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Estádio Mané Garrincha vira sede de secretarias do governo do Distrito Federal

Estádio Mané Garrincha vira sede de secretarias do governo do Distrito Federal Estádio Mané Garrincha vira sede de secretarias do governo do Distrito Federal Estádio Mané Garrincha vira sede de secretarias do governo do Distrito Federal Estádio Mané Garrincha vira sede de secretarias do governo do Distrito Federal

Brasília – O Estádio Mané Garrincha, em Brasília, ganhou um uso totalmente diferente da realização de jogos de futebol. Encurralado em uma crise econômica e fiscal, o governo do Distrito Federal decidiu usar a arena – pouco demandada para eventos esportivos – para abrigar algumas secretarias e, assim, economizar com aluguel.

O estádio custou R$ 1,7 bilhão aos cofres públicos e se tornará o local de trabalho de cerca de 400 servidores públicos da capital federal empregados nas secretarias da Economia, do Desenvolvimento Humano e do Esporte. Hoje, esses órgãos ocupam um prédio alugado na Asa Norte, região nobre da capital. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) espera economizar R$ 10,5 milhões ao ano.

As centenas de funcionários públicos não devem atrapalhar o cotidiano futebolístico no Mané Garrincha. Até agora, foi anunciada apenas a realização de uma partida do Campeonato Brasileiro no local. Está agendado para a primeira rodada, no dia 10 de maio, o jogo entre Cruzeiro e Corinthians. O time mineiro foi punido Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com a perda de um mando de campo e decidiu levar a partida para Brasília, mas já negocia a transferência do jogo para outro local. O confronto deverá ser na Arena Pantanal, em Cuiabá. Para jogar no Mato Grosso, o Cruzeiro deve ganhar passagens aéreas, hospedagem e mais um valor a ser pago por investidores, que arrecadarão com a organização da partida, vantagens que o Distrito Federal não ofereceu.

Por enquanto, a única partida relevante confirmada no Mané Garrincha é a final do campeonato local, chamado de “Candangão”. O jogo deve acontecer no fim de abril. Na Copa do Brasil, também há poucas chances de uso do estádio. O Brasília Futebol Clube desistiu de mandar jogos na arena. O gerente de futebol da equipe, Regis Carvalho, afirma que o custo é proibitivo. Segundo o dirigente, seria preciso desembolsar ao menos R$ 80 mil – o que inclui a taxa de uso da arquibancada inferior (em torno de R$ 4 mil) e gastos com equipamentos obrigatórios, como limpeza, segurança, bilheterias e ambulâncias.

O custo de manutenção do Mané Garrincha gira em torno de R$ 600 mil por mês, informou a secretaria de Turismo do Distrito Federal. “São gastos com energia, limpeza, reposição de peças, pequenos reparos, entre outros serviços, gerados pelo uso contínuo do espaço”, disse a secretaria. Em nota, o órgão afirmou que, desde sua inauguração, em maio de 2013, o estádio recebeu 55 jogos de futebol e 39 eventos diversos, como “shows, eventos institucionais e culturais”. Depois da Copa de 2014, foram 18 jogos e 28 eventos.