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Em Doha, estádio refrigerado minimiza efeitos do calor no Mundial de Atletismo

Em Doha, estádio refrigerado minimiza efeitos do calor no Mundial de Atletismo Em Doha, estádio refrigerado minimiza efeitos do calor no Mundial de Atletismo Em Doha, estádio refrigerado minimiza efeitos do calor no Mundial de Atletismo Em Doha, estádio refrigerado minimiza efeitos do calor no Mundial de Atletismo

A três anos de receber a Copa do Mundo de futebol, o Catar terá a sua organização colocada à prova no Mundial de Atletismo, que começa nesta sexta-feira e vai até 6 de outubro. O país no Oriente Médio passa por tensões geopolíticas na região, com bloqueios diplomáticos de alguns países, e outra preocupação dos atletas é com o forte calor.

Em Doha, local da competição, os termômetros chegam aos 40°C durante o dia nesta época do ano e a umidade relativa do ar fica por volta de 85%. Ou seja, é um calor enorme, que será grande adversário para muitos competidores. Até por isso, provas como maratona e marcha atlética, que percorrem grandes distâncias, estão marcadas para começar após a meia-noite, quando a temperatura cai para 30°C.

O estádio Khalifa, inaugurado em 1976, foi remodelado e ganhou um moderno sistema de refrigeração que esfria o ambiente e possibilita um conforto maior para os atletas, mesmo não tendo cobertura. A capacidade da arena é para 46 mil pessoas e apesar dos boatos sobre a baixa venda de ingressos, os organizadores dizem que não há preocupação quanto à presença de público.

“Eles usaram todo esse dinheiro para viabilizar a competição e já pensando no futebol criaram uma maneira de resfriamento muito especial. Aqui estava 40°C ao ar livre e dentro do estádio não passava dos 20°C às 14 horas local. Construíram um túnel que leva os atletas da pista de aquecimento diretamente para o estádio, também totalmente ventilado”, explicou Carlos Alberto Cavalheiro, técnico da seleção brasileira.

A modernização do Khalifa começou em 2014 e levou três anos para transformar o icônico estádio que será usado na Copa do Mundo de 2022. Além do ar-condicionado, que segundo os operadores da arena consome 40% menos de energia que outros equipamentos equivalentes, o sistema de iluminação LED digital é outro ponto alto.

Reaberto em maio de 2017, conta ainda com espaços luxuosos, como 64 camarotes de tamanhos variados. Entre eles está um espaço VIP exclusivo para a família real do Catar. O estacionamento tem espaço para 6 mil automóveis e 2.300 ônibus. Existe ainda um museu, academia, lojas, restaurantes e espaços de convivência para os torcedores.

RÚSSIA – A Rússia perderá o Mundial de Atletismo pela segunda vez seguida, já que a IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo, na sigla em inglês) renovou a suspensão da federação russa na última segunda-feira. A entidade confirmou a decisão quatro dias antes do início da competição no Catar depois de ouvir um relatório de sua força-tarefa a cargo dos esforços de reafiliação da Rússia.

A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) revelou que dados históricos fornecidos pela autoridade antidoping do país continham “inconsistências”, o que também ameaça a participação russa na Olimpíada de Tóquio. “Estamos cientes das alegações de manipulação dos dados e que uma investigação está em andamento”, disse Rune Andersen, chefe da força-tarefa da IAAF. “À luz disso, a força-tarefa recomendou que a Rusaf (federação atlética russa) não seja readmitida, e o conselho da IAAF concordou por unanimidade”.

Alguns russos sem histórico de doping, como a saltadora Maria Lasitskene, a única atleta do país que detém um título mundial na atualidade, foram liberados para competir internacionalmente como esportistas neutros. Mas a bandeira russa não pode ser hasteada, nem seu hino tocado. O presidente da IAAF, Sebastian Coe, disse que, entre os membros do conselho, é “muito forte” o sentimento de que a suspensão deve ser mantida.

“Nenhum país é maior do que o Mundial”, comentou o dirigente. “Não me surpreende nem remotamente que o conselho tenha endossado por unanimidade a recomendação mais forte que provavelmente tivemos até agora de que a federação russa continue suspensa. A responsabilidade de uma federação internacional é manter o equilíbrio nas competições”, continuou.

A Rusaf foi suspensa em novembro de 2015, quando um relatório encomendado pela Wada encontrou indícios de doping generalizado no esporte.