Esportes

Judô brasileiro se despede do Chile com recorde de ouros e medalhas

Medalha de prata por equipes é a 16ª do judô brasileiro no Pan de Santiago, superando o recorde de 13 pódios da edição de Guadalajara/2011

Foto: Wander Roberto/COB

O judô brasileiro encerrou a participação em Santiago 2023 com mais uma medalha, a 16ª da modalidade nesta edição de Jogos Pan-americanos, atrás apenas da natação (25) no número total de conquistas. Foram conquistadas sete medalhas de ouro, três de prata e seis de bronze. Com isso, a modalidade garantiu um novo recorde no total de medalhas e no número de ouros, superando as quatro douradas e 13 pódios de Guadalajara/2011.

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A última vez que a equipe subiu ao pódio no Centro de Deportes de Contacto, no Parque Estádio Nacional, foi nesta terça-feira (31) com a prata na disputa por equipes. Para os treinadores da equipe, a campanha foi histórica.

“Saldo maravilhoso. Conseguimos bater o recorde de Guadalajara/2011 e isso foi muito importante. Quero deixar aqui um abraço especial a todos os clubes que constroem o judô brasileiro, além da CBJ e do Comitê Olímpico do Brasil que nos dá todo suporte. Não falta nada para a comissão técnica e para os atletas e é por isso que os resultados aparecem. Então, muito feliz e daqui nove meses nos encontramos novamente em Paris”, disse o técnico da equipe masculina, Kiko Pereira.

“O trabalho é feito realmente mirando os Jogos Olímpicos de Paris, mas claro que sempre queremos ganhar, sempre buscamos o melhor resultado. Estamos trabalhando com essa equipe mesclada, que tem atletas muito experientes e novatas, isso é muito importante e fortalece muito a equipe. O trabalho para o Pan foi diferente, tivemos que classificar para vir, foi a primeira vez que aconteceu isso. Mesmo com atletas multicampeões, medalhistas olímpicos e mundiais, eles estavam motivamos para estar aqui e buscar a medalha”, contou a treinadora da equipe feminina, Andrea Berti.

O Brasil ficou com a prata ao ser superado por Cuba na luta de desempate por quatro a três. Gabriel Falcão (73kg) venceu Magdiel Estrada com um waza-ari e abriu 2 a 0 para o Brasil, já que Cuba não tinha atleta no peso 57kg. Idelannis Gomez (70kg) derrotou Luana Carvalho por ippon e Ivan Silva Morales (90kg) conseguiu um waza-ari contra Rafael Macedo para empatar o confronto. Beatriz Souza conseguiu dar o troco em Idalys Ortiz pela derrota na competição individual e venceu nas punições! Mas no sexto combate, Andy Granda (+90kg) conseguiu dar mais volume de luta e derrotou Rafael Silva nas punições (3-2), deixando tudo igual.

Um sorteio definiu qual peso faria a luta de desempate e a escolhida foi a +90kg, que fez com Granda e Baby voltassem ao tatame poucos minutos depois de encerrado o combate. A luta decisiva já começa em golden score e qualquer pontuação define o combate. Numa luta muito estudada, Rafael conseguiu abrir uma pequena vantagem nas punições, mas depois de seis minutos de combate viu o cubano dar três entradas seguidas e acabou sendo penalizado 3 vezes. Prata para o Brasil.

“É gratificante sair daqui com duas medalhas. Queria ter ido um pouco melhor no individual, queria ter dado esse ouro para o Brasil por equipes. Mas é judô e tenho que reconhecer que o adversário que estava ali também estava bem preparado, foi melhor. Mas estou satisfeito de ter podia dar tudo de mim e agora é focar nos próximos objetivos”, analisou o duas vezes medalhista olímpico, Rafael Silva, que, aos 36 anos, voltou ao pódio dos Jogos Pan-americanos depois de 12 anos, o mais velho a conquistar uma medalha. O mais novo foi Michel Augusto, com 18 anos.

“O Brasil foi bem. Atletas que foram bem nos Jogos Pan-americanos Júnior chegando com força total, medalhando, conquistando ouro. É muito bom poder ver essa renovação e estar participando desse momento. Poder dar o meu melhor no tatame, ver no que consigo melhorar, evoluir. Estou bastante motivado para seguir treinando, buscando essa classificação olímpica e tentar encarrar a carreira em Paris com chave de ouro”.

Flávio Dias
Flávio Dias

Editor de Esportes

Jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com 24 anos de experiência na editoria de Esportes e em grandes coberturas como os Jogos Pan-Americanos do Rio-2007. Membro da banca de júri do Prêmio Melhores do Esporte 2024

Jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com 24 anos de experiência na editoria de Esportes e em grandes coberturas como os Jogos Pan-Americanos do Rio-2007. Membro da banca de júri do Prêmio Melhores do Esporte 2024