Esportes

Em cerimônia com governador, Fla assina acordo para gerir Maracanã junto com Flu

Os clubes assumirão a administração do estádio a partir do dia 19 de abril e o governo do Rio vai abrir um processo de licitação para escolher um gestor por um tempo maior

Em cerimônia com governador, Fla assina acordo para gerir Maracanã junto com Flu Em cerimônia com governador, Fla assina acordo para gerir Maracanã junto com Flu Em cerimônia com governador, Fla assina acordo para gerir Maracanã junto com Flu Em cerimônia com governador, Fla assina acordo para gerir Maracanã junto com Flu
Foto: Wikimedia Commons

Em uma cerimônia realizada na tarde desta sexta-feira, no Palácio da Guanabara, sede do Governo do Estado do Rio, o Flamengo assinou contrato para assumir a gestão do Maracanã, em parceria com o Fluminense, pelos próximos seis meses.

Os clubes assumirão a administração do estádio a partir do dia 19 de abril e, neste período em que os times estarão à frente da mais tradicional arena do Brasil, o governo do Rio vai abrir um processo de licitação para escolher um gestor por um tempo maior. O contrato assinado nesta sexta, porém, prevê que este compromisso com os dois clubes pode ser renovado por mais seis meses.

O evento realizado nesta sexta contou com as presenças dos presidentes do Flamengo, Rodolfo Landim, e do Fluminense, Pedro Abad, e do governador do Rio, Wilson Witzel, que fez questão de esclarecer que o contrato só pôde ser assinado pelo rubro-negro, pois o clube tricolor não possui as certidões negativas de débito (CND) necessárias para firmar, no papel, este tipo de acordo com o Estado.

Entretanto, o Flu, na prática, será parceiro do Fla na administração do estádio, cujo contrato para poder cumprir esta finalidade específica e estabelecer as condições para a mesma ainda está sendo elaborado pelos dois clubes. “O contrato é com o Flamengo. Se ele vai decidir com o Fluminense as decisões, isso é problema deles. Vou cobrar é o Flamengo”, revelou Witzel.

Porém, Landim fez questão de ressaltar também a validade da parceria com o rival das Laranjeiras para gerir o estádio. “Por uma questão transitória desse momento, o Fluminense não pode participar (do contrato assinado com o governo do Rio), por isso no formalismo o governador colocou o que está escrito no papel. Mas existe, sem dúvida alguma, um compromisso do Flamengo que ele vai honrar junto do Fluminense de estarmos juntos administrando o Maracanã”, afirmou.

E o dirigente rubro-negro ainda fez uma promessa a Witzel no seu breve discurso durante a cerimônia desta sexta. “Com a responsabilidade que estamos assumindo no dia de hoje, a gente vai fazer com o que o senhor, senhor governador, jamais se arrependa da decisão que o senhor tomou. O senhor pode estar certo de que nós vamos trabalhar incessantemente para prestar um serviço cada vez melhor para a sociedade, para os torcedores, e eu tenho certeza de que isso é a sua vontade”, ressaltou.

O presidente do Flu, por sua vez, qualificou esta parceria firmado com o Fla como “um momento histórico no qual duas instituições centenárias, de rivalidade, em 36 horas, conseguiram modelar uma parceria sem nenhum tipo de interesse acima daquilo que é razoável”. E Abad fez questão de enfatizar que as portas do Maracanã seguem abertas para o uso dos outros dois principais times do Rio, assim como também para ajudar a administrar o local. “Nosso parceiro Flamengo sempre atuou em conjunto, sem nenhum tipo de visão pessoal acima do clube. E não só Flamengo e Fluminense, mas Botafogo e Vasco também estão mais que convidados, também construíram a história do estádio, a gente prevê a participação deles”, reforçou.

Pelo compromisso formado, Fla e Flu vão arcar com o custo mensal de administração, de aproximadamente R$ 2 milhões, além do pagamento mensal de R$ 166.666,67 ao governo. Este valor será repassado ao complexo Célio de Barros e Júlio Delamare, anexos ao estádio. Para completar, os clubes poderão explorar o Tour Maracanã desde que devolvam ao Estado 10% do faturamento mensal desta atração ou paguem um valor mínimo de R$ 64 mil.

VASCO É CRITICADO – Depois de o presidente do Vasco, Alexandre Campello, ter afirmado na última terça-feira que vai entrar na Justiça contra a decisão do Estado, pois considera que Fla e Flu foram favorecidos irregularmente, Witzel criticou a posição do clube de São Januário, que por causa deste acordo dos rivais com o governo do Rio levou para o Engenhão o jogo de ida da final do Campeonato Carioca, neste domingo, quando atuará como mandante contra os flamenguistas.

“Lamentável, o Vasco poderia ter participado (deste acordo com o governo), não participou porque não quis. Quando eu ainda estava no tribunal (enquanto era advogado e juiz federal), a gente (magistrados) chamava isso de ‘news sperniandi’ (sic). Ou seja, o sujeito não participou, teve reflexos negativos e agora está esperneando”, disse o governador do Rio, se referindo claramente a Alexandre Campello.

Por causa da decisão do governo, o presidente vascaíno afirmou que o seu time também só jogará em São Januário em suas partidas como mandante no próximo Campeonato Brasileiro, até mesmo nos clássicos. E isso só não vai acontecer neste domingo porque, no Estadual, o regulamento exige que cada clube envolvido na decisão da competição tenha direito a 50% dos ingressos, o que torna o uso do estádio vascaíno inviável, tendo em vista a sua capacidade reduzida.