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Fora de regata em Itajaí, equipe chinesa busca superação após morte de velejador

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O barco chinês da equipe Sun Hung Kai/Scallywag não disputará nesta sexta-feira a regata interna em Itajaí da Volvo Ocean Race. O veleiro chegou na quinta-feira no litoral catarinense e passa por reparos de olho na largada no domingo para a oitava etapa da competição rumo a Newport, nos Estados Unidos.

Enquanto a embarcação está suspensa fora das águas, em terra a tripulação também tenta se recuperar de um trauma. Durante a etapa entre Auckland, na Nova Zelândia, e o Brasil, considerada a mais difícil de toda a temporada, o velejador John Fisher morreu ao cair no mar.

Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, o capitão do barco chinês, o australiano David Witt, falou sobre o momento de maior tristeza da atual temporada. Também comentou sobre a relação de amizade que tinha com Fisher.

“Foi um momento muito difícil e de muita dificuldade. O John foi o primeiro velejador que escolhi para fazer parte do time. Não só porque ele era um bom velejador, mas porque também era uma pessoa agregadora, que deixa o clima sempre mais leve. É uma dor muito grande”, afirmou.

Logo após o acidente, a tripulação abandonou a etapa e seguiu em direção ao Chile, onde estava a sua equipe que fica em terra, do Sun Hung Kai/Scallywag. Nos primeiros dias houve a dúvida se eles seguiriam até o fim da temporada.

“Decidimos continuar porque essa seria a vontade do John. Com certeza ele ficaria muito triste com a gente se desistíssemos. Então vamos seguir por ele, em homenagem a ele”, prosseguiu o capitão do veleiro chinês.

Witt disputa a sua primeira Volvo Ocean Race como capitão, mas tem bastante experiência em navegação oceânica. Ele disputou uma regata de volta ao mundo na temporada 1997/1998 como velejador. O capitão da embarcação holandesa do Brunel, Bouwe Bekking, é quem há mais tempo participa da competição. Ele está em sua oitava temporada e esteve presente também no acidente anterior ao de Fisher.

Na temporada 2005/2006, um integrante do barco ABN Amro 2, da Holanda, morreu afogado durante o percurso entre Nova York (EUA) e Portsmouth (Inglaterra). O holandês Hans Horrevoets tinha 32 anos e foi arrastado para fora de seu barco.

“É sempre muito triste quando acontece. Sabemos que há riscos nesse tipo de competição e acidentes acontecem. Mas sempre que acontece é preciso repensar tudo de novo, redobrar a atenção para que a gente evite ao máximo que aconteça mais uma vez”, comentou Bekking.

Em relação à segurança, não há muito o que ser feito de maneira diferente, segundo os capitães. Durante a navegação, os velejadores têm como opção ficarem presos por uma corda ou utilizarem o colete salva-vidas, que conta com um GPS para localização.

O colete, no entanto, é visto com ressalvas por alguns velejadores, pois atrapalha na agilidade e, como infla automaticamente, em momentos de muita turbulência, quando há impacto, ele aciona sozinho. Com isso, o velejador precisa parar o que está fazendo, trocar o colete e retomar sua atividade.

Sobre o acidente específico de John, o capitão do Sun Hung Kai/Scallywag explicou que ele provavelmente caiu no mar desacordado com o impacto da vela que bateu em sua cabeça.

“Foi uma série de imprevistos que ocasionou o acidente. Não tem muito mais o que ser feito em relação à segurança. Somos bastante criteriosos em relação a isso e estamos sempre atentos e navegar com o mínimo de riscos possíveis. No domingo voltaremos para a água pelo John”, finalizou Witt.