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FPF se reúne na quinta para decidir se clássico terá torcida única

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São Paulo – Uma reviravolta ocorrida no início da noite desta quarta-feira poderá até fazer o clássico de domingo entre Palmeiras e Corinthians, no Allianz Parque, ser realizado com torcida única. A Federação Paulista de Futebol (FPF) é contra, mas sofre pressão dos promotores Paulo Castilho, do Juizado Especial Criminal (Jecrim), e Roberto Senise, da promotoria do Consumidor, preocupados com a segurança, e pode acabar cedendo. A previsão é que a definição ocorra no final da manhã desta quinta-feira.

Desde o início da manhã desta quarta, Castilho se empenhava para que apenas palmeirenses tenham acesso à arena no clássico pela terceira rodada do Campeonato Paulista. A Federação, por sua vez, torcia o nariz para a iniciativa. A alegação é de que a Polícia Militar está muito bem preparada para garantir a segurança no domingo, dentro e fora do estádio e também nos acessos.

Por isso, quando Paulo Nobre – preocupado com possível depredações na arena – pediu à FPF a introdução da torcida única, ouviu um “não”. O pedido foi feito no início da semana.

No meio da tarde de quarta, enquanto Castilho promovia reuniões para buscar apoio à sua iniciativa, o coronel Marcos Marinho, diretor de prevenção e segurança da FPF, descartava excluir os corintianos no domingo. “Houve um pedido do Paulo Nobre, mas a PM dá garantias de segurança. Tem esquema montado. E a PM não pediu (torcida única).”

Marinho, no entanto, não descartou que clássicos paulistas sejam disputados com torcida única num futuro próximo. Mas sob duas condições: que os dirigentes dos quatro clubes grandes concordam e que a regra passe a valer em todas as competições – Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, Copa Sul-Americana, enfim em todos os torneios que os grandes do Estado se encontrarem.

Enquanto isso, Castilho e Senise preparavam uma recomendação, a ser entregue à FPF, ao Palmeiras e ao Corinthians, pedindo torcida única no clássico do domingo e atendo-se exclusivamente a esta partida.

No final da tarde, Castilho levou à FPF a posição. No documento, pedia que apenas palmeirenses tivesse acesso à arena, pois o clube é o mandante do jogo, alegando que “a medida visa evitar o confronto entre torcidas das duas agremiações”.

No ofício, os representantes do Ministério Público lembram que entre 2011 e o ano passado, as torcidas organizadas dos dois times protagonizaram “cenas de violência, com graves confrontos, que resultaram em mortes e centenas de feridos, o que serviu para acirrar ainda mais o ânimo de seus torcedores aficionados”.

Castilho e Senise ressaltam que a realização do jogo com torcida única “é medida necessária e excepcional para a prevenção da violência e para garantir a segurança dos torcedores…”

A visita foi rápida, mas teve como consequência uma reunião da diretoria da FPF, que durou quase duas horas, sem que houvesse consenso. Diante disso, a decisão ficou para a manhã desta quinta-feira, quando já estarão à venda os ingressos para os palmeirenses. Há na federação, diretores que consideram a torcida única um sinal de fraqueza diante dos vândalos. Se eles prevalecerem, a torcida do Corinthians terá direito a cerca de 2 mil ingressos.