Bap presidente do Flamengo
Luiz Eduardo Baptista é o presidente do Flamengo (Foto: Divulgação / Flamengo)

O Flamengo quer o fim do uso do gramado sintético em competições profissionais e que times em recuperação judicial percam pontos no Sistema de Sustentabilidade do Futebol (SSF), modelo de fair-play financeiro que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) busca colocar em prática. As sugestões do clube forma informadas por meio de nota oficial divulgada nesta segunda-feira.

Segundo o time carioca, as dez propostas, que foram encaminhadas à comissão da CBF responsável pelo assunto, buscam contribuir para o aprimoramento das práticas de governança e sustentabilidade no futebol brasileiro.

Entre elas, duas chamam mais atenção. Na primeira, o clube defende que times que estejam em recuperação judicial devem perder pontos até a homologação do acordo, para que não haja nenhum ganho competitivo em relação às outras equipes.

“Impedir que clubes utilizem o período de não pagamento de dívidas (entre a decretação da RJ/REJ e a homologação do acordo) como vantagem competitiva, bloqueando o registro de novos atletas neste período e perda de pontos“, diz a nota.

Eliminação de gramados sintéticos

A segunda e mais polêmica é sobre os gramados sintéticos em competições profissionais. De acordo com o clube, a grama de plástico afeta a condição física dos jogadores e também gera uma disparidade nas finanças em relação aos custos de manutenção na comparação com times que optam por usar a grama natural.

“Os gramados de plástico devem ser eliminados imediatamente de todos os torneios nacionais profissionais. A discrepância nos custos de manutenção entre gramados naturais e artificiais provoca desequilíbrios financeiros entre os clubes e prejudica a saúde física de jogadores e atletas”, comunicou o clube na nota oficial.

Em outubro deste ano, a CBF implementou um grupo de trabalho que reúne clubes e federações para discutir o modelo de fair-play. A proposta final desenvolvida pela entidade que governa o futebol brasileiro será revelada no dia 26 de novembro.

Confira as sugestões feitas pelo Flamengo

  • Tratamento de clubes em RJ/REJ: impedir que clubes utilizem o período de não pagamento de dívidas (entre a decretação da RJ/REJ e a homologação do acordo) como vantagem competitiva, bloqueando o registro de novos atletas neste período e perda de pontos.
  • Definição ampla de custos: controlar não apenas a “folha salarial” (CLT), mas também o custo total do elenco, incluindo direitos de imagem, luvas, bônus, comissões de agentes e impostos.
  • Bloqueio de brechas contábeis: impedir que custos do futebol profissional masculino sejam “maquiados” como investimentos em categorias de base ou em futebol feminino por meio de rateios fictícios.
  • Controle de caixa mínimo: Implementar indicadores antecedentes, como a necessidade de capital de giro saudável, para prevenir crises de liquidez.
  • Transações com partes relacionadas: desconsiderar ou limitar transações entre partes relacionadas (ex.: clube e empresa do mesmo dono) que possam inflar as receitas ou ocultar os custos. Aportes de capitais, por exemplo, não devem ser contabilizados como receita recorrente.
  • Uso de ratings: adotar um sistema de classificação (como o utilizado por consultorias especializadas), no qual clubes com melhor gestão (classificação elevada) tenham mais margem de manobra, criando um incentivo à boa governança.
  • Sanções eficazes: focar as sanções na restrição de janelas de transferência, e que estas sejam cumpridas integralmente, mesmo que a causa da punição seja sanada, para desestimular a procrastinação.
  • Implementação do “Teste de Proprietários e Dirigentes”: criação de uma avaliação composta por regras e critérios para determinar se os novos (ou potenciais) proprietários e dirigentes de um clube são aptos para o cargo. O objetivo é proteger a imagem e a integridade da competição e dos clubes, assegurando que os indivíduos que gerenciam ou adquiriram clubes sejam confiáveis e tenham capacidade financeira comprovada.
  • Exequibilidade Efetiva do Sistema: implementar uma governança aparelhada para executar punições automáticas, com base em dados factuais e financeiros, incluindo a aplicação de punições e restrições.
  • Proibição de Gramados Artificiais: os gramados de plástico devem ser eliminados imediatamente de todos os torneios nacionais profissionais. A discrepância nos custos de manutenção entre gramados naturais e artificiais provoca desequilíbrios financeiros entre os clubes e prejudica a saúde física de jogadores e atletas.