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Com ajuda de brasileiros, Orlando City terá casa própria na temporada de 2016

Uma das exigências é que o clube tenha estádio. O Orlando City ainda não tem (joga no Citrus Bowl, para 65 mil pessoas), mas vai inaugurar sua própria casa no segundo semestre de 2016

Com ajuda de brasileiros, Orlando City terá casa própria na temporada de 2016 Com ajuda de brasileiros, Orlando City terá casa própria na temporada de 2016 Com ajuda de brasileiros, Orlando City terá casa própria na temporada de 2016 Com ajuda de brasileiros, Orlando City terá casa própria na temporada de 2016
Foto: Divulgação/Site Oficial

São Paulo – Até 2014, o Orlando City participou da USL (United League Soccer, que pode ser considerada a segunda divisão do futebol dos Estados Unidos). Foi campeão em 2011, 2012 e 2014, mas só ascendeu à MLS depois de apresentar um projeto claro e consistente. “É preciso interessar à Liga. É uma decisão de negócios”, explicou Flávio Augusto, o proprietário do clube.

Uma das exigências é que o clube tenha estádio. O Orlando City ainda não tem (joga no Citrus Bowl, para 65 mil pessoas), mas vai inaugurar sua própria casa no segundo semestre de 2016. Na primeira temporada na MLS, o time teve média de público de 33 mil pessoas por partida. Por isso, o plano inicial de construir um estádio para 19 mil pessoas foi alterado para um de cerca de 26 mil. O objetivo é claro: ter a arena sempre lotada, além de audiência grande, porque a procura por ingressos será maior do que a oferta e, com isso, a televisão será opção.

O estádio está orçado em US$ 170 milhões, integralmente cobertos com recursos privados, e Flávio decidiu abrir as portas para investidores brasileiros para financiar a construção da “casa própria”.

Isso é possível pelo EB5, um programa norte-americano que dá ao estrangeiro possibilidade de obter o “green card” para ele e sua família desde que invista US$ 500 mil em um negócio que gere empregos no país. “Em 2009 (quando ele foi para o Estados Unidos) eu tive o green card por meio de um investimento que fiz”, explicou Flávio. “Hoje estamos abrindo cotas para investidores brasileiros que tenham essa condição financeira”.

Ele colocou 80 cotas à disposição e garante já ter fechado com quase 40 pessoas. Quem comprar uma das cotas se tornará acionista minoritário do estádio – não do clube. “Não deixa de ser um bom investimento, uma vez que há sempre perspectiva de excelente público e ainda dá acesso ao green card”, afirmou o empresário.

Para manter a casa cheia e com muitos eventos, Flávio decidiu expandir também o futebol do Orlando City. Criou um time B, que vai disputar a USL, e um time feminino, que jogará o principal campeonato norte-americano.

MAIS PLANOS – A Major League Soccer, fundada em 1996 a reboque da Copa do Mundo de 1994, vem experimentando um grande crescimento nos últimos anos. Mas, de acordo com Flávio, essa evolução demorou a ser percebida. “Isso já vinha acontecendo. Parece que o mundo percebeu o que acontecia nos Estados Unidos”, disse o empresário. “Duzentos mil americanos vieram ao Brasil ver o Mundial. Além disso, lá torcedores lotaram estádios para ver jogos nos telões”.

Ele cita como exemplo desse interesse a apresentação de Kaká pelo Orlando City, ocorrida durante a Copa de 2014. “Havia 12 mil pessoas nas ruas de Orlando para recebê-lo, quem imaginaria isso?”

Flávio tem certeza de que a MLS vai continuar evoluindo a passos largos. O plano é ter 24 clubes até 2022 – atualmente tem 20, três se preparam para entrar em até dois anos e a vaga restante deverá ter oito candidatos -, quando a liga se tornará tão forte que será capaz de competir em pé de igualdade com qualquer outra no mundo – e com os clubes mais ricos. “Nossa estimativa é que daqui a sete anos o faturamento da MLS vai ser grande o suficiente para competir pela contratação dos melhores jogadores do mundo”.

O Orlando City espera aproveitar esse crescimento para alcançar outra meta: a de disputar o Mundial de Clubes da Fifa. Hoje isso parece ser impossível porque os times norte-americanos e canadenses concorrem pela vaga da Concacaf, que quase sempre fica com uma equipe do México – o América participou do último Mundial.

Flávio, no entanto, prevê que isso mudará nos próximos anos. “É menos impensável do que parece. Os mexicanos dominam a Concacaf, mas neste ano de 2015 a final foi entre Montreal e América. Pesou a tradição e o América levou, mas considero que logo clubes dos Estados Unidos e do Canadá poderão ser campeões e irem ao Mundial. A distância é pequena e está diminuindo”, apostou o proprietário do Orlando City.