
O desabamento do prédio do Ginásio Jones dos Santos Neves, em Vitória, causou prejuízos materiais e marcou o fim de uma estrutura com grande valor histórico. Entretanto, parte dos destroços, como madeira e aço, foi preservada e será exibida em uma exposição.
O ginásio foi inaugurado no dia 15 de novembro de 1950 e passava por obras de reforma e ampliação.
Parte da estrutura veio abaixo durante o final da tarde de sábado (17) e atingiu vários carros que estavam estacionados ao lado do prédio. Não houve feridos.
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Destroços de ginásio em exposição
Durante a tarde desta segunda-feira (19), em entrevista com o secretário de Estado de Esportes e Lazer, José Carlos Nunes, foi divulgado que será criado um espaço de exposição de materiais que compunham a estrutura do Ginásio Jones dos Santos Neves.
Pedimos aí para o pessoal da engenharia para preservar pedaços, tanto da madeira quanto do aço, porque o aço que suportava toda aquela estrutura não era o mesmo aço de hoje. Há 70 anos era de um jeito, hoje é de outro formato.
Com a iniciativa, a história será preservada e criado um espaço de exposição.
“A gente vai criar no próprio ginásio um espaço de exposição desse material. Com isso, de certa forma, vamos contar um pouco da história do DED para os futuros atletas e para toda a comunidade esportiva”.
Secretário afirma que vento maral pode ter gerado a queda
O secretário destacou que embora a estrutura de madeira estivesse corroída por cupins, um “vento maral”, que vem do mar, pode ter influenciado no desabamento.
“Desde o primeiro momento que chegou essa informação, de fato a gente está trabalhando com ela, até porque foram duas entidades com bastante credibilidade, que é tanto o Crea-ES quanto a Defesa Civil, que falaram que o motivo dessa estrutura ter caído foi justamente um vento maral”.
A possibilidade do vento já havia sido levantada pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES), Jorge Silva. Entretanto, o presidente também destacou que já havia relatos de problemas nas madeiras do telhado e na própria estrutura do edifício.
“São vários os motivos, alguns deles já estão identificados, como em relação ao vento. O vento que vem do mar provocou parte da queda. A maior colaboração para a queda foi das madeiras que estavam brocadas, tinham cupim. São madeiras usadas há 70 anos. Teve também corrosão no ferro. É uma estrutura muito antiga, que estava prestes a colapsar. A sorte é que não havia trabalhadores no local”, destacou.
O secretário também disse que o Crea-ES e a Defesa Civil relataram corrosão nas madeiras. Entretanto, não é possível afirmar que a corrosão tenha originado a queda da estrutura.
Diante das inconsistências, foi solicitado um laudo para o Crea-ES, que deve ser liberado até sexta-feira (23).
Antiga sede do Diário Oficial é interditada
Após o desabamento do Ginásio Jones dos Santos Neves, o Crea-ES interditou a antiga sede do Diário Oficial do Espírito Santo (DIO-ES), prédio que fica ao lado do ginásio.
O major Natanael, da Defesa Civil Estadual, explicou que a interdição foi necessária porque escombros do ginásio atingiram o prédio.
“O prédio da Imprensa Oficial, que chegou a ser atingido por escombros que caíram nele, já estava isolado e não estava em funcionamento. Agora, ele está totalmente interditado”, explicou o major.