeira croata de um torcedor que invadiu a quadra e a arremessou longe.

Divac garante que tomou a atitude porque o torcedor fez comentários ofensivos à bandeira iugoslava e que não pensou na repercussão. Mas a atitude, em meio à guerra pela separação da Croácia, teve grandes proporções. De um lado, o pivô virou herói na Iugoslávia. Do outro, inimigo mortal para os croatas.