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Construtora culpa erro em projeto por atraso no velódromo do Parque Olímpico

Considerada uma das construções mais difíceis devido à engenharia complexa da pista, a obra foi prejudicada por erros nos projetos básico e executivo

Construtora culpa erro em projeto por atraso no velódromo do Parque Olímpico Construtora culpa erro em projeto por atraso no velódromo do Parque Olímpico Construtora culpa erro em projeto por atraso no velódromo do Parque Olímpico Construtora culpa erro em projeto por atraso no velódromo do Parque Olímpico
A empresa que venceu a licitação está em recuperação judicial e precisou subcontratar outra empreiteira para executar o serviço Foto: Divulgação

Rio – Palco de provas de velocidade no ciclismo, o velódromo do Parque Olímpico da Barra, no Rio, tem se notabilizado justamente pelo oposto: a demora. Considerada uma das construções mais difíceis devido à engenharia complexa da pista, a obra foi prejudicada por erros nos projetos básico e executivo, o que culminou no atraso de quatro meses no seu início.

Não bastasse isso, a empresa que venceu a licitação está em recuperação judicial e precisou subcontratar outra empreiteira para executar o serviço. Para completar, a Prefeitura do Rio decidiu romper o contrato com a construtora este mês e o caso está na Justiça.

Contratada em fevereiro de 2014, a Tecnosolo questiona o rompimento. A construtora reclama atraso nos repasses da prefeitura – que afirma estar em dia com os pagamentos – e aponta para erros nos projetos básico e executivo. Segundo a empreiteira, os projetos apresentados no momento da assinatura do acordo precisaram ser refeitos sob risco de a obra apresentar “um enorme risco à população”.

A mudança no escopo do contrato e o atraso nas obras obrigou a Prefeitura do Rio a autorizar um aditivo no contrato. Orçado em R$ 118 milhões, o velódromo tem custo agora de R$ 143 milhões, um aumento de R$ 25 milhões. Mesmo assim, ainda não há data específica para ser entregue. “Será em junho”, prometeu a Empresa Olímpica Municipal (EOM).

A EOM culpa a empreiteira pelos atrasos e decidiu romper o contrato no último dia 17. No lugar da empreiteira, quem executa as obras é a Engetécnica. A empresa já trabalhava na instalação olímpica desde fevereiro deste ano, subcontratada pela própria Tecnosolo.

Nos bastidores, já há quem se dá por satisfeito se o velódromo for entregue em totais condições de disputa. Mas isso provavelmente só será sabido durante os Jogos do Rio, já que o local não terá nenhum evento-teste. O motivo: o velódromo, que deveria estar pronto em dezembro do ano passado, atingiu nesta semana apenas 88% de índice de execução.

O que acontece no velódromo do Rio-2016 é bem diferente do que foi visto na última Olimpíada. Há quatro anos, a construção era a menina dos olhos dos Jogos de Londres pela complexidade e cuidado com os detalhes. Não era para menos: durante a competição, o príncipe William e a duquesa Kate Middleton foram dois dos torcedores ilustres a assistirem a uma das provas. Paul McCartney também foi lá.