A expectativa pela volta da “lenda do boxe” Touro Moreno aos ringues é grande, e o esperado dia está chegando. Neste sábado (17), às 19 horas, o lutador de 76 anos lembrará os velhos tempos e terá um desafio pela frente contra Fabrício Lopes Sales, com 46 anos a menos, no Centro Esportivo Tancredão.
O duelo, válido pela categoria peso-médio (até 75 kg), será entre criador e criatura, já que Fabrício é aluno de Touro. “Vamos resgatar um mito e mostrar para a nossa juventude como o esporte é importante e faz um homem de 76 anos ter garra e disposição para subir em um ringue e lutar. Será um encontro de gerações”, disse o secretário municipal de Esportes e Lazer, Wallace Valente.
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Além do retorno do pugilista, o evento trará outras atrações. Os filhos Yamaguchi Falcão, de 22 anos, e Esquiva Falcão Florentino, 24, que subiram no pódio dns Olimpíadas de Londres (2012) com o bronze e a prata, respectivamente, familiares e alunos de Touro também farão apresentações no ringue, a partir das 17 horas. Para prestigiar, basta levar um quilo de alimento não perecível.
História
Nascido em Resplendor (MG), Adegard Câmara Florentino, o Touro Moreno, saiu de casa aos 8 anos. Veio para o Espírito Santo, passou fome, morou na rua, em um táxi e, com nenhum estudo, fez do esporte a sua vida.
Descobriu o boxe aos 18 anos, quando foi para o Exército. Mesmo diante das dificuldades, casou, teve 11 filhos, improvisou um ringue em sua casa e sempre procurou fazer de seus filhos grandes campeões, como Esquiva e Yamaguchi.
Aos 76 anos, Touro Moreno coleciona muitas histórias no esporte e na vida, como a luta de vale-tudo contra o baiano Waldemar Santana na década de 60. A folclórica luta, que fez com que Touro virasse lenda do boxe, aconteceu em Vitória e o boxeador baiano vinha de uma vitória contra Hélio Gracie. Em três rounds de 10 minutos, contra um lutador com 20 quilos a mais, Touro Moreno não desistiu e arrancou o empate em uma luta inesquecível.
Touro Moreno chegou a desafiar Éder Jofre, que foi considerado o maior maior peso-galo do boxe na era moderna, porém o boxeador paulista se recusou.
Bananeiras
Uns dos fatos que também marcaram a trajetória de Touro foi o modo de ensinar boxe aos filhos. O caso mais simbólico é o das bananeiras, que, na falta de sacos de areia apropriados, recebiam os socos de Esquiva e Yamaguchi. Assim nasceram dois medalhistas olímpicos.
