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Em lados opostos, tenistas brasileiros miram conquista inédita no ATP Finals

Em lados opostos, tenistas brasileiros miram conquista inédita no ATP Finals Em lados opostos, tenistas brasileiros miram conquista inédita no ATP Finals Em lados opostos, tenistas brasileiros miram conquista inédita no ATP Finals Em lados opostos, tenistas brasileiros miram conquista inédita no ATP Finals

São Paulo – Os brasileiros Bruno Soares, ao lado do britânico Jamie Murray, e Marcelo Melo, em parceria com o croata Ivan Dodig, buscam a partir deste domingo, em Londres, o título inédito do ATP Finals – torneio que reúne os oito melhores tenistas e as oito melhores duplas de 2016 – para coroar uma temporada de sucesso.

A competição na O2 Arena vale a liderança do ranking mundial de duplas para Soares/Murray. Com 7.250 pontos, eles entram na competição atrás apenas dos franceses Pierre-Hugues Herbert e Nicolas Mahut (7.825). E a estreia neste domingo, às 16 horas (de Brasília), contra o bielo-russo Max Mirnyi e o filipino Treat Huey será vital para a ambição dos vice-líderes. Um sorteio na última segunda-feira colocou os irmãos gêmeos norte-americanos Bob e Mike Bryan no grupo Edberg/Jarryd, que também conta com Melo/Dodig. Será a primeira vez que os brasileiros se enfrentam no torneio e logo na primeira fase.

“São as oito melhores duplas do mundo, é pedreira para tudo quanto é lado. Para a gente se classificar, vai ter de jogar no mais alto nível”, reconheceu Soares. Mas, seja qual for o resultado em Londres, ele já considera que fez a melhor temporada de sua carreira. E foi apenas a primeira disputada ao lado de Murray, com quem teve um rápido entrosamento.

Assim que passou a dividir a quadra com o escocês, Bruno Soares venceu o Aberto da Austrália, o seu primeiro Grand Slam de duplas. Além disso, ergueu o troféu nas duplas mistas, com Elena Vesnina, tornando-se o primeiro brasileiro desde Maria Esther Bueno, em 1960, a vencer dois títulos no mesmo torneio. Em setembro, ampliou o seu currículo com a vitória no US Open. Em ascensão, o brasileiro chegou a figurar na segunda posição do ranking individual de duplas. Atualmente, está na terceira.

Para a próxima temporada, a dupla formada por Soares e Murray está confirmada. Já Marcelo Melo vive um momento de transição. O ATP Finals marca a despedida de sua vitoriosa parceria com Ivan Dodig. O brasileiro anunciou o acerto com polonês Lukasz Kubot para 2017, enquanto que o croata passará mais tempo se dedicando à chave de simples. Segundo ele, a decisão foi tomada em comum acordo.

“Vou estar com um jogador especialista de dupla, em teoria vai ser mais fácil de a dupla evoluir. Treinava pouco tempo junto com o Ivan porque ele sempre tinha os torneios de simples para jogar. Agora vou treinar mais com o Lukasz, será mais fácil desenvolver o jogo em conjunto”, explicou.

Em outubro, Marcelo atuou ao lado do polonês em duas oportunidades na China – Torneio de Pequim e Masters 1000 de Shangai – e conquistou o bicampeonato no ATP 500 de Viena. A parceria pontual foi firmada enquanto Dodig se recuperava de uma lesão nas costas.

Apesar da mudança, o brasileiro faz questão de enfatizar o excelente nível alcançado ao lado do croata nos cinco anos de trabalho. Em 2015, tornou-se número 1 do mundo no ranking individual de duplas. Ainda que tenha deixado a ponta escapar, a regularidade é o grande trunfo de Marcelo nas últimas temporadas. Para ele, isso se deve à experiência e também ao amadurecimento.

Melo e Dodig disputam o ATP Finals pelo quarto ano consecutivo, foram vice-campeões em 2014 e semifinalistas em 2013 e 2015. Apesar do bom retrospecto, o tenista brasileiro mantém os pés no chão. “Se a gente conseguir manter nosso nível de jogo, tem boa chance de passar para a próxima fase. Mas temos uma estreia duríssima e não jogo com o Ivan desde o US Open. A gente tem de botar as coisas no lugar e entrar bem”, projetou.

A primeira partida da dupla será neste domingo, às 10 horas (de Brasília), contra os irmãos Bob e Mike Bryan, donos de quatro títulos (2003, 2004, 2009 e 2014) e maiores vencedores da competição. Aos 38 anos, os gêmeos acumulam 112 títulos juntos na carreira. Longe do auge, os norte-americanos continuam “perigosos”, na opinião de Melo. Em nove jogos no circuito de tênis, foram seis vitórias para os duplistas dos Estados Unidos e três para Melo/Dodig. No ATP Finals estão empatados, com um triunfo para cada lado.

SEM BRILHO – Rivais no ATP Finals, Marcelo Melo e Bruno Soares ocuparam o mesmo lado da quadra diversas vezes nesta temporada. Se foram bem-sucedidos com os estrangeiros, não repetiram o sucesso atuando juntos. A meta era usar o circuito como preparação para os Jogos Olímpicos, mas os títulos não vieram. E, no Rio-2016, a expectativa de medalha de ouro foi frustrada nas quartas de final.

Mesmo sem atingir o objetivo, os tenistas contemporizam. “Não acho que a eliminação na Olimpíada foi uma decepção. Fizemos uma boa campanha, perdemos para a dupla que ficou com a medalha de prata em três sets”, afirmou Soares.

Para a próxima temporada, os brasileiros não têm planos conjuntos e só devem ser vistos como parceiros com a camisa do Brasil pela Copa Davis. Depois de recusar o convite do compatriota em 2015, Melo admite: “No futuro, acho que nossa parceria deve acabar acontecendo novamente”.