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Ginástica brasileira se une na busca por medalha na Olimpíada do Rio

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São Paulo – Nunca a ginástica brasileira esteve tão unida. E isso não é força de expressão. Pela primeira vez, as equipes masculina e feminina estão dividindo o mesmo centro de treinamento, na Barra da Tijuca, zona sul do Rio. As meninas, menores de 16 anos e ainda infantilizadas na maioria dos casos, se adaptaram bem ao grupo masculino, mais vivido, após três semanas de atividade em conjunto.

“O feminino tem uma regra um pouco mais rígida. O masculino é um pouco mais tranquilo, descontrai o clima. Na primeira semana foi todo mundo calado. Na segunda e na terceira semana já começou a interagir. Fica um clima mais agradável. Importante é estar junto”, opina Arthur Zanetti, campeão olímpico nas argolas.

Apesar de o CT ter sido inaugurado em janeiro, só no mês passado ele começou a ser utilizado pela seleção masculina. As garotas já treinavam no local desde o início do ano e tiveram de se adaptar aos novos companheiros, de rotina bastante diferente. Elas vivem a transição entre o Ensino Fundamental e Médio, enquanto a maioria deles tem idade para ter completado a faculdade. Há até atletas casados.

“O fato de o masculino também estar com a gente dá uma responsabilidade maior. As meninas ficam olhando e vendo que eles estão passando pelo mesmo sufoco de disputa, preparação. A gente achou que ia dar mais problema para a gente, por causa dos aparelhos, os meninos são mais relaxados, mas não. Eles vieram e acho que agregaram”, comenta a coordenadora da seleção feminina, Georgette Vidor.

Em um formato diferente do masculino, a seleção feminina tem o CT do Rio como base permanente. Com poucas equipes relevantes no cenário nacional, as atletas se concentravam em três bases: Flamengo, Três Rios (cidade do interior do Rio) e Curitiba (no antigo CT da seleção). Quando o ginásio rubro-negro pegou fogo, as ginastas se dividiram entre os dois restantes. Agora, estão quase todas juntas.

“Com o CT, tudo fica mais fácil por causa da logística. É um centro preparadíssimo e isso é diferente do que a gente tinha”, argumenta Vidor. “No CT você tem um grupo mais concentrado, a equipe multidisciplinar atuando bem mais de perto. Praticamente a cada 15 dias, as meninas de Curitiba que nos interessam estão conosco”, completa.

Uma dessas ginastas que “interessam” para Georgette é a ex-pupila Daniele Hypolito, que faz questão de ressaltar que está feliz no Paraná, onde reencontrou o técnico ucraniano Oleg Ostapenko. “Se vocês forem onde eu treino, está todo aparelhado também. A gente vai aonde mandam. Como atleta da seleção a gente respeita a ordem. Estou em um ginásio maravilhoso, com técnicos excelentes”, diz Daniele.

Mas a veterana não está na equipe escolhida para a etapa de São Paulo da Copa do Mundo, no Ginásio do Ibirapuera. De olho na Olimpíada do Rio, a equipe feminina apresentou caras novas aos brasileiros. A estreante Flávia Saraiva, as novatas Rebeca Andrade e Lorrane Oliveira e a um pouco mais experiente Letícia Costa, de 20 anos, representam a seleção neste fim de semana.