26.11.2025 - Paralímpiadas Escolares 2025, realizada no CT Paralímpico em São Paulo. Foto: Marcello Zambrana/CPB
Gabriel da Colina no torneio de bocha das Paralimpíadas Escolares (Foto: Marcello Zambrana/CPB)

Xodó do Vasco, que sempre faz questão de fazer uma homenagem a ele quando vem jogar no Espírito Santo, o capixaba Gabriel Fontes, 11 anos, o “Gabriel da Colina“, participou pela primeira vez de uma competição esportiva.

Ele estreou nas Paralimpíadas Escolares e encontrou na bocha o seu caminho no esporte paralímpico, encerrando a partida com o placar de 4 a 7.

Realizado nas dependências do Centro de Treinamento Paralímpico (CT), em São Paulo (SP), o evento é dividido em dua fases. A primeira terminou na última sexta-feira (21), com 102 medalhas para o Espírito Santo. A segunda começou na quarta-feira (26) e vai até sexta-feira (28).

Paixão pelo Vasco e fã de Neymar

Gabriel estampa, em suas redes sociais, a paixão pelo Vasco e o amor ao esporte em si. Costuma narrar jogos, acompanhar as partidas de futebol e sobra tempo para tietar craques como Neymar, ídolo que inspira o jovem.

Gabriel da Colina entra em campo com Vegetti no jogo Vasco x Volta Redonda no Kleber Andrade.
Gabriel da Colina com Vegetti no jogo Vasco x Volta Redonda no Kleber Andrade (Foto: Matheus Lima/Vasco)

O pequeno capixaba utiliza uma faixa com os dizeres “100% Jesus”, semelhante à usada por Neymar na Liga dos Campeões de 2015, nos Jogos Olímpicos Rio-2016 e em sua recente reapresentação ao Santos.

Depois que eu conheci o esporte, minha vida fez mais sentido, porque eu esqueço das minhas limitações para poder viver o esporte”

Gabriel da Colina, capixaba de 11 anos

Gabriel foi diagnosticado com doença rara

A família de Gabriel identificou, quando ele tinha quatro anos, alterações corporais que motivaram investigações médicas. Sem diagnóstico no Estado, a família buscou atendimento em São Paulo, onde, em 2017, foi confirmada a Síndrome de Hialinose Sistêmica Infantil (ISH), condição ultrarrara registrada em poucos casos no mundo.

A condição provoca limitações de movimento e alterações dermatológicas, levando Gabriel a realizar cirurgias plásticas periódicas para manejo dos tecidos.

A mãe dele, Sara Fontes, conta que é uma doença sem cura, que é acompanhada por meio de cirurgias. Assim, a família viaja de uma a duas vezes por ano para Gabriel fazer avaliações e possíveis cirurgias, para correção da má formação nos dedos, boca e orelhas.

Além das cirurgias, a fisioterapia é uma forma de melhorar a qualidade de vida da criança. A reabilitação de Gabriel é feita na Apae da Serra, cidade onde o xodó vascaíno mora.

Estreante no esporte paralímpico

O primeiro contato com o esporte paralímpico ocorreu em 2021, em um dos Centros de Referência que fazem parte do plano estratégico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). A aproximação com a bocha foi imediata, mas, diante da rotina médica intensa, o jovem precisou interromper os treinos. Agora em 2025, foi convidado a retornar ao projeto.

Com oito meses de preparação, Gabriel treina duas vezes por semana, acompanhado pela mãe, Sara Fontes, que o auxilia nas sessões e nas partidas.

26.11.2025 - Paralímpiadas Escolares 2025, realizada no CT Paralímpico em São Paulo. Foto: Marcello Zambrana/CPB
Gabriel da Colina disputa pela primeira vez uma competição (Foto: Marcello Zambrana/CPB)

Ele é atleta da classe BC3, para atletas com deficiências muito severas e, por isso, pode utilizar calhas e contar com auxílio para posicionamento, respeitando os critérios técnicos da modalidade.

“Eu gosto de jogar bocha. É tipo um tiro ao alvo: você tem que acertar certinho a bola. Eu gostei e decidi arriscar. Dos esportes paralímpicos, é o único que mais se enquadra comigo, porque, com o tipo da minha deficiência, eu não conseguia nada e eu queria participar de algum esporte”, conta o agora paratleta.

A mãe, Sara Fontes, 27 anos, relembra o processo de inserção do filho na modalidade.

“Vamos procurar um esporte em que você consiga se enquadrar”, contou Sara, lembrando como começou a busca por uma modalidade: “Nós achávamos que a bocha era só arremesso, mas envolve estratégia. Foi a oportunidade que faltava, e ele agarrou”, afirmou.

Paralimpíadas Escolares com mais de 2 mil paratletas

Além de Gabriel, a segunda etapa das Paralimpíadas Escolares reúne 913 atletas. A competição tem como objetivo desempenhar um papel central no desenvolvimento das futuras gerações do paradesporto brasileiro, consolidando-se como o maior encontro mundial para jovens atletas com deficiência.

Somadas as duas fases, a edição de 2025 conta com 2.056 participantes, de 27 unidades federativas.

No ano passado, São Paulo conquistou seu 12º título na classificação geral. Já nesta edição, o estado campeão será anunciado nesta sexta-feira, último dia de provas.

Redação Folha Vitória

Equipe de Jornalismo

Redação Folha Vitória é a assinatura coletiva que representa a equipe de jornalistas, editores e profissionais responsáveis pela produção diária de conteúdo do Folha Vitória. Comprometida com a excelência jornalística, a equipe atua de forma integrada para garantir informações precisas, atualizadas e relevantes, sempre alinhada à missão de informar com ética, democratizar o acesso à informação e fortalecer o diálogo com a comunidade capixaba. O trabalho do grupo reflete o padrão de qualidade da Rede Vitória de Comunicação, consolidando o veículo como referência em jornalismo digital no Espírito Santo.

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