Rio –
Os astros da NBA entram neste sábado na quadra da Arena Carioca 1, às 19 horas, para a estreia contra a China e vão iniciar a contagem regressiva para o fim de uma era no basquete norte-americano. Caso confirmem o favoritismo e cheguem à final para disputar o ouro nos Jogos do Rio-2016, os Estados Unidos vão se despedir do técnico Mike Krzyzewski, há 11 anos no cargo, com somente uma derrota no currículo.
O norte-americano de 69 anos terá no máximo mais 15 dias e nove partidas na função. Conhecido no seu país como “Coach K”, ele ganhou a oportunidade em 2005 para resgatar a equipe após o vexame na Olimpíada realizada no ano anterior em Atenas, na Grécia. A derrota na semifinal para a Argentina e a medalha de bronze foram o primeiro tropeço do basquete norte-americano desde o começo da participação das estrelas da NBA nos Jogos de Barcelona, em 1992.
“Esse trabalho tem sido a última honra da minha vida. Minha carreira como técnico já tem 41 anos. Nada mais significativo do que dirigir a seleção do meu país, ainda mais com o nível de talento e comprometimento desses jogadores”, afirmou Krzyzewski, recordista de vitórias como treinador no basquete universitário.
Durante o período no comando do Dream Team, o treinador conseguiu resgatar o poderio norte-americano. Foram duas medalhas de ouro nos últimos Jogos e mais dois títulos mundiais. O único revés em 11 anos no cargo foi logo na primeira competição à frente da equipe, a Copa do Mundo de 2006. A Grécia bateu os Estados Unidos na semifinal.
No Rio, o treinador não conta com a força máxima possível entre o vasto repertório da NBA, mas tem como armador titular um ex-comandado no basquete universitário, o armador Kyrie Irving. “Tenho uma longa relação com ele desde os tempos de universidade. Agora, ter a oportunidade de ganhar o ouro junto com o técnico, é incrível. Eu o conheci quando tinha 17 anos. Sete anos depois vejo o quanto a vida mudou e nós dois evoluímos”, disse o campeão da última temporada da NBA pelo Cleveland Cavaliers.
O técnico do San Antonio Spurs, Gregg Popovich, é quem assumirá a vaga de Krzyzewski ao fim dos Jogos do Rio.
JORNADA TRANQUILA – O início do capítulo de despedida do treinador deve ser de vitória tranquila. Dos 12 participantes do torneio olímpico, a China é a única delegação a ter jogadores que atuam somente no próprio país. Os asiáticos perderam dois amistosos de preparação para o Brasil com grande desvantagem no placar. “Eu estou perseguindo o sentimento de ser campeão, de abraçar os companheiros e de comemorar com o técnico depois de um título nosso. Estou ansioso por essa possibilidade”, afirmou o ala Kevin Durant, um dos dois remanescentes do ouro olímpico em Londres-2012.
Na fase de grupos, os norte-americanos só devem ter partidas mais complicadas nas duas últimas rodadas. Depois da China, os adversários serão Venezuela e Austrália. Depois, enfrentarão a Sérvia, vice-campeã mundial em 2014, e a França, terceira colocada na competição. Avançarão às quartas de final os quatro primeiros colocados de cada grupo.