Esportes

Com acordos de cooperação, Ministério do Esporte traça plano para Parque Olímpico

Em representação ao Comitê Brasileiro de Clubes, o superintendente técnico Lars Grael e o vice-presidente estiveram nas instalações dias antes da assinatura do acordo de cooperação

Com acordos de cooperação, Ministério do Esporte traça plano para Parque Olímpico Com acordos de cooperação, Ministério do Esporte traça plano para Parque Olímpico Com acordos de cooperação, Ministério do Esporte traça plano para Parque Olímpico Com acordos de cooperação, Ministério do Esporte traça plano para Parque Olímpico
Ministério do Esporte começa a se articular para ativar as arenas olímpicas Foto: Divulgação

São Paulo – Apesar dos sinais de abandono do Parque Olímpico meses depois da realização dos Jogos do Rio, o Ministério do Esporte começa a se articular para ativar as arenas olímpicas que estão sob a sua gestão – Velódromo, Arenas Cariocas 1 e 2 e Centro Olímpico de Tênis. Em fevereiro, o órgão firmou um acordo de cooperação com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), e agora trabalha para transformar os projetos em ações.

O primeiro passo do plano de trabalho, que tem como objetivo elaborar um estudo visando à adequação e utilização do Parque Olímpico, foi a realização de visitas técnicas às instalações. “Todas as visitas referentes aos acordos de cooperação foram realizadas. Atualmente, o ME está buscando reunir-se com o Comitê Olímpico do Brasil, Comitê Paralímpico Brasileiro e o Comitê Brasileiro de Clubes para informar as características gerais dessa ocupação, quais as condições de cada arena, quais as modalidades poderiam absorver, qual a forma de ocupação e a contrapartida disso”, explicou o Ministério do Esporte.

Em 7 de março, o Velódromo recebeu representantes do CPB e da Confederação Brasileira de Ciclismo. Foi a primeira visita técnica do Comitê Paralímpico Brasileiro, que alegou que futuros encontros seriam agendados posteriormente pela nova diretoria – Mizael Conrado assumiu a presidência, cargo que era ocupado por Andrew Parsons desde 2009.

“A Confederação Brasileira de Tênis fez uma ótima avaliação e está se preparando para ocupar o Centro Olímpico nos próximos meses. As Arenas 1 e 2 são multimodais, portanto, houve visitas técnicas de diversas entidades”, explicou o Ministério do Esporte, que complementou que o Parque Olímpico vem recebendo visitas diárias de diversos órgãos, como Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), por exemplo.

Em representação ao Comitê Brasileiro de Clubes, o superintendente técnico Lars Grael e o vice-presidente Paulo Maciel estiveram nas instalações dias antes da assinatura do acordo de cooperação. “O CBC tem como objetivo social o incentivo, a promoção, o planejamento e o aprimoramento das atividades de formação de atletas olímpicos e paralímpicos. Diante desta função, as grandes arenas esportivas não são amplamente utilizadas, sendo mais adotadas pelos atletas profissionais de alto rendimento”, justificou Grael.

O comitê, contudo, assegurou seu apoio à iniciativa para a utilização do legado olímpico e prometeu “oferecer a disponibilidade das arenas do Parque Olímpico da Barra à sua rede de clubes esportivos formadores de atletas filiados e vinculados.” A entidade lançou um “banco de ideias” para ouvir as sugestões do segmento de forma que a estrutura possa ser aproveitada pelos clubes para a formação de atletas olímpicos e paralímpicos. As propostas serão apresentadas durante o Congresso Brasileiro de Clubes, entre 28 de abril e 1º de maio.

Já o COB se limitou a dizer que as entidades “estão colaborando com o Ministério do Esporte na elaboração do estudo voltado para a adequação e melhor destinação das instalações esportivas do Parque Olímpico da Barra. O objetivo é fomentar o desenvolvimento do esporte de alto rendimento e do esporte educacional naquelas instalações”.

Um calendário esportivo começa a ganhar forma e dois eventos – em parceria com a Confederação Brasileira de Vôlei a Confederação Brasileira de Ciclismo – já estão confirmados. Entre os dias 18 e 21 de maio, o Centro Olímpico de Tênis receberá uma etapa do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, e o Velódromo será palco, de 26 a 28 do mesmo mês, do Bike Weekend.

No documento assinado entre o ministério e as entidades em 5 de fevereiro, o plano de trabalho prevê a elaboração do calendário para competições, treinamentos e intercâmbios nacionais e internacionais em até 90 dias. “A Confederação Brasileira de Ciclismo está atualmente em tratativa para trazer o Mundial Paralímpico e o Mundial de Elite para o Parque Olímpico da Barra. Já realizaram a submissão da documentação necessária ao acordo e estamos realizando as tratativas técnicas de como realizar o evento em 2018”, informa o Ministério do Esporte, que acrescenta o interesse da CBC em sediar o Campeonato Mundial Júnior, em agosto.

Com parte do legado olímpico sob sua responsabilidade, o Ministério do Esporte também enviou representantes ao exterior em busca de modelos a serem seguidos. No Diário Oficial da União, em 31 de março, foi publicado que Pedro Paulo Sotomayor – nomeado diretor-executivo da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO) – e o consultor jurídico Tamoio Athayde Marcondes iriam para a Europa de 3 a 13 de abril para participar do “UK Sports”, em Londres, e de reuniões para adquirir informações sobre o modelo de gestão do Parque Olímpico inglês e do centro de treinamento de esporte de base, além de irem ao “JS Jurisport Madrid”, na cidade espanhola.

Dentro do prazo de um ano, o acordo de cooperação sinaliza a entrega de um relatório conjunto final contendo a proposta de adequação e utilização do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. O balanço final dos Jogos Olímpicos, que deveria ter sido apresentado pelo Comitê Rio-2016 no fim de março, ainda não foi divulgado.