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Com boa forma física, Super Zé continua ‘voando baixo’ no Palmeiras aos 42 anos

Com boa forma física, Super Zé continua ‘voando baixo’ no Palmeiras aos 42 anos Com boa forma física, Super Zé continua ‘voando baixo’ no Palmeiras aos 42 anos Com boa forma física, Super Zé continua ‘voando baixo’ no Palmeiras aos 42 anos Com boa forma física, Super Zé continua ‘voando baixo’ no Palmeiras aos 42 anos

São Paulo – O final da temporada, com a provável conquista de seu 13.º título de sua carreira, não significa necessariamente a aposentadoria do lateral-esquerdo Zé Roberto, que vai completar 43 anos na metade do ano que vem. Membros da comissão técnica do Palmeiras já apostam que o veterano vá mais um pouco adiante, mesmo depois de ganhar o título do Campeonato Brasileiro, inédito em sua carreira. O motivo do otimismo é simples: a composição genética do Super Zé.

“Se eu tivesse a genética dele, e essa estrutura de treinamento, não encerraria a minha carreira de jogador”, disse, em tom de conselho, o coordenador científico Altamiro Bottino. No caso de José Roberto da Silva Junior, a genética se traduz em diversas características corporais que, segundo os palmeirenses, estão “acima da curva” do desempenho da maioria os atletas. A principal delas é a composição muscular.

O jogador tem um equilíbrio entre fibras lentas, de velocidade e mistas. As fibras lentas são ligadas à resistência; as de velocidade se relacionam à potência e à velocidade. Como o futebol tem exigência mista (aeróbica e anaeróbica), os jogadores que possuem mais fibras mistas levam vantagem.

Outra característica importante é o baixíssimo porcentual de gordura corporal. De acordo com os relatórios, são apenas 6%, o mesmo índice da juventude, enquanto que a média dos outros atletas do futebol brasileiro é de 11% e 12%. “O baixo porcentual de gordura permite que ele tenha boa capacidade muscular e seja leve”, explicou o médico Gustavo Magliocca.

Um dos sinais mais característicos desta composição é o abdômen “trincado”, resultado da definição dos músculos, que ficam aparentes sem a cobertura de gordura. O jogador se orgulhava de tirar a camisa quando era apresentado em um novo clube. Foi assim no Grêmio, Santos e Palmeiras. Nos últimos anos, a mulher Luciana pediu ao marido que evitasse a exibição.

Zé Roberto também tem um tempo de recuperação menor. Enquanto o jogador do Palmeiras fica inteiro entre 24 e 48 horas após as atividades, outros atletas precisam de 48 a 72 horas. Por isso, ele se tornou titular absoluto e fez 25 jogos no Campeonato Brasileiro, sendo utilizado como lateral e também como meia. Na temporada, já são 45 partidas. Vale lembrar que ele percorre entre 9 e 11 quilômetros por jogo.

CABEÇA – Bottino explica que Zé Roberto potencializa a sua composição genética com uma disciplina que também está acima da média. “Nós controlamos o jogador durante o período em que ele está no clube. Em grande parte do tempo, ele precisa se cuidar”, explicou. “Muitos jogadores, no mundo todo, ficam devendo na disciplina”, avaliou.

Neste quesito estão a preocupação com sono e alimentação, por exemplo. Por contra própria, Zé Roberto costuma iniciar os treinos da pré-temporada duas semanas antes do grupo. Além disso, gosta de se exercitar na piscina após os treinos para facilitar a recuperação. “Tive de fazer várias renúncias para jogar em um time grande com 42 anos em alto nível. Isso me dá o direito de decidir no fim do ano se continuo ou se paro”, disse o Super Zé.